1.3.04

Concentrações e Mercados

Caro Daniel, terá de me explicar esse seu conceito de reaccionário. E dir-me-á se ele se compadece com abertura à mudança, entusiasmo, sentido de risco. Fosse no mundo real e seríamos considerados loucos: “matar” de uma assentada três marcas, que até tinham alguma notoriedade, e correr o risco de lançar uma nova, seria obra. Ok, estamos no mundo virtual e não temos nada a perder, talvez feijões, mas nem isso aceitamos, que somos avessos ao desperdício.

E, já agora, diga-me que “castelo” é que nos conquistaram. Que eu saiba, o nosso património mantém-se intacto. Claro que a nossa visão de património é algo diferente da vossa, somos menos materialistas: entre cimento e conhecimento, optamos claramente por este. E património exuberante, também não queremos, castelo em excesso, castelo vendido. É o que se chama largar lastro e meter combustível.

Estamos convosco no cosmopolitismo! Se há coisa que nós, liberais, prezamos, é a diversidade, se há coisa que rejeitamos “barbaramente” é a homogeneização. E reconheço que sem vocês, que conseguem dar o melhor colorido a esta feira blogosférica, isto seria uma monotonia.

No que discordamos em absoluto é nas concentrações. Desde quando é que uma concentração é sinal de crise? É antes um sinal claro de expansão, de retoma, é uma junção de energias para obter sinergias, é gerir recursos com parcimónia para melhor os rentabilizar. É aliás outra grande diferença entre nós: privilegiamos a minimização de custos, vocês preferem a maximização de gastos. Diversificar e expandir para novos mercados? Com a vossa dispersão e sentido despesista, jamais terão um produto vendável. É assim o capitalismo e por isso eu gosto tanto do Ralph Nader...

Prezo porém a sua vontade de actuar no sistema capitalista liberal, que sempre demonstrou uma grande capacidade de reciclagem nessas áreas. Ainda nos havemos de entender! Veja-se aliás donde vieram muitos dos famigerados “neo-cons”...

Prova desse fascínio do “Império” é a forma “intensa” como você viveu os Óscares. Chatice, não fosse o Sean Penn e teria sido uma completa frustração. Mas para o ano há mais...