Não fui eu que tomei as péssimas opções de governação que puseram o País nesta situação. Não fui eu que descontrolei o Orçamento e que fiz as contabilidades criativas.
Não fui eu que desbaratei os fundos comunitários.
Não fui eu que menti reiteradamente anunciando que as coisas estavam a melhorar quando só pioravam, gritando que a ‘retoma’ estava a chegar quando esta nunca vinha.
Não fui eu que asfixiei o país com leis irracionais e afoguei a justiça num labirinto burocrático.
Não fui eu que fiz Sines, a Expo 98, os estádios do Euro 2004, nem fui eu que gastei centenas de milhões de contos a reparar a linha de caminho de ferro Lisboa-Porto para nada, nem serei eu que vou fazer os novos elefantes brancos chamados Ota e TGV.
Por isso, não me digam que estamos todos no mesmo barco. Não me falem em deveres colectivos. Estou farto de pagar pelos erros dos outros.
* Publicado no Correio da Manhã em 15.VIII.2007