O Governo anunciou a abertura, ja no próximo ano lectivo, de dois cursos de medicina, respectivamente, nos Açores e na Madeira.
Naturalmente, a Ordem dos Médicos (OM) já se pronunciou contra; naturalmente, porque é da natureza intrínseca da OM, como instituição corporativa e, entre nós, muito corporativista, arrepiar-se com tudo aquilo que possa significar mais concorrência e enfraquecimento do status quo vigente. Tal sucede também (se bem que em menor grau de intensidade, dada a vocação quase forçada para o exercício de uma profissão liberal em concorrência, dos seus associados e representados), por exemplo, com a Ordem dos Advogados.
Porém, a questão que se coloca é a de saber se esta será mesmo a melhor solução? Não seria mais racional alargar o acesso (vagas) a Medicina nas Faculdades já existentes? Não seria menos custoso, em termos de despesa pública? Não seria, porventura, mais adequado às exigências do ensino e da investigação?
Será que, desta vez, a OM tem mesmo razão?
Será proveitoso promover-se um debate sobre isto?
