28.9.07

Palpite "luisiano"

Luís, o Menezes, ganha e talvez por muitos. Ganhará no Porto-concelho por poucos, no Porto-distrito por muitos e arrasará na sulista, elitista e nada liberal Lisboa. Luís, o Mendes, não conseguiu perceber a lógica das directas. Tentou fazer um discurso muito virado para fora, assumir uma postura de homem de Estado, alardear o apoio de "notáveis" que o desprezam, coisas que não interessam minimamente ao universo eleitoral que pretende cativar. Para este, é apenas relevante a capacidade e agressividade que um candidato consiga transmitir para conquistar o poder.###
Neste aspecto, Menezes apresenta "credenciais" de vitórias eleitorais e obra feita (cuja factura alguém irá um dia pagar...) e não perde oportunidade de as confrontar com o recente descalabro de Lisboa. Inteligentemente, capitaliza a seu favor a "luta de classes" despoletada pela aversão dos "notáveis" à sua pessoa. Isso é nítido no concelho do Porto em que Rui Rio (que arrisca ser o grande derrotado da noite) patrocina uma lista ao Congresso integrada pelos seus vereadores, que se confronta com a lista "basista" na qual figuram 4 presidentes de Juntas de Freguesia e dois deputados municipais.

A vitória de Menezes deslumbrá-lo-á e tratará de honrar os seus "pergaminhos" num crescendo de agressividade anti-governo. Mas no day-after, o palco mediático que agora ninguém lhe regateia tornar-se-á subitamente escasso. E, se a (im)pertinência da sua oposição for longe de mais, é bem provável que entrem na liça os profissionais da "Central de Comunicação do PS" com a divulgação dos seus "rabos-de-palha" (quem não os tem?), eventualmente relacionados com outros "casos Somague".

Se Menezes porventura perder, secada a torrente de lágrimas e digerida a depressão pós-derrotas que sempre o acomete, desencadeará nova escalada, desta vez para a Câmara do Porto, agitando o "desígnio" da fusão Porto-Gaia e da criação do maior município do país.

Portugal e o PSD no seu melhor. Daqui a menos de 2 horas veremos a pertinência deste "palpite".