A equipa de reportagem segue no banco de trás do carro da polícia quando a perseguição começa. Os fugitivos entram na Circunvalação em contra-mão, os polícias aceleram e os jornalistas filmam tudo. Depois de algumas curvas, o carro dos fugitivos é abandonado perto de um bairro camarário do Porto. Estes pôem-se em fuga com uma rapidez que nenhuma autoridade deste país poderia suplantar.
«Dentro do carro», diz a voz em off «é encontrada uma arma branca». E as imagens mostram isso mesmo: a mão lesta (e nua) do agente de autoridade agarrou, sem que se percebesse qualquer cuidado, a tal arma branca inviabilizando, assim, a hipótese de se poder descobrir o seu proprietário através das impressões digitais...
Fiquei na dúvida se os agentes nunca teriam ouvido falar em coisa semelhante ou, pelo contrário, se saberiam muito bem o que são "impressões digitais" - mas, sabiamente, estavam, também, cientes que, entre nós, aquilo que normalmente se designa por "polícia científica" está muito mais próxima da "ficção". Científica ou não.