Não sei ao certo quem seja o deputado socialista Ricardo Gonçalves. Mas diz coisas curiosíssimas:
«Ricardo Gonçalves foi o mais crítico e considerou que a escolha de pessoas para cargos de responsabilidade deve assentar mais em critérios políticos do que técnicos, precisamente para não dar azo a que atitudes voluntaristas e de excesso de zelo, como a que considerou ter tido a responsável da DREN, possam criar factos políticos como este. Se tivesse um perfil mais político, afirmou, não teria avançado com o processo disciplinar do professor Fernando Charrua sem ouvir mais pessoas e pesar as consequências.» (Público)
Temos assim que:###
- a directora da DREN não terá sido escolhida por critérios políticos, apesar de o seu antigo posto ter sido o de chefe de gabinete do ministro Santos Silva (o que será então um critério político?);
- as pessoas (outras, esta não), nomeadas por critérios políticos não criariam «factos políticos como este»;
- Reconhece que este é um facto político, derivado de «atitude voluntarista» e «excesso de zelo»
- Atitude voluntarista, porquê? Os processos disciplinares, promovidos por dirigentes (outros, esta não), nomeados por critérios políticos passariam a depender de autorização superior? Ou de ordem directa? É isso?
- Excesso de zelo? Existiu portanto algum «zelo» na coisa, mas em excesso, é isso?
- Repare-se que Ricardo Gonçalves nunca condena o processo em si. Diz sim, que este não teria ocorrido sem serem ouvidas previamente «mais pessoas». Quem? E para quê?: Para se ponderarem as «consequências políticas».
- É portanto, para além de um facto político, também um processo político, mas que não foi devidamente ponderado;
- E os processos disciplinares sempre ficariam dependentes das respectivas «consequências políticas». Se calhar até só ocorreriam nesses casos, quando houvessem as tais «consequências políticas», ouvidas «mais pessoas», com o devido «zelo», sem excesso, ordeiramente, sem voluntarismos, promovido por nomeados por critérios estritamente políticos. Assim sim, tudo correria bem.....
Ricardo Gonçalves sabe o que diz? Terão as suas palavras sido produzidas ponderando as «consequências politicas»? Terá ele ouvido «mais pessoas»? Não terá tido um pouco de «excesso de zelo»?
Uma coisa sabemos, venha ele a ser nomeado para o que for, será essencialmente por critério político e não por competência técnica.
Não quererá ser o próximo Director Regional de Educação do Norte?