Entramos na CEE (agora União Europeia) em 1986. Depois veio o tratado de Maastricht.
Logo, o de Amesterdão. A seguir, o de Nice. Morreu o escudo, nasceu o euro. Ninguém nos perguntou nada. Era um desígnio nacional e pronto.
A Europa foi-nos oferecida como uma daquelas notificações das Finanças que se têm por sabidas ainda que delas nunca tenhamos ouvido falar. Sou um europeísta convicto – mas abomino esta forma dissimulada de construir a UE.
Agora ia ser diferente: o Governo prometeu um Referendo; a oposição concordou. Mas a desmedida ‘constituição giscardiana’ finou-se, dando lugar a um tratado mais recatado. E logo surgem os de sempre a jurar que já não é preciso um Referendo. Não confio em democracias iluminadas - o Referendo faz todo o sentido.
A Europa só vingará quando os burocratas disfarçados de políticos perceberem que a vontade do povo nunca está a mais.
* Ver, ainda, A Mais Liberal de Todas as Festas, ambos publicados no Correio da Manhã.