29.7.07

Quem ouviu falar disto?

A propósito do que tenho escrito sobre a ASAE relataram-se o suicídio dum idoso, residente no Algarve, na zona da serra. Após a visita duns senhores a quem ele orgulhoso mostrara a sua produção artesanal de aguardente, os senhores revelaram ser inspectores e aplicaram-lhe uma multa que o teria levado a matar-se.
Tentei averiguar se a história tinha algum fundamento mas não consegui saber nada. Num post colocado por um leitor do Abrupto encontrei de novo o relato deste caso:

Hoje após ver o nosso ministro a vir ao Algarve a apregoar alto e bom som os hotéis 10 estrelas, onde alguns não tem nem uma espécie daqui, lembrei-me de uma viagem realizada esta semana por motivos profissionais, pelo o outro Algarve, ou seja aquele que vive do outro lado da Via do Infante. Eu, embora trabalhe a plantar eucaliptos dá-me um nó na alma, cada vez que ando por aquela Serra de Monchique, tão despejada de gente e que levou a última porrada, após os incêndios de 2003. Até essa data contam-me as pessoas, que eles iam vivendo, duma cortiça, eucalipto e do seu medronho. E é sobre esta espécie e nomeadamente, sobre ilegalização da mesma, que gostaria dedicar algum artigo ou um agitar nas forças vivas do Algarve (independentemente da cor partidária), que não é ou não deveria ser só PINs. Caso não saiba, há sensivelmente 3-4 meses, após uma visita da ASAE a um senhor de idade em Alferce o homem após a saída dos mesmos de sua casa, enforcou-se com uma corda. ### A maior parte das pessoas que lá moram, como por exemplo, o meu encarregado estão a pensar vir viver para Portimão, bem como, outros que foram viver para fora de Monchique afirmam que se ainda pudessem apanhar medronho ainda iam à Serra tomar conta da propriedade, que está cheia de material queimado, etc. Eu próprio, transportei um garrafão de 5L de medronho há pouco tempo e estava cheio de medo, até parecia que tinha droga ou bombas, para o caso de ser parado pela policia. O medronho é por agora, porque os eucaliptos, embora de crescimento rápido, ainda demoram 10-12 anos a crescer e a cortiça é melhor nem falar, o medronho é a última linha para parar a erosão demográfica das serras do Algarve que foram extremamente afectadas. Porque o Algarve não é só resorts e hotéis de 6 estrelas (...) O medronho têm especifidades que a Comunidade Europeia e o nosso governo devia ter em atenção, como devem ter outros produtos noutras zonas da mesma e não proibir, ou colocar em valores tão altos os impostos, que sobre ele recaem, levando a esta clima que se vive em Monchique. ( Paulo Maio)