Não tão estranhamente como isso, há já quem se se babe por poder vir a ter um «Tratado de Lisboa». Mas «de Lisboa» porquê? Tá bem, eu sei que em certos circulos provincianos se confunde a capital com o país. É que se as cidades de Nice, Amesterdão, Maastrich (que não são capitais), deram nome a outros tratados se deverá certamente ao facto de nesses países existir uma coisa estranha chamada descentralização/regionalização, pelo que os governos centrais tentam mostrar que nem só na sua capital podem ocorrer eventos relevantes.
Note-se que sendo portuense, um eventual «Tratado Porto» estará fora de questão, pois tal expressão é para mim (e para todo o sempre), exclusivamente reservada ao afamado e sublime vinho tratado da região. Evitem-se portanto adulterações e dispensa-se bem por cá tais cerimoniais da corte.
Bom, e então, alternativas? Ainda existe tempo suficiente para preparar as coisas. Sugiro desde já a nomeação de um Comissário Nacional para a Escolha do Local do Novo Tratado (CNELNT) . Freitas do Amaral, pela sua experiência como comissário maravilha é um bom nome.
Umas notas prévias, antes de apresentar as minhas sugestões: «Silva», no concelho de Valença excluo por razões de óbvia parcialidade. «Fiscal», no concelho de Amares, é susceptível de confusão quanto ao objecto do tratado. «Gralhas» em Montalegre, ou «Campo de Víboras» no Vimioso são também nomes potencialmente desajustados .....
Eis então algumas rápidas sugestões:###
Tratado de Cuba (concelho de Cuba), seria um importante sinal de solidariedade, e ao mesmo tempo solidificaria a argumentação junto da comunidade internacional do alegado portuguesismo do comodoro Colombo.
Tratado de Tó, (freguesia de Bragança), simples, directo, bem português.
Tratado Panque (freguesia de Barcelos), um toque de modernidade, revivalista da juventude de muitos dos actuais dirigentes europeus.
Tratado Fatela (freguesia do Fundão), uma denominação crítica, visando uma rápida evolução para um tratado verdadeiramente constitucional;
Tratado de Amor (freguesia de Leiria), delico-doce, mas sempre se pode alegar querer dar-se ares de um velho alfarrábio medieval, do tempo da europa unida pela «cristandade»;
Tratado de Leitões (freguesia de Guimarães), todo um cartaz turístico-gastronómico, muito mais eficaz e barato que as campanhas do ICEP;