4.12.06

Excesso de Autonomia

A propósito do encerramento da revista Pontos nos ii, Santana Castilho escreve hoje uma crónica no Público em que dispara com toda a artilharia verbal para quem o empregava. O professor julgava-se no direito de utilizar os meios privados que a empresa lhe dispinibilizou para criticar, contestar e atacar a administração da própria empresa, em nome daquilo que julga ser liberdade editorial. ###

Esta atitude, vinda de um professor do ensino público, é perfeitamente compreensível. Estão habituados a ignorar toda e qualquer cadeia de supervisão, a satirizar e ameaçar os dirigentes sem outra consequência que não o aplauso generalizado dos confrades de profissão que também não gostam de chefias. Ao tentar transportar as atitudes enaltecidas no meio educativo para uma empresa privada, deu-se mal. Agora, quando lhe tiraram o tapete, grita contra a empresa em público à espera do suporte generalizado dos colegas. E vai tê-lo, porque a maioria concordará com ele. A empresa malévola deveria ser obrigada a continuar a pagar a 'liberdade jornalística' de falar mal da própria empresa e deveria ser impedida de se intrometer nos critérios editoriais do professor.

Para quem está de fora, o que se lê é um artigo ressentido movido pelo despeito, uma vingança perante a administração da empresa. Um pouco ridículo. Morder a mão de quem nos alimenta, até pode resultar quando somos sustentados pela imensa mole de contribuintes anónimos, que nem se apercebem da dentada cuja dor mal se sente porque é dividida por muitos milhões. Quando o dono é só um, morder-lhe a mão e responder aos seus gestos de defesa com mais dentadas, não é muito boa estratégia para continuar a dormir enroscado aos pés da cama.

Nota: O artigo está disponível aqui, num post intitulado "Censura Editorial - Estranhos métodos da Texto Editores calam a Pontos nos ii". A onda já está a formar-se.