A redução do imenso Estado contemporâneo a um mínimo de existência é uma utopia? A resposta mais sensata é que sim. De facto, nunca o Estado foi tão totalitarizante como o é nos nossos dias, e nunca os seus mecanismos de omnipresença foram tão eficazes como agora.
Lembro, contudo, que dificilmente encontraremos na história exemplos mais gritantes de Estados ditatoriais, como o eram os do bloco de leste antes da queda do Muro, a começar pelo Estado soviético. A verdade é que, de um dia para o outro, esses imensos blocos de poder totalitário se desmoronaram num ápice. Hoje, em largas parcelas desses territórios, o Estado ou é praticamente inexistente ou é mínimo. Por vezes, por impossibilidade material de domínio, outras, felizmente, por opção voluntária.
Por cá, a sensação que transparece é a de que estamos todos fartos do Estado. Uns porque o acham excessivo, outros por que o julgam ineficaz. Seja como for, não será fácil o país permanecer desiludido e insatisfeito consigo mesmo por muito mais tempo, à medida que os sucessivos governos se vão demonstrando incapazes de resolver os problemas para que foram eleitoralmente mandatados.