Aquilo que Salazar sabia e que, aparentemente, o João Miranda ainda não descobriu, é que esse Estado limitado, superior aos interesses materiais e, portanto, capaz de arbitrar entre eles, nunca existiu em Portugal - nem, para o efeito em qualquer país de tradição católica do sul da Europa e da América Latina - em regime de democracia liberal.
Este tipo de observações corre o risco de confundir o "ser" com o "dever ser". O facto de Portugal nunca ter tido um estado limitado que funcione como árbitro não implica que o melhor para Portugal é não ter um estado limitado que funcione como árbitro.