De entre as várias causas do crescimento económico do Estado Novo elencadas no post infra, de Pedro Arroja e reproduzindo a opinião do leitor Mário Almeida, achei especialmente pertinentes e assertivas quer a da "(7.) Proibição de défices orçamentais, isto é, proibição de o Estado gastar acima das suas receitas. (A Constituição de 1933 consagrava o princípio do equilíbrio orçamental)", quer ainda a da "(9.) Grande abertura da economia ao exterior"!
A primeira (agora reproduzida) porque, de facto, a regra do equilíbrio orçamental foi uma enorme invenção da técnica contabilística, gerada pelo Estado Novo (e, por acaso, com um critério contabilístico bem original e realista que não considerava, por exemplo, os juros da dívida pública); a segunda (a da abertura da economia ao exterior) porque foi, na realidade, a grande marca de água do regime de então, incentivando, como nunca antes experimentado, o livre cambismo, a livre circulação de pessoas (sobretudo para França e para a Alemanha!) e a liberdade de empresa...
Evidentemente, quem tinha uma economia tão fortemente caracterizada por aquele equilíbrio orçamental e por aquela enormíssima abertura, tinha inevitavelmente que crescer...para todos os lados. Daí a imprescindibilidade do "império ultramarino" - era necessário, vital, para que a economia portuguesa tivesse por onde se espraiar, sem provocar graves e irreparáveis rombos no sistema financeiro internacional e na economia do mundo ocidental, incapazes de se confrontarem com o livre-cambismo e as taxas de crescimento portuguesas, durante o Estado Novo!
Com efeito, Portugal estava, nesse tempo, para a economia mundial, tal como hoje em dia se posiciona a China!