Vale a pena comparar o tratamento dado pelas televisões aos congressos do CDS e do Bloco de Esquerda, dois partidos com peso eleitoral idêntico e dois congressos onde a liderança não estava em causa. Um abriu os telejornais em directo e foi acompanhado ao minuto, com direito a comentário político. O outro teve o acompanhamento digno de um partido extra-parlamentar.
Creio que a chave para a resposta pode estar na frase "a liderança não estava em causa". Liderança? O Bloco tem liderança? Então o Bloco não andou estes anos todos a passar a ideia de que as decisões internas são tomadas de forma participativa e sem tensões internas? Se as decisões são participativas, se não existem tensões internas, então não há história nem existem actores. Não existe, por exemplo, uma cara credível que represente a oposição interna. Aliás, nem sequer existe uma cara que represente a situação. O Francisco Louçã? É mais um militante que participa nas decisões em pé de igualdade com os outros. Qual é o interesse?