Numa população do paleolítico os indivíduos competem por recursos escassos. Os homens competem pelas mulheres e pela comida para si próprios e para os filhos. As mulheres competem pela fidelidade dos homens e pela comida para si próprias e para os filhos. Vamos supor que existem dois tipos de personalidades com origem genética:
a) as pessoas com a personalidade A ficam felizes sempre que atingem um patamar mínimo de bem estar;
b) as pessoas com a personalidade B só ficam felizes se estiverem melhor que as restantes.
Note-se que as personalidades A e B competem entre si. As pessoas com a personalidade B tenderão a dosear o esforço para ultrapassar os concorrentes. As pessoas com a personalidade A tenderão a errar na dose de esforço. Ou esforçam-se de menos, caso em que serão eliminados, ou esforçam-se demais, caso em que terão que enfrentar uma coligação de invejosos com personalidade B. Pessoas que se esforçam demais correm ainda o risco de investirem os seus recursos nos momento em que não são ameaçados pela concorrência arriscando-se a esgotá-los antes de eles serem realmente necessários. Devemos por isso esperar que aqueles que doseiam o esforço de forma a serem um bocadinho melhores que os adversários vençam a luta pela sobrevivência genética. A maior parte da população sobrevivente terá personalidade B. Segue-se que a longo prazo a população será dominada por invejosos, a maior parte dos quais infelizes. Só serão felizes os que forem melhores que os restantes.