2.3.04

Carta Aberta aos neuróticos do anti-americanismo.

Acabei - se bem que um pouco na "diagonal" - a leitura do último livro de Alain Minc, "Cartas Abertas aos Nossos Novos Senhores" (ed. e trad. portuguesa da Gradiva). Sem outros comentários e considerações (que ficarão para outra "posta" menos notívaga e mais reflectida...), aqui deixo esta transcrição:
"Defender a globalização tornou-se um desafio, mas declarar-se pró-americano ou mesmo anti-americano é uma heresia. Como é evidente, ao contrário dos apaixonados pelo multiculturalismo, dos admiradores das ong's ou dos que desprezam a globalização, vocês não encarnam - vocês, os obcecados do antiamericanismo- um novo conformismo. (...) Vocês têm companheiros de armas, agora não apenas no Terceiro Mundo, mas também em todos os países ocidentais e, em primeiro lugar, na Alemanha. (...) Porquê, perguntam vocês, atacar o que é simplesmente uma corrente de opinião? Se as vossas teses ganham em influência, com que direito lhes lançamos o anátema? Por uma razão, e uma única, que vocês se empenham em negar: o antiamericanismo é a marca de um inconsciente antidemocrático. Submetermo-nos à vossa omnipresença é aceitarmos ser grangrenados por uma recusa sussurada da democracia.
(...)
Ora, em relação à América vocês (as elites políticas, intelectuais e joranlísticas do antiamericanismo) fazem batota: fazem crer que as vossas posições se limitam a traduzir a opinião do país profundo. Um estudo pormenorizado, realizado em Maio de 2000 por iniciativa da Fundação Franco-Americana, mostra uma realidade muito diferente: 41% dos Franceses declaram ter simpatia pelos Estados-Unidos, apenas 9% declaram ter antipatia e 50% afirmam-se neutros. (...) Há, no entanto, uma área de influência explicitamente pró-americana que reúne 25% dos Franceses: um número maior de quadros superiores, de induvíduos abertos aos ventos do mercado, que votam sobretudo à direita e são pró-europeus."

Pergunta-se: e em Portugal, como será?