Eu não sei se Armando Vara é "incontornável" na Administração do BCP, como hoje é propagado pelos media. Ignoro igualmente as suas aptidões para a gestão bancária, mas não descarto a hipótese de as possuir. Sei que, com o seu "camarada-inimigo" Fernando Gomes, forma o dueto de gestores mais diabolizado deste país, dir-se-ia que os únicos incompetentes a destoarem numa imensidão de luminárias, capazes de levantarem o mais histérico coro de indignações de cada vez que mudam de cadeira.
Independentemente disto, o que mais dói no "folhetim BCP" é a extrema debilidade do capitalismo português, a incapacidade de, por si só, gerar alternativas para retirar da lama uma Instituição de referência sem se refugiar na asa protectora e interesseira do Estado, perante a qual, directamente ou por interposta supervisão que só mostra diligência perante o escândalo público, vergam todos a cerviz, atentos, venerandos e obrigados.
Tudo isto é triste, muito triste, indiciador da sociedade civil que (não) temos.