Acontece que Nuno Santos não se limitou a levar consigo informação sobre a estratégia de uma empresa concorrente. Pelos vistos, levou também um (neste caso, quatro) dos principais activos da empresa.
De resto, hoje, nas páginas do Público lê-se ainda que a proposta de renovação de contrato dos Gatos Fedorentos com a RTP foi rejeitada pelo (já demissionário) vice-presidente da empresa, Ponce Leão. Ponce que, curiosamente, também já está nos quadros do grupo Impresa.
De resto, hoje, nas páginas do Público lê-se ainda que a proposta de renovação de contrato dos Gatos Fedorentos com a RTP foi rejeitada pelo (já demissionário) vice-presidente da empresa, Ponce Leão. Ponce que, curiosamente, também já está nos quadros do grupo Impresa.
Nuno Santos, como é evidente, trata dos seus interesses. Problema e proveito dele. Mas é lamentável que as empresas públicas, cujo dever é defender os interesses do seu accionista, sejam tão incompetentes a gerir os seus activos e os seus quadros. A CGD deixou sair o seu presidente e dois quadros importantes para a concorrência. A RTP fez o mesmo. Um erro não compensa o outro. São dois erros que resultam da natureza pública das duas empresas. Quando as empresas são públicas, os interesses privados dos gestores e colaboradores tendem a sobrepor-se aos interesses públicos.
Aqueles que não distinguem responsabilidades perante o público de responsabilidades privadas tendem a não perceber o problema crucial da saída de Armando Vara para o BCP. Não se critica Armando Vara por defender os seus interesses. Critica-se o governo por não defender o interesse público. E neste caso o interesse público tem duas componentes: o estado devia ter impedido a transferência de quadros do banco público para um concorrente e devia-se ter mantido como autoridade imparcial num conflito entre accionistas. Não fez nem uma coisa nem outra.