Cavaco Silva perguntou: “O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças?”.
Entretanto, os autarcas da Guarda pediram “mais acção por parte do Estado”.
Persistir nos dogmas do Estado Providência, para além dos seus resultados, leva a que contradições como esta sejam um lugar comum.
Fazer bebés é uma tarefa eminentemente liberal. Pertence às pessoas, está no domínio exclusivo das suas livres escolhas – o Estado deve sair dessa equação. A ingerência pública só dá maus resultados, como se vê. Se os portugueses têm menos filhos (isto é, contribuintezinhos) é porque são asfixiados com impostos directos, indirectos, laterais, verticais e oblíquos.
Pedir apoios públicos para aumentar a natalidade é como rogar ao pirómano para apagar o incêndio que este ateou com tanto afã. Para que nasçam mais bebés a sociedade tem de se libertar do Estado.
Esperar por subsídios foi o fraco remédio que nos levou a esta triste situação.
* Publicado no Correio da Manhã de ontem