Julgo que a situação será bastante pior do que aquela que receia o Presidente da República que temos.
Nos dois fins de semana que antecedem as Eleições Europeias reinará em Lisboa o Rock in Rio. Li algures que cada um dos espéctáculos terá cerca de 100.000 pessoas a assistir ao vivo. Agora pensem no mediatismo da chegada a Portugal de Sting, Paul Mcartney, etc.
Depois temos os antecedentes do Euro 2004 - as equipas, as estrelas, as mulheres das estrelas, os treinos, as lesões, os adeptos estrangeiros, os primeiros histerismos com os putativos hooligans ingleses, o circo do futebol ao seu mais alto nível.
Acredito que a campanha eleitoral será falada cerca de 30 minutos após o começo dos telejornais - na TVI mais de uma hora depois.
Todo o discurso político será abafado pelo mediatismo extremo destes dois eventos. Depois, no fundo, estas eleições são desinteressantes em si mesmas, como tudo o que diga respeito à União Europeia - efeito directo da pungente mediocridade dos actuais políticos europeus. E nunca o afastamento da população e dos políticos foi tão acentuado.
Para além de que, nestas eleições, a abstenção é o fenómeno que mais interessa ao Governo...