7.3.04

NOVOS PARTIDOS

Apresentou-se hoje um novo partido: o Movimento pelo Doente.
É uma boa noticia, na medida em que os cidadãos que não se revêem nos actuais partidos, conseguem mobilizar-se para defender os seus interesses.
Só espero que não seja apenas mais um partido efémero, do tipo do Manuel Sérgio e os seus idosos.
Ouvi que este novo partido juntou mais de 19 mil assinaturas para a sua constituição. É muito. E a lei que o exige injusta.

Qualquer cidadão deveria ser incentivado e livre de, com facilidade, apresentar as suas propostas à comunidade e ir a votos, de forma a todos poderem a sufragar ou não as suas propostas. Desta forma a democracia só teria a ganhar.

Numa democracia sem medo dos seus cidadãos, não deveriam ser necessárias mais do que 50 assinaturas para um grupo se apresentar a sufrágio. Caso contrário, parece-me contraditório com a noção de democracia e participação dos eleitores.

As recentes leis de reforma dos partidos foram exactamente no sentido oposto: o de apertar a malha , de forma a que os cidadãos sejam impedidos de dar o seu contribuito para a comunidade e sentirem-se voz activa no sistema democrático. Julgo que agora são precisas 15 mil assinaturas para formar um partido. É ridículo.

E diz bem da mentalidade da classe dirigente, que sem vergonha se assume mesmo como uma classe à parte dos seus cidadãos. O sistema entrou numa fase, em que apenas por intermédio da inserção no quadro partidário vigente, alguém conseguirá alcançar o mínimo de poder interno para fazer ouvir a sua voz.
Mesmo quando se realizam congressos partidários com 2 ou 5 mil delegados, em que supostamente, todos tem igual direito a fazerem-se ouvir, sabe-se que tudo não passa de uma encenação até à chegada dos pesos pesados.

E pior ainda se passa ao nível da discussão de ideias e propostas concretas. Vazio total.
A título de exemplo veja-se que no PS primeiramente foi apresentado o cabeça de lista, depois a lista e qualquer dia será apresentado o programa eleitoral. Ou a discussão absolutamente sem interesse sobre os candidatos a PR. É a total fulanização da política.
E nós a vê-los passar.