Dicionário dos Tempos Modernos (2)

Desculpa lá, jcd, não é nada de pessoal, mas um tipo que «exprime em voz alta a sua heterossexualidade» está a ser um bocado gay...
Há coisas que não se gritam: ou se são ou não. E quando se têm de gritar, normalmente é 'não'. Ou 'sim', consoante o lado para que se está virado.

Dicionário dos Tempos Modernos

Homofóbico - Aquele que exprime em voz alta a sua heterossexualidade.

"Dizer basta"

Por Tiago Mendes, no Blogue Atlântico. Que comprova, novamente, que ainda há esperança para a direita liberal em Portugal.
Embora, neste caso concreto, o tenha de reconhecer com muita, muita, mágoa.

Uma invasão a lembrar

Após a rápida invasão e conquista da Polónia, feita a meias com a Alemanha em Setembro, a União Soviética tratou de forçar a instalação de bases militares e outras facilidades nos países bálticos, concluindo-se o processo no ano seguinte com a ocupação e anexação.
Mas a Finlândia desde o início recusou tais pretensões, pretendendo salvaguardar a sua independência e neutralidade.
Em resposta, a União Soviética deslocou da Polónia 1 milhão de soldados, iniciando-se a invasão no dia 30 de Novembro de 1939.

Num dos raros relatos directos sobre a guerra de 39-45 realizado por portugueses, o repórter Amadeu de Freitas, do jornal «O Século» fez algumas excelentes reportagens e crónicas da frente de batalha condensadas no livro «Finlândia mártir», editado mesmo no fim da chamada «guerra de inverno», em Abril de 1940.

Leituras:

«Spe Salvi», por Bento XVI

Golpe de misericórdia na Ota?

Não sou tão "crente" como tu, meu Caro CAA. Como bem sabes, a decisão será política, independentemente do número e da melhor ou pior fundamentação dos estudos que se façam. Isto irá ser acordado ao nível do "grande centrão" e temo seriamente que Menezes se prepare para dar o seu acordo à Ota em troca do "Pacto para o investimento público" (leia-se, Pacto para o betão). E para satisfazer os senhores do dito, a lógica de sempre tem sido optar pela solução mais cara.

Como diria o anti-comuna, é Portugal a afundar-se...

Golpe de misericórdia na Ota



Adenda: o estudo da ACP está disponível n' A Baixa do Porto.

Mudar de vida

O projecto KIVA.ORG possibilita que qualquer pessoa possa emprestar 25 dólares (17 euros) a quem deles precisa para uma pequena iniciativa empresarial. E dessa forma uma pessoa concreta terá uma oportunidade para sair da pobreza.

Este sistema de microcrédito funciona de forma simples: alguém apresenta um projecto de investimento, geralmente bastante baixo, de algumas centenas a meia dúzia de milhares de dólares. Organizações no terreno encaminham esses pedidos para o site onde são dados a conhecer. Quem desejar emprestar escolhe a pessoa a apoiar. Quando atingida a quantia necessária, o empreendedor avança com o seu projecto. Os financiadores receberão notícias regulares sobre o desenvolvimento do investimento e respectivos pagamentos. No final, quem emprestou pode recolher o financiamento efectuado, ou voltar a emprestar para apoiar outro projecto.
(via Público)

O dr. Balsemão não se importa de mandar um repórter à Bolívia?

Talvez assim estas almas deixassem de ver o mundo como quem pagina revistas de viagens a destinos exóticos
http://expresso.clix.pt/
"Províncias ricas contra Evo Morales"

Talvez assim as FARC percam alguma simpatia

A imprensa da Colômbia está a dar destaque a material agora apreendido.
Vale a pena olhar aqui: http://www.eltiempo.com/

Grande Capacidade de Perdão

Mais uma grande demonstração de indulgência perante crimes graves. A professora inglesa que teve o desaforo de aceitar que os seus alunos baptizassem um ursinho de peluche ateu com "o nome que não se pode pronunciar", não vai ser chicoteada, como merecia. Numa demonstração de generosidade e compreensão, um clemente tribunal sudanês condenou a provocadora a apenas 15 dias de prisão.

Que saudades das fatwas, do antigamente.

Regresso à Normalidade

Ontem, nas redondezas de Villiers-le-Bel, a noite foi calma. Segundo o Le Figaro, citado pelo Público, "apenas algumas dezenas de viaturas firam incendiadas".

Ingrid Betancourt

Imagens obtidas recentemente em videos apreendidos às FARC.
Por mais deplorável que seja a imagem desta mulher sentada algures no meio da floresta a situação dos outros reféns, aqueles cujos nomes não têm apelidos europeus, pode ser pior.

Quinhentos milhões mais duzentos e noventa mil euros.

No Público:

"Um disparate completo" é como o professor e crítico de arte Delfim Sardo qualifica a exposição de arte pública do pintor norte-americano Robert Indiana, um dos nomes do movimento da pop art, que é hoje inaugurada em Lisboa. "Esta é a pior maneira possível de lidar com arte no espaço público", censura Delfim Sardo, para quem o investimento de 290 mil euros é "completamente despropositado". Em causa estão as 14 esculturas do artista que, até 29 de Fevereiro, estarão em exibição ao longo da Avenida da Liberdade e no Rossio, numa iniciativa apadrinhada pela Câmara Municipal de Lisboa.

E a liberdade?

Primeiro Sarkozy, depois Durão Barroso e agora Sócrates em nome da UE, todos estão de acordo com a «política de uma só China». Sim, que isso de uma população decidir o seu próprio destino é coisa que os deixa confundidos, soa-lhes algo estranho. Perigoso mesmo, como reconhece o PM português: «o referendo pode alterar de forma negativa o status quo» .
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Status Quo: Whatever you want (live)

Engenheiros e planeadores

Por F. A. Hayek. Excerto do livro "The Counter-Revolution of Science", escrito em 1952 mas cada vez mais actual:
"The engineer's view of his job as complete in itself is, in some measure, a delusion."
Os restos da mitologia socialista ainda podem ser percebidos nas roupagens técnicas e na terminologia fechada, pretensamente 'só para iniciados', que ainda abunda em discussões que são predominantemente políticas. Como a do aeroporto, por exemplo...

ordem dos advogados

Formalmente, as eleições são amanhã, mas parte da classe já votou por correspondência, apesar de os mailes de campanha continuarem a encher-me a caixa de correio a bom ritmo. Como advogado, pouco me apetece escrever sobre o assunto, a não ser uma referência à ligeira vergonha que senti com o espectáculo de gritos e insultos entre alguns deles no primeiro (de dois) debate entre candidatos realizado, há dias, no Majestic.
Partilho, porém, inteiramente as reflexões e angústias que o Rui A. expressa nesta posta. Vão lê-la, que vale a pena.

Ainda não é desta.

Parece que o empréstimo que António Costa quer contrair é de uma categoria especial. É um empréstimo que não é dívida. É um empréstimo que vai servir para pagar a dívida, o que é excelente porque resolve-se o problema, paga-se o que se deve e a Câmara fica porreira, pá.

A única coisa chata é que este empréstimo é para pagar e logo também é dívida. E ainda por cima, esta até tem juros. O que António Costa pretende fazer é apenas substituir dívida de curto prazo por dívida de longo prazo - mais ou menos o mesmo esconder o lixo para debaixo do tapete, o que lhe permitirá passar estes meses que faltam até às eleições num desejável não mexe, não toca, não incomoda ninguém, tirem-me os fornecedores da porta. E, na onda, trazem-se uns milhões a mais, para fazer uns brilharetes até às eleições.

E assim, faz de contas que não tem lá a pesada estrutura da autarquia mais a E-nova, a Ambelis, a OML, a ATL, as SRU, a EGEAC, a Emarlis, a Gebalis, a Lispolis, a Casa da América Latina e sei lá que mais organismos que dão emprego a milhares de eleitores e respectivas famílias e a muitos quadros do(s) partidos(s). Porque fazer o que é preciso - fechar grande parte destas estruturas devastadoras de recursos, diminuir o quadro de pessoal da câmara, cortar subsídios, dizer muitas vezes não - dá direito a manifestações, desagrados, indignações, choros e gritos, jornalistas excitados, sindicatos em êxtase e confusão generalizada. Clima agreste para quem tem ambições políticas e só pensa em eleições.

28.11.07

Fazer bebés VIII

O socialismo faz mal à procriação, de Rui A.
Opções, por Helder, n' O Insurgente.
Filhos: liberdade ou privilégio?, por AMN, no A Arte da Fuga.

PARABÉNS!




28 de Novembro de 1907 - 28 de Novembro de 2007

'Arrastão' em nova morada




O Daniel Oliveira (não é a personagem acalorada do desenho) arrastou o seu Arrastão para nova plataforma e endereço. Aqui o Daniel explica porquê.
Esteja onde estiver, o Arrastão continuará imprescindível - quanto mais não seja para dele discordarmos...
Nós, por cá, no Blasfémias, continuaremos vendidos ao grande capital internacional. Pelo menos até melhor oferta.

Fazer bebés VII



Num comentário, alguém afirmou:

«... JM continua sem perceber o básico acerca das sociedades civilizdas. Não consegue chegar ao conceito de distribuição de riqueza...»

Aqui vai um desenho que ilustra bem o "básico" desse subido "conceito"...

Fazer bebés VI

O que é que acontece ao tamanho das populações de produtores de riqueza, ao tamanho do Robin dos Bosques das quecas e ao tamanho da população de reprodutores caso as políticas de resdistribuição de riqueza tendo em vista a reprodução funcionem?

1ª geração


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2ª geração






2ª Geração



3ª Geração

Fazer bebés V

? Sim, é um euro de imposto e 1 euro de subsídio, mas não saem da mesma pessoa... Isto é que é usar incentivos.
Que boneco tão básico, João Miranda!!

Eu explico: 1 euro sai do bolso do rico e vai para o bolso do pobre.

É assim João Miranda, é fácil de perceber, não é?


Só para mostrar que consigo fazer bonecos mais complicados:
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Chamaram-me camarada.

No passado Sábado, em resposta a um amável convite que me foi feito por António Vilarigues, estive por duas horas a assistir à Conferência Nacional sobre Questões Económicas e Sociais do PCP, no Seixal.

Tendo estado umas semanas antes no congresso do PSD, salvaguardando as diferenças entre uma conferência e um congresso, há comparações que se podem fazer.

Põe exemplo, a cilindrada média dos parques automóveis. No Seixal, em vez dos BMWs e Mercedes das individualidades, eram Lagunas que ocupavam os lugares reservados. Em vez do eclético conjunto multi-marca, multi-cilindrada que se encontrava no congresso laranja, o que se via no Seixal eram Clios, Fiats e alguns afortunados Meganes.###

O que não muda muito é o estacionamento. A conferência do PCP foi realizada numa daquelas infra-estruturas à portuguesa. Um pavilhão no meio de prédios de habitação e estacionamento, népias. Esta conferência seria um maná para uma polícia municipal activa que pretendesse demonstrar a sua eficácia na imposição de cumprimento das normas mínimas de estacionamento. Mas como estamos em festa vermelha em terra vermelha, não havia problema. Num dia destes, tudo se perdoa. Como tantos outros, estacionei em cima de um qualquer passeio, num golpe de sorte, por passar no momento em que um qualquer conferencista estava a sair.

O comportamento da assistência também é diferente. No congresso do PSD, a cada momento, metade do congresso espairece pelos arredores, percorre corredores, conspira nas entradas, fuma e bebe nos bares. Tenta-se ser encontrado por jornalistas para entrevistas. A outra metade ouvia os discursos. Alguns sentam-se nos seus lugares apenas para descansar as pernas. Na conferência do PCP, a coisa é mais séria. Só 10% ou 15% dos conferencistas deambula. Os outros aguentam estoicamente os discursos. Nota-se que há mais disciplina. Compreende-se porquê. A verdade é que também não há muitos jornalistas.

Também não há oposição. Aqui, todos remam para o mesmo lado. No congresso do PSD, as lutas são internas. Por exemplo, se um congressista criticava a regionalização, imediatamente alguém lhe saltava em cima.

Nesta conferência, todos os discursos tinham em tema comum – as alternativas para as políticas económicas e sociais que o PCP nos propõe. A falta de preparação de alguns conferencistas saltava à vista. Sendo o tema economia, não se poderiam esperar grandes teorias. Afinal, defende-se um sistema que, já se sabe, economicamente tem uma performance nunca superior à do Yannick Djaló.

O discurso típico de um conferencista segue uma linha perceptível.

Começa por dizer ao que vem. Uns falam de pequeno comércio, outros de indústria, outros de turismo. Depois fazem um diagnóstico situacional que é sempre igual. O sector de que falam está sempre em degradação, há aumento de precariedade e perda de direitos dos trabalhadores, falta de apoios do estado e/ou asfixia do sector pelos grandes grupos económicos. Segue-se a explicação das razões que levaram à situação actual: as politicas de direita do governo PS. E por fim a solução: alterar as politicas, lutar contra os grandes grupos económicos, garantir a competitividade e aumentar o emprego com direitos e regalias o que levará, inexoravelmente, ao desenvolvimento económico e social.

A visão comunista do desenvolvimento económico é simples e directa. Mudam-se as políticas, aumentam-se os direitos e já está. Será que nunca se questionam por que é que nunca resultou?

Os aplausos surgem só no fim dos discursos, com raras excepções. Alguns conferencistas elevam a voz quando criticam as políticas de direita do governo e conseguem um aplauso intermédio. Outra maneira de puxar o aplauso é fazer denúncias. Por exemplo, o aplauso surgiu firme quando um conferencista denunciou o conluio do grande capital entre a banca, representada pelo BPI e o Belmiro para comprar o Carrefour e assim destruir mais postos de trabalho.

O único ‘notável’ que ouvi foi Octávio Teixeira. Pertence a outra casta e falou mais tempo que os seus camaradas menos importantes. Até no PCP, a igualdade tem limites. O discurso nem foi muito atípico, mas Octávio Teixeira está melhor preparado e atulhou a dissertação de tecnicismos. Como bom estatista, não se esqueceu de dizer que o único défice que interessa é o externo. Criticou o euro forte que prejudica a economia e lamentou-se por não ser possível desvalorizar a moeda. O povo comunista aplaudiu, várias vezes.

Foi quando Octávio acabou de falar que alguém me toca no ombro e me diz: “camarada, deixou cair o seu convite.” E eu agradeci: “Obrigado, camarada!”.

(continua)

Fazer bebés IV



Pressupõe um Estado tão eficiente a prestar serviços como o sector privado.

Que raio de nome!

Nova rede móvel dos CTT vai chamar-se phone-ix
A nova rede de telemóveis dos CTT vai chamar-se phone-ix. O anúncio será feito esta semana, tal como o início da campanha de vendas nas estações dos correios.O nome tem sido mantido em segredo pela administração dos CTT, mas entre os altos quadros da empresa há quem comente a sua fonética ("fónix") como sendo de mau gosto. A ideia da administração é cativar o segmento de mercado mais jovem, mas também estão previstas vantagens para os idosos. Esta opção tem que ver com o facto dos idosos serem habituais clientes das estações dos correios. O prefixo da rede será 922. Uma das apostas dos CTT será o baixo preço das chamadas, mas também a aquisição de aparelhos de telemóvel a baixo custo. Nas estações, esta semana, estarão três modelos da marca Nokia da rede 922. Os CTT irão distribuir telemóveis gratuitamente por todos os seus funcionários, quase 14.000.
http://www.publico.clix.pt/

Ps. Pode aproveitar-se o evento anúncio da nova rede móvel dos CTT para perguntar pela caixa postal electrónica de cada cidadão?

Fazer bebés III

Na área de comentários, Daniel Oliveira escreveu o seguinte:

Carlos, nunca ouvi ninguém dizer que não tem filhos por causa dos impostos. Mais vezes se fala da carreira, de não ter casa, etc. E depois há a qualidade de vida. As pessoas são mais exigentes. Para si e para os seus filhos. Por fim há a entrada das mulheres no mercado de trabalho.

Só me ocorre uma forma de criar condições não para que as pessoas queiram ter filhos mas para que os possam ter se assim quiserem: garantias de estabilidade de emprego e horários menos pesados.


Este comentário ilustra na perfeição o fenómeno conhecido por anestesia fiscal. Poucos relacionam as dificuldades na carreira, a falta de casa, de qualidade de vida, os problemas que as mulheres têm no mercado de trabalho, a estabilidade no emprego e os horários pesados com os impostos. À primeira vista estes problemas não têm nada a ver com o facto de o Estado levar 50% do rendimento de cada um. Mas, claro, se só levasse 25%, seriam 25% a mais para que cada um pudesse comprar uma casa mais cedo, tivesse melhor qualidade de vida, menos preocupações com a estabilidade no emprego e menos necessidade de aceitar horários pesados. Se as mulheres tivessem mais 25% de rendimento disponível de certezinha que estariam muito menos preocupadas com os problemas que têm na carreira. E se a economia privada tivesse mais 25% de rendimento, desenvolver-se-ia muito mais rapidamente.
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Como o Daniel não vê ligação entre impostos e os problemas que impedem as pessoas de ter filhos, propõe uma solução que passa pela criação de ainda mais impostos. Mas o que quer que o Estado faça para facilitar a vida das pessoas será sempre feito à custa de lhe dificultar a vida através do aumento dos impostos. Mas o socialismo é assim. É uma forma ingénua de olhar para a sociedade que esquece que todas as opções estatistas têm custos. Esquece que por cada euro gasto a criar garantias de estabilidade de emprego e horários menos pesados existe um euro cobrado às pessoas que se pretende ajudar. O efeito desse euro é, na melhor das hipóteses, nulo.

Fazer bebés II

Numa sociedade colectivista não há vida pessoal. Só há vida colectiva. Se o colectivo, via Estado, é que trata da educação das crianças, é que paga os respectivas despesas, é que decide que valores é que elas devem ter, é que decide o que é que elas devem comer, é que decide que pais é que podem manter a guarda das crianças do colectivo, então é muito natural que as pessoas esperem que seja também o colectivo a fazer os bebés. E de qualquer das formas, se os indivíduos, através do colectivo, já podem transmitir valores às crianças, decidir sobre a sua educação, definir o que elas devem comer, decidir quem as pode tutelar etc, então que mais é que podem querer? Porque é que se haveriam de dar ao trabalho de ter filhos próprios, se podem delegar a tarefa num órgão do colectivo especializado em reprodução, mantendo algum poder de decisão? É claro que a experiência paternal colectivista será um tanto imperfeita, um bocadito burocrática. Mas também o são todas as outras experiências da vida colectiva. Sentir orgulho por ver os filhos do colectivo crescer, por vê-los transformarem-se em pequenos nazis da reciclagem, não é bem a mesma coisa que sentir orgulho por ver os próprios filhos crescer. Mas, sentir orgulho por ver a selecção nacional ganhar ou ver Portugal subir nos rankings internacionais também não é bem a mesma coisa que ter vitórias próprias na vida pessoal ou profissional.

Hoje é dia de Portela +1

Uma ideia assaz difundida...

«Vous connaissez les origines du président français et ceux qui l’ont amené au pouvoir» , avance-t-il. Avant de s’interroger : «Saviez-vous que les autorités israéliennes avaient mis en circulation un timbre à l’effigie de Sarkozy, en pleine campagne électorale ?» Il ajoute : «Pourquoi Bernard Kouchner, une personnalité de gauche, a décidé de sauter le pas (en entrant au gouvernement) ? Cela ne s’est pas fait pour des croyances personnelles. C’était le résultat d’un mouvement qui reflète l’avis des véritables architectes de l’arrivée de Sarkozy au pouvoir, le lobby juif qui a le monopole de l’industrie en France.»
O autor destes considerandos é ministro na Argélia.

Fazer bebés *

Cavaco Silva perguntou: “O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças?”.
Entretanto, os autarcas da Guarda pediram “mais acção por parte do Estado”.
Persistir nos dogmas do Estado Providência, para além dos seus resultados, leva a que contradições como esta sejam um lugar comum.
Fazer bebés é uma tarefa eminentemente liberal. Pertence às pessoas, está no domínio exclusivo das suas livres escolhas – o Estado deve sair dessa equação. A ingerência pública só dá maus resultados, como se vê. Se os portugueses têm menos filhos (isto é, contribuintezinhos) é porque são asfixiados com impostos directos, indirectos, laterais, verticais e oblíquos.
Pedir apoios públicos para aumentar a natalidade é como rogar ao pirómano para apagar o incêndio que este ateou com tanto afã. Para que nasçam mais bebés a sociedade tem de se libertar do Estado.
Esperar por subsídios foi o fraco remédio que nos levou a esta triste situação.

* Publicado no Correio da Manhã de ontem

As medidas de coacção no CPP

Dia 27.11.07 (terça-feira)

As medidas de coacção no Código Processo Penal Revisto: Desembargador Manuel Braz, Dr. José Pinho Coelho (PGA), moderação: Dr. António Salazar (Adv)

“As Palestras do fim de tarde”

Local: Livraria Coimbra Editora

(Rua Cândido dos Reis, 81)

Hora: 18.30

Entrada Livre

Igualdade de tratamento

Presidente da TAP já aceita discutir solução Portela + 1

O presidente da TAP já aceita discutir a solução Portela + 1 caso o aeroporto da capital seja inteiramente direccionado para a operação da trasportadora nacional.


Como sabemos, a ANA deve tratar todas as companhias da mesma maneira. Não se percebe por isso porque é que o presidente da TAP se comporta como se fosse ele a mandar nos aeroportos. O presidente da TAP não tem que discutir nada. Tem que aceitar o que a ANA lhe der, em pé de igualdade com as outras companhias. Ou não será assim?

Infelizmente eles não estão doidos*

Numa escola pública de Lisboa, cada aluno tem por missão verificar o que come cada colega, sobretudo se petisca guloseimas. Seguidamente cada um destes vigilantes dá conta das suas averiguações ao professor de Formação Cívica. Presume-se que da posse dessas informações o dito professor tirará matéria para mostrar os benefícios da boa alimentação. As criancinhas soletrarão umas coisas sobre as vantagens de comer legumes enquanto se treinam como delatores. Desconheço se a avaliação incidirá sobre o zelo posto na delação ou na capacidade de abstinência de pastilhas elásticas. ###
Os meninos de hoje não devem ser menos prosélitos que os seus antepassados da Mocidade e dos Pioneiros. A alimentação deve preocupá-los tal como os contaminantes comunistas e fascistas ocuparam o imaginário higiénico dos seus avós e pais.
Se das escolas passarmos para o que está a acontecer aos pequenos cafés e restaurantes de bairro, incapazes de cumprir as sucessivas exigências das diversas autoridades que as licenciam e inspeccionam, deparamos com um universo que António Barreto descreveu e resumiu ontem sob o título "Eles estão doidos!" Mas ao contrário de António Barreto não acho que "eles" estejam doidos. Antes pelo contrário, acho que estão absolutamente lúcidos: esta espécie de possessão reguladoro-higiénica é um mecanismo eficaz para controlar e subjugar essa miríade de pessoas que, mal ou bem, em pequenas empresas, faziam a sua vida independentemente do Estado.

Sob os eufemismos da regulação, segurança, higiene e saúde impõem-lhes procedimentos impraticáveis e sobretudo mantêm-nos constantemente sob uma espécie de cutelo: de um momento para o outro um qualquer inspector pode embirrar com uma porta que falta, uma torneira que não é do modelo obrigatório ou porque os funcionários nãofrequentaram aquelas acções de formação cujos conteúdos por vezes tão bizarros só se explicam por conjugação dos astros - para quem for dado a essas crenças - ou porque existem estranhas conexões entre o mundo das empresas de formação e as pessoas que desempenham funções de inspecção.

Esta espécie de sufoco do pequeno empresariado é corroborada com o facto de a justiça fiscal ser em Portugal um privilégio. Um privilégio dos grandes grupos económicos, os tais que não só têm meios e técnicos para entender e contestar o fisco e as dezenas de regulamentos que pairam sobre todas as actividades, como também, na hora de investir, ainda gozam dum tratamento excepcional perante os caprichos e as demoras da burocracia: diante do balcão da administração pública os grandes grupos têm a via verde dos PIN. Os outros ficam retidos até que os portageiros-inspectores assim o entendam.

O sector alimentar, campo por excelência da livre iniciativa, é sem dúvida aquele em que actualmente é mais evidente esta utilização da máquina inspectiva do Estado para exercer um controlo sobre certos sectores da sociedade. As obsessões com a saúde ajudam a que se vá fechando os olhos aos factos, mesmo quando eles nos mostram a arrogância das inspecções perante velhos algarvios que fazem aguardente de medronho para consumo próprio, vendedores de bolos nas praias ou pessoas que vão à falência porque não podem esperar anos e anos para saber se vão ter ou não licença para abrir um restaurante.

Dentro de algum tempo será a vez de quererem regular as opiniões. Aí não falarão de segurança alimentar mas sim da pornografia, dos sites perigosos, dos blogues... E nesse dia, que não vem longe, na aulas de Formação Cívica cada aluno será responsável por ver e relatar o que faz cada colega quando se liga à internet.

*PÚBLICO 26 de NOVEMBRO

26.11.07

teaser

Quem foi que escreveu: «para efeitos de determinação do valor tributável em IVA, o imposto automóvel (IA) não se inclui no “preço de compra"»?###
A alínea do Código do IVA citada no Acórdão para justificar esta tese é a mesma que, nos automóveis novos, justificava (e justifica agora) que o IVA incidisse (incida) sobre o IA (ISV).

Adivinha quem vem jantar?

Chávez ou Bush? É a este nível 'muito lá de casa' que Miguel Sousa Tavares coloca o que se passa na Venezuela. Conclui não só que preferia jantar com Chávez mas também também que se fosse venezuelano sofreria de anti-americanismo. Resumindo MST imagina os regimes como as festas da 'Lux' e até lhe parece que um venezuelano pode mandar calar Hugo Chávez tal como um norte-americano pode mandar calar Bush.
O ideal seria que o próximo romance de MST se passasse algures na Venezuela. Por exemplo podia contar a história duma família de imigrantes. Para perceber exactamente o que acontece actualmente naquele país não ia como convidado de Chávez mas sim como quaquer cidadão. Seguidamente criticava Hugo Chávez publicamente. Assim mais ou menos como faria nos EUA sobre o Bush, o Clinton, o Reagan... Enfim creio que iria ser uma experiência que enriqueceria qualquer romance.



Ps. Sobre este assunto ver texto de Paulo Tunhas
http://www.atlanticoonline.net/blogue/2007/11/26/disparates-e-expresso/

A ler:

«Taking Marriage Private», por Stephanie Coontz, no New York Times

Procurador... procura-se? *

Pinto Monteiro (PGR) é uma figura contraditória – ou ataca os ‘feudos’ dos duques e marquesas alojados no Ministério Público (MP) ou surge como alguém favorável a manter tudo como está. Ora aparece a rir-se dos ‘ruídos esquisitos’ do seu telemóvel e da possibilidade de ser escutado (presumir-se-á, com a conivência do seu próprio serviço que não controla, mas devia) ou desponta como uma espécie de Bettencourt Picanço do MP a arremeter sindicalmente contra o poder político.
O PGR não tem razão nas suas queixas: nem o novo regime de remunerações é inconstitucional nem sequer altera substancialmente o que agora está. Mesmo antes do ‘gutérrico’ recuo do PS (mais um!), os magistrados não passavam a ser funcionários públicos comuns. E os agentes do MP não são juízes nem devem ser tratados como tal, é bom não esquecer.

O PGR também erra na apreciação da reforma penal. Sejamos claros: por que é que as coutadas da Justiça dizem desta reforma aquilo que Maomé não terá dito do toucinho? Porque, melhor ou pior, tentou-se alterar o ‘status quo’ em que estas corporações marinam para seu proveito e prejuízo de todos nós. Estão contra ‘esta’ reforma como serão inimigas de qualquer coisa que lhes afecte as rotinas e privilégios.
Alberto Costa qualificou as declarações do ainda PGR como “desconhecimento ou atrevimento” – para mim, são essencialmente corporativas.
Embora Pinto Monteiro também pareça querer dar nas vistas. Politicamente, claro.

* 'Heresias' de ontem no Correio da Manhã

O CENTRALISMO DA ANA (sequela)

Em comentário ao meu último artigo no DN, um anónimo escreveu o seguinte:

Ainda acrescento que se não chegaram a acordo ainda é porque provavelmente as condições vão muito para além donormal, provavelmente subsidiação, comoa Ryanair já fez muitas vezes no passado. O que acrescenta mais um toque surreal ao artigo, ver um liberal a pedir subsidiação...


Bold meu. Quem acha que eu estou a pedir um subsídio para a Ryanair certamente que não se importará que se faça aquilo que no artigo está implícito que se deve fazer*:

1. Fragmanetar a ANA para que ela deixe de ser um monopólio;

2. Atribuir a concessão de aeroportos às autoridades locais;

3. Privatizar cada uma das aninhas;

4. Sujeitar as concessões a concursos internacionais em que as aninhas perdem se não apresentarem a melhor proposta.

Quem não gosta que se concedam subsídios, incluindo aqueles que se concedem indirectamente aos concessionários monopolistas, só pode concordar com esta solução. O resto é a mentalidade mesquinha portuguesa que pressupõe que a autoridade central lá tem as suas razões para fazer o que está a fazer e que eles é que sabem.

Coisas que fascinam

Estrelas de cinema
Clicar na imagem para ver (via Jornalismo&Internet)

25.11.07

Coerência é ser sempre assim

O Prof. Marcelo, hoje, até 5 minutos do final do programa, esteve quase bem. Ou seja, praticamente irreconhecível: equilibrado, analítico, até equidistante dos interesses em discussão.
Já estava a ficar pasmado demais, quando Flôr Pedroso inseriu o tema das eleições na Ordem dos Advogados. O Prof. avisou que não era advogado - depois comportou-se como se tivesse procuração mais do que bastante de um dos candidatos. Ele eram elogios, enquadramentos motivantes e paralelismos consigo mesmo, para o seu preferido - tudo a contrastar com o desenho do 'outro', o "justicialista", o candidato dos "descamisados", o "perigoso".
Descansei, com o conforto que traz o cumprimento das expectativas mais comuns. O Prof., por mais que pareça esforçar-se, acaba sempre por ser igual a si mesmo. E nunca corremos o risco de nos surpreendermos quando julgamos vislumbrar alguma sombra de imparcialidade numa sílaba que seja.

A ASAE sabe disto? E os regulamentos da hotelaria senhores?

Kadhafi vai acampar em Lisboa
A presença de Muamar al-Kadhafi na II Cimeira EU/África, a 8 e 9 de Dezembro, em Lisboa, está a causar mais uma dor de cabeça à Missão da Presidência da UE.
O dirigente máximo da Líbia que vai participar no encontro na sala Tejo do Pavilhão Atlântico, no Parque das Nações, porque se recusa a ficar num dos 11 hotéis reservados para as 127 delegações e pretende acampar.
De acordo com o Diário de Notícias, dirigente líbio quer ficar instalado na tenda que irá trazer, sendo necessário encontrar um espaço na cidade onde a instalar.

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=880994&div_id=291

Julgava eu que em Lisboa apenas se podia acampar no quintal de cada um e aqui:
Parque de Campismo de Monsanto
http://www.atl-turismolisboa.pt/
Autocarros: 14, 43, 50, 71
A 5 Km de Lisboa e a 3 km de Algés
Recepção: 8h - 23h (época alta) 8h - 22h (época baixa)
Equipamentos: 2 espaços polidesportivos, 1campo de mini-golf, 2 campos de ténis, piscinas com solário e esplanadas, sala de convívio, 1 anfiteatro, área comercial, mini-mercado e bar

"Decálogo do localista"

«1. O localista sofre de graves problemas de miopia. Nunca consegue ver para além do seu próprio bairro.
2. Não há presbiopia fisiológica que atinja o localista. No seu bairro, consegue ver qualidades que não vê em qualquer outra parte.
3. O bairro do localista é sempre melhor que o bairro dos outros.
4. O localista não se sente membro da cidade ou da região. O mundo do localista é o seu bairro.
5. O localista nunca fala de regionalização.
6. Quando, eventualmente, fala de regionalização, o localista não estava a falar de regionalização.
7. O localista orgulha-se de ser provinciano.
8. O localista não se importa de ser mandado desde que os decisores estejam a mais de 250 quilómetros.
9. O localista não se acobarda. Nunca perde uma oportunidade para fazer eco da sua visão de mercearia acerca do mundo.
10. O localista tem um amigo que lhe vai contar o que está escrito neste post.»


Pedro Morgado, Avenida Central

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Ver aqui.

O centralismo da ANA

Michael O'Leary, presidente da Ryanair, desferiu um duro ataque à forma como a ANA gere o Aeroporto Sá Carneiro. Durante uma conferência no Porto, Michael O'Leary acusou a ANA de ter uma visão centralista da gestão dos aeroportos, de impedir o desenvolvimento da região norte e de não estar interessada na entrada da Ryanair no Aeroporto de Lisboa.
Michael O'Leary está a negociar com a ANA a instalação de uma base da Ryanair no Porto. Uma base da Ryanair implica mais investimento estrangeiro em Portugal, mais voos, mais rotas, mais passageiros, mais receitas para o aeroporto e mais turistas para a região. É uma oportunidade única para o aeroporto e para a região norte. E, no entanto, os responsáveis pela ANA, em declarações ao Jornal de Notícias, alegam que tratam a Ryanair como qualquer outra companhia. Como se o volume de negócio que uma base da Ryanair traria para o Porto (mais dois milhões de passageiros por ano) fosse igual ao de qualquer outra companhia. Querem cobrar à Ryanair duas a quatro vezes mais do que cobram outros aeroportos europeus, apesar de o Aeroporto de Sá Carneiro estar subutilizado.
Este conflito entre Michael O'Leary e a ANA só acontece porque a ANA é uma empresa pública monopolista tutelada pelo poder central
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Acumula todos os factores que podem reduzir significativamente a capacidade de uma empresa para servir decentemente os seus clientes. Se não fosse monopolista, faria tudo para conseguir um contrato com a Ryanair antes dos concorrentes. Se não fosse uma empresa pública, estaria preocupada em rentabilizar o mais rapidamente possível um aeroporto sub-utilizado. Se em vez de ser tutelada pelo Governo central fosse tutelada por um governo regional, seria forçada a por esse governo a promover os interesses económicos da região que o aeroporto deveria servir. Como a ANA é tutelada pelo Estado central, reflecte uma visão centralista do país. Está mais preocupada com os interesses estratégicos da TAP e com a viabilização do futuro grande aeroporto de Lisboa do que com os seus próprios lucros ou com o desenvolvimento das regiões onde se localizam os seus aeroportos.
Mas a posição da ANA resulta também da própria cultura de empresa. É uma cultura centralista, anticoncorrencial e imperial. Os responsáveis pela ANA acreditam sinceramente que estão a zelar pelo interesse geral. Pensam que a concorrência prejudica a gestão racional dos aeroportos. São arrogantes. Considerarem-se os melhores intérpretes e os melhores executores do interesse geral. Nunca serão criativos nem inovadores e não percebem que a eliminação da concorrência mata a criatividade dos agentes económicos locais.

João Miranda, DN de ontem

A ler: (actualizado)

«Eles estão doidos» por António Barreto, no Público, sobre a tirania que se aproxima.

24.11.07

A little less conversation



A Little Less Conversation, de Elvis Presley, remisturada por JXL + cenas de um filme indiano, Shakti - The Power.

E não é que a coisa funciona na perfeição?

Raptos

«Cabinda - José Fernando Lello, correspondente da radio Voz da América (VOA) em Cabinda foi «raptado por indivíduos fardados e fortemente armados, pertencentes às Forças Armadas de Angola (FAA)» esta quinta-feira, 15 de Novembro, denunciou o activista cívico, Raul Danda.»###



Autoridades angolanas implicadas
Cabinda: «Raptado» o correspondente da Voz da América
2007-11-20 11:29:28
Cabinda - José Fernando Lello, correspondente da radio Voz da América (VOA) em Cabinda foi «raptado por indivíduos fardados e fortemente armados, pertencentes às Forças Armadas de Angola (FAA)» esta quinta-feira, 15 de Novembro, denunciou o activista cívico, Raul Danda.

«Na quinta-feira, 15 de Novembro de 2007, José Fernando Lello, correspondente da Voz da América em Cabinda e colaborador da empresa Algoa, empreiteira subcontratada pela Chevron, no Malongo, foi raptado por indivíduos fardados e fortemente armados, pertencentes às FAA, entre os quais estaria o Comandante da Força Aérea destacado na Planície do Malembo e um oficial afecto ao Tribunal Militar de Cabinda» denunciou Raul Danda.

Segundo o activista cívico os raptores chegaram de manhã ao «Gate I», portão de entrada n/o 1 do campo petrolífero do Malongo, transportados por duas viaturas, uma das quais de marca Toyota Land Cruiser, da unidade da Polícia Militar, «para levarem a cabo a sua missão contaram com a colaboração dos efectivos da Tele-Service, segurança privada encarregue da protecção do campo».

Por volta das 10 horas, Fernando Lello, que pretendia deslocar-se à cidade de Tchiowa, capital de Cabinda, em companhia de um colega de serviço, apenas identificado por Kazy, foi interpelado por uma agente da Tele-Service, que pediu insistentemente que Lello não saísse do perímetro do Campo sem antes conversar com os «visitantes» que, entretanto, tinham ocupado o gabinete operacional da Tele-Service. «Enquanto Kazy esperava, Fernando Lello foi conduzido ao referido gabinete onde o azar o esperava. Depois daí, ninguém mais veria nem ouviria o jornalista, levado à força para destino desconhecido» afirmou Raul Danda.

«Os raptores ainda chamaram o Supervisor directo de Lello, o cidadão português Victor Ramos, a quem quase ordenaram que despedisse a sua vítima, tendo-lhe, em seguida, entregue as chaves do seu carro pessoal. Em seguida, o jornalista foi conduzido para fora do Malongo e transportado sorrateiramente para Luanda, tendo sido imediatamente conduzido à Cadeia do São Paulo. A família, em Cabinda, passou grandes momentos de tormento, pois a informação relativa à localização do Lello só foi obtida na sexta-feira, já no final do dia».

Contactado por alguns familiares, o supervisor Victor Ramos, teria dito que os militares mostraram-lhe um «mandado de captura» contra Fernando Lello, uma informação que, até ao momento, não pôde ser verificada.

Fontes que contactaram Fernando Lello na cadeia onde está detido, disseram que ele é acusado de ser «promotor» de uma suposta rebelião em Cabinda.

Segundo Raul Danda a situação das liberdades individuais em Cabinda «deteriorou-se consideravelmente, após a assinatura do dito Memorando de Entendimento entre Bento Bembe e o Governo Angolano, multiplicando-se os casos de prisões arbitrárias e os actos de intimidação e de espancamento dos cidadãos de Cabinda».

Em Setembro de 2007, o relatório da Amnistia Internacional (AI) denunciava que em Maio de 2006, agentes da polícia prenderam e detiveram brevemente Fernando Lello, quando este tirou fotos de agentes da polícia a espancar membros de uma congregação católica que assistiam a uma missa de reconciliação especial na catedral da cidade de Cabinda.

Segundo a AI Fernando Lello foi conduzido à Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC), onde a sua câmara e gravador foram confiscados «e ele foi alegadamente espancado». Cerca das 15h30, seis horas após a sua prisão, Fernando Lello foi libertado sem culpa formada. Embora ele recebesse, mais tarde, o seu gravador, a câmara não lhe foi devolvida pela DPIC, não obstante inúmeros pedidos.

Fernando Lello informou a Amnistia Internacional de que, no dia 28 de Setembro de 2006, no seguimento de queixas dele, por escrito, ao Ministério do Interior, o ministério enviou uma delegação de inspectores da Polícia Nacional de Luanda a Cabinda, a fim de investigarem o seu caso. Segundo Fernando Lello declarou à AI, a delegação afirmou que a sua detenção tinha sido ilegal e uma violação dos seus direitos. Contudo, apesar desta afirmação, não houve aparentemente qualquer processo disciplinar contra qualquer agente da polícia e não foi oferecida qualquer compensação a Fernando Lello.

Prof. Karamba, versão séc.XIX

«O Professor d'Electricidade, que mora em Cima do Muro, Nº75 e 76, faz saber ao Publico que continua a administrar o efficaz remedio da applicação da MAQUINA ELECTRICA, a varias doenças, e para que o beneficio seja ainda melhor, havia de estimar que os Doentes trouxessem a receita passada pelos seus respectivos Medicos ou Ciurgiões, expressando n'ella o número de dias que precisa a Doente da applicação da MAQUNA ELECTRICA. D'esta forma os Doentes podem ter maior confiança n'este remedio, e o mesmo Professor ficar mais satisfeito.
Os Doentes que pelas suas molestias, ou por outros motivos não quizerem comparecer na morada do Professor, poderão receber o remedio da MAQUINA ELECTRICA, nas suas proprias casas, tratando com elle antecipadamente.
São muitos os Doentes que não sómente tem experimentado um alivio notorio nas suas molestias, mas que se tem curado radicalmente.
As horas em que se administra, e nas quaes póde ser consultado, são de 6 a 7 pela manhâa; e de Tarde, de 12 a 2.»

in, O GRATIS - Jornal D'Annuncios, 15 de Abril de 1839, Porto.

Pires Veloso *

A História lembra desigualmente os seus protagonistas. A liberdade que este regime ainda tem deve-se a alguns – muitos são celebrados por quase todos, outros não tanto como mereciam. Após o 25 de Abril, a liberdade prometida quase claudicou por obra de bastantes dos que tinham jurado defendê-la: quando eu era menino, a guerra civil esteve por um fio. Ou, no mínimo, um terrível banho de sangue.
A liberdade triunfou graças à audácia de homens como Pires Veloso. Se hoje, por exemplo, jornais como este existem e são livres tal deve-se àqueles que pouco tempo depois do fim de uma ditadura não permitiram que uma outra nos fosse imposta. No comando militar do Norte, Pires Veloso foi o esteio que permitiu que a 25 de Novembro de 1975 a liberdade pudesse ser garantida em Lisboa.
Por isso, no domingo, 32 anos depois, alguns dos que têm memória vão expressar-lhe o seu reconhecimento.

* Publicado no Correio da Manhã em 23.XI.2007

23.11.07

Demolição


Francisco Van Zeller, o ainda presidente da CIP conseguiu, com apenas duas frases, levar à cisão da sua organização.

Marketing

«Só queremos criar buzz» (...) «A barreira de qualquer marca é a indiferença e, como estamos a falar de uma que tem um budget baixo em relação a outras marcas de cerveja, temos de criar notoriedade em torno dela.»

Nota: até ao momento são pouco claras as razões porque a LGBT e o Bloco de Esquerda resolveram colaborar numa campanha publicitária, tornando-a num sucesso.

Fica assim?

É estranho que a notícia sobre o «advogado contratado duas vezes» não tenha tido desenvolvimentos. Não haverá mesmo nada a acrescentar, nem a saber, nem a esclarecer?

Gandas Oportunidades

Não deixe lá (II)*

Durão Barroso percebeu que apenas se pode falar publicamente de defesa desde que daí não venham más notícias e fotografias incómodas.
Na verdade não mudámos muito desde o tempo em que no Boletim das Forças Armadas, na RTP, soldados algures em África repetiam numa dramática cantilena 'Votos de Feliz Natal e muitas prosperidades'. A ditadura atirava para as páginas interiores dos jornais os comunicados das Forças Armadas que constituíam quase exclusivamente a única informação sobre o que acontecia às tropas portuguesas em Angola, Moçambique e Guiné. Simultaneamente os portugueses eram atulhados com imagens sobre o Vietnam e instilava-se a ideia de que a 'nossa guerra' era diferente. Quiçá uma espécie de passeio a África para jovens que doutro modo não passariam de Lisboa. A invisibilidade da guerra surgia ao regime como uma estratégia de sobrevivência. Na democracia, que significativamente os portugueses associam ao fim da guerra, a dificuldade em lidar com o assunto não tem sido menor.
Quando após o 25 de Novembro de 1975, os militares regressaram aos quartéis donde tinham saído em 1926 e 1974 para marcar as datas cruciais da História portuguesa do século XX, deixando assim de ser o braço armado ou o apoio expressivo de antagónicos líderes civis, a simples existência das forças armadas e dos seus sempre incómodos orçamentos tornou-se difícil de explicar. ###
Vistas como uma sobra dispendiosa e anacrónica dum passado ditatorial que se quer esquecer e dum breve período revolucionário, as forças armadas sobreviveram como instituição mas para isso tiveram de se transformar no imaginário dos portugueses.
O serviço militar obrigatório terminou. E até que, em 1996, um contingente português com 912 voluntários partiu para o Kosovo, quase fomos levados a acreditar que todos os conflitos se resolveriam com o envio de observadores, equipas médicas e capacetes azuis. Não admira assim que em termos de informação sobre o que nos leva a esses cenários tudo se resuma à inevitável reportagem sobre o ainda mais inevitável bacalhau com couves que as nossas tropas comem desde a Jugoslávia ao Líbano.
Portugal partilha com várias democracias esta identificação entre forças armadas e uma ONG vestida de camuflado, que não combate antes faz missões de paz. E os sucessivos governos portugueses não estão sozinhos nem na incapacidade de assumir perante as respectivas opiniões públicas que se enviam soldados para cenários muito perigosos nem no temor que um qualquer episódio de urânio empobrecido, ataque ou acidente despolete uma grave crise política. A mentira e a retirada acabam assim por se tornar duas étapas quase incontornáveis das operações militares. A manipulação de histórias sobre massacres na antiga Jugoslávia e armas de destruição maciça no Iraque foram usadas para tornar aceitáveis intervenções bélicas que doutro modo não se conseguiriam fazer passar junto das opiniões públicas das democracias.

Obviamente que povos a quem não se fala a verdade sobre estes assuntos e que, sobretudo na Europa, gostam de acreditar que paz e pacifismo são sinónimos não são de modo algum capazes de suportar a verdade da guerra.Mais do que o Iraque, o Afeganistão pode vir a ser a principal vítima do trompe l'oeil a que chamamos defesa : vários dos países que apoiaram a invasão estão a retirar as suas tropas. Fazem-no discretamente e antes que algo de grave aconteça com algum dos seus contigentes. Nesse dia deixariam de poder responder "Deixe lá..."

*PÚBLICO, 22 DE NOVEMBRO

Parabéns

Ao Portugal Contemporâneo.

Leaving on a jet plane ... to Bali

A Lack of Apron Area Will Compel Delegations Attending the UN Climate Change Conference to Park their Planes Outside of Bali

The operational manager for Bali's Airport, Azjar Effendi, says his 3 parking areas can only accommodate 15 planes, which means that some of the jets used by VIP delegations will only be allowed to disembark and embark their planes in Bali with parking provided at airports in Surabaya, Lombok, Jakarta and Makassar.


O comentário do Instapundit é muito acertado:


I'll believe it's a crisis when the people who tell me it's a crisis start acting like it's a crisis. That clearly hasn't happened yet.


Continuo a achar que a Ilha da Páscoa também seria um local apropriado.

Ouvir o 'virtuose' *




A noite estava gelada mas fiz o percurso a pé. Quando cheguei à Casa da Música vi que a sala estava cheia. Depois entrou a Orquestra Barroca da Casa da Música e quem a ia dirigir por uma noite: Fabio Biondi. Felizes aqueles que conseguem assistir à actuação de um virtuoso. Já o tinha escutado num fantástico concerto sobre Vivaldi e, a partir daí, adoptei o seu talento como coisa imperdível.
Para quem olha a história como um todo não deixa de ser paradoxal que a época em que a Europa viveu sob uma tirania asfixiante, o absolutismo, tenha sido a mesma em que a arte foi elevada a níveis de beleza raras vezes replicados, o barroco – até tremo a pensar nisso.
Biondi, quer com o violino quer com a ‘viola d'amore’, é um privilégio para o espírito. E não só – no regresso a casa, senti-me abraçado na melodia singular em que tinha estado. E não senti frio.

* Publicado no Correio da Manhã em 19.XI.2007

22.11.07

Como se brincava antes da Playstation

Desafiou-me o Jorge, numa daquelas cadeias do “toma lá e passa a cinco”, a contar-lhe como se brincava antes das Playstations. Ora, brincava-se com a Dreamcast. E antes, com a Saturn, a Megadrive e o Spectrum. Ou ainda, muito antes, com a TV Brinca. Ou então, quando havia trocos, íamos às casas de flippers. E até houve uma altura em que fazíamos corridas de automóveis numa maquineta da Rua Passos Manuel, 500 metros abaixo da Joaninha.###

Algarve, anos 70. Nunca jogava ao pião. A minha falta de jeito envergonhava-me. O desgraçado do bicho raramente respeitava as minhas tentativas de conseguir uma rotação perfeita. A falta de jeito era tão notória que, uma vez, em que acertei milagrosamente em cheio no pião do Canelas, foi notícia do dia, na turma. Para fugir à humilhação dos maus resultados, preferia o berlinde, desporto em que conseguia manter alguma competitividade. Um outro jogo em que não era muito mau era na Pedra. Moldava-se um montinho de terra junto a um muro e cada jogador enterrava um cromo. Depois atirávamos pedras a 5 metros de distância, contra a terra. Cada cromo que ficasse à vista ficava para o atirador da pedrada. É por isso que em algumas colecções da época, há cromos que parecem saídos de uma luta na lama.

Uma actividade desportiva de primeira água era o campeonato de pulgas, na carpete da sala. O campo tinha um metro e meio, no máximo. As duas partes de uma caixa de sapatos serviam de balizas. Dois livros do Círculo de Leitores, tamanho estandardizado, faziam de guarda-redes. Uma pulga pequena, amarela, era a bola. E depois, um de cada vez, com uma pulga maiorzinha, tentávamos meter a “bola” na baliza adversária. A minha ‘pulga grande’ era sempre verde, a do Zé, o meu grande adversário e presença constante nas finais, era sempre vermelha. Um só clique de cada vez, depois é o outro. Se a pulga saia do campo, o adversário tinha direito a dois toques. Podia ajustar-se a posição do guarda-redes, mas sempre a tocar na linha de baliza. Grandes golos, grandes jogos, grandes campeonatos. Inesquecíveis aqueles momentos em que um ‘clique’ bem aplicado fazia a “pulga” voar um metro de distância, raspar a lombada de um qualquer best-seller do Konsalik e entrar na tampa de uma caixa de sapatilhas brancas da Sanjo.

Também houve uma fase de jogos de tabuleiro. Monopólio, Cluedo, Bolsa. Mais tarde o Risco e esse grande Diplomacia que se arrastava por 2, 3 dias, com encontros no café para negociar estratégias e encontrar a melhor maneira para trair os nossos companheiros na altura certa, quando a retaliação já não era possível.

E depois, quando o sol de Inverno estava a jeito, tínhamos as jogatinas de bola. Sempre que possível na Rua do Coelho, que era largueirona e só passavam 3 carros por cada Inverno. Os jogos começavam às 3, intervalo às 5 para lanchar, segunda parte até já não se ver a bola na escuridão. 35-17, 20-6, 40-20, eram resultados normais.

Isto era de Inverno. Quando a voz começava a mudar e o Verão punha fim aos tempos de escola, o desporto favorito era outro. As inglesas. Inglesas era o nome que dávamos às turistas de terna idade, fossem elas alemãs, holandesas, americanas, espanholas ou meninas da Amadora. Com maior ou menor sucesso, durante 3 meses, praticávamos diariamente. Ou pelo menos, tentávamos. Também neste desporto havia um Cristiano Ronaldo. Era o Miguel. O Miguel brilhava. Conseguia marcar, quase todos os dias, sem esforço. Diziam as miúdas que ele era mais giro que o Elvis. O Miguel chegava, olhava em volta, escolhia, sentava-se ao lado das inglesas e sorria. Pimba, mais uma. Para os outros, dava mais trabalho, mas lá pelos Algarves a oferta era tão grande, que, felizmente, havia sempre sobras suficientes para os mais inaptos.

Nesses anos, antes do encolhimento dos dias, o tempo chegava para tudo. É do tempo que tenho mais saudades.

Mr Palestine



(Via Atlântico)

Há muito tempo que não lia nada que me desse maior esperança

«Sócrates acusa Governo de promover o 'maior ataque fiscal à classe média'» ###
O candidato a secretário-geral do PS José Sócrates acusa o Governo de promover o "maior ataque fiscal à classe média portuguesa" através da sua política económica e prometeu que vai combater as medidas anunciadas pelo ministro das Finanças.
Sócrates falava ontem num jantar com apoiantes que reuniu cerca de duas mil pessoas na Covilhã, cidade onde iniciou a sua carreira política. Para José Sócrates, Bagão Félix 'confirmou esta semana que a política económica dos últimos dois anos vai ser paga pelos suspeitos do costume: os trabalhadores por contra de outrem, a classe média portuguesa'. 'Este é o maior ataque fiscal à classe média portuguesa e o PS vai-se opor a estas medidas porque são injustas', realçou José Sócrates.
http://dossiers.publico.pt/noticia.aspx?idCanal=1349&id=1203788

Contra o caos, a bagunça, os nocivos e a ICANN

«Cibercrime sem punição»
«
Fonte da Polícia Judiciária (PJ) contactada pelo DN considera a Internet uma 'bagunça', frisando que ninguém é responsabilizado pelos conteúdos que divulga. 'Dizem que não têm culpa que lá tenham posto aquilo', disse. O 'caos', adiantou, resulta da fraca legislação que impossibilita reprimir a divulgação online de conteúdos nocivos para as pessoas, especialmente para as crianças
http://dn.sapo.pt/2007/11/22/sociedade/cibercrime_punicao.html


«Brasil, Irão e China propõem criar uma ONU para a Internet»
Criar um organismo internacional que seguisse o modelo da ONU foi umas das principais propostas saídas do Fórum de Governação na Internet, que decorreu no Rio de Janeiro na semana passada. A ideia foi subscrita pelo Irão, China e Brasil, países que argumentam que a Internet deveria ser administrada pela Organização das Nações Unidas ou outra organização mundial. ###
Mas Vinton Cerf, 'o pai da Internet', duvida da capacidade dos governos de se aliarem para aumentar o controlo da rede, no que diz respeito a cibercrimes, divulgação de actividades terroristas e pornografia infantil. 'Praticamente todos os países do mundo têm algum acesso à Internet. É tentador pensar que é preciso uma estrutura com os moldes da ONU, mas isso é errado', defendeu o norte-americano de 64 anos que, com Robert Kahn, desenvolveu na década de 70 os protocolos TCP/IP, a base da infra-estrutura de comunicação dos computadores ligados à Web. 'Hoje, 99 por cento da rede está nas mãos do sector privado', explicou. A gestão da rede está nas mãos da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN na sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos ligada ao Departamento de Comércio norte-americano. E a ideia agora apresentada por estes três países não é nova: já foi defendida na Cimeira Mundial para a Sociedade de Informação de 2005, em Tunes - de onde saiu a ideia de realizar estes fóruns para discutir a Internet. 'Defendemos que a Internet não pode estar sob a tutela nem dos Estados nem do dinheiro', defendeu o ministro brasilieiro dos Assuntos Estratégicos do Brasil, Mangabeira Unger. 'Queremos que o novo órgão [que substituiria o ICANN] tenha a participação dos Governos e de empresas, mas com preponderância da sociedade civil', manifestou. Cerf, presente no encontro que reuniu cerca de 1700 pessoas de mais de 100 países, mostrou-se contrário à criação dessa entidade intergovernamental. 'Há cerca de 1200 milhões de utilizadores de Internet. É preciso, isso sim, uma estrutura de participantes de múltiplos sectores para avaliar todas as perspectivas", vincou. Confrontado com a dificuldade de combater a promoção de imagens e práticas de pedofilia na rede, um dos grandes temas deste fórum, o cientista disse duvidar de que uma estrutura tipo ONU possa erradicar essas práticas. E propôs o reforço de acordos internacionais que estabeleçam punições a quem violar regras de acesso à rede, à semelhança da Convenção de Cibercrime avançada pelo Conselho da Europa, a que já aderiram 43 países, incluindo os EUA. 'Esse é o caminho', reforçou. 'Quando se cria uma infra-estrutura disponível ao público, tudo o que de bom e de mau têm as pessoas acaba por aparecer na Internet', disse.
PÚBLICO, 19 DE NOVEMBRO

Tigres de papel XII

"Fundamentalistas são aqueles (economistas) que pensam que num mundo finito é possivel desenvolvimento infinito." disse o doomer.

"O mundo é finito, mas a capacidade de inovação dos seres humanos é suficientemente grande para garantir um desenvolvimento que, para todos os efeitos práticos e para um horizonte temporal suficientemente longo, é infinito", explicou Julian Simon

"There's Plenty of Room at the Bottom", disse Feynman

Engines of Creation, concluiu Drexler

Ainda se ouviu Keynes: "desenvolvimento infinito? Who cares! A longo prazo estaremos todos mortos"

Tigres de papel XI

"Peak oil", disse o doomer.

"$$$$$$$$", disse o consultor financeiro. "Tenho aqui produtos financeiros para quem quiser apostar no "Peak oil", na "queda do dólar" e no aquecimento global catastrófico. Quanto é que está disposto a apostar?"

Tigres de papel X

"Peak oil", disse o doomer.

"Tar sands", disse o céptico.

"Peak water", replicou o doomer.

Envelheço a ver esta selecção (III)


Este foi o treinador que pôs a selecção a jogar melhor futebol nos últimos 20 anos. Só fomos eliminados no Euro 2000 por uma super-França e graças a uma mão na área a 2 minutos do fim - muito diferente do que perder uma final em casa com uma equipa de 2ª categoria...
Humberto Coelho foi-se embora nunca percebi porquê. Nunca se zangava com os clubes. Nem com os jornalistas. E, contudo, a selecção tinha uma garra que agora perdeu. E só ganhou em arrogância vazia e desculpas de mau pagador.
Quando li isto, do jcd (como a memória é curta e selectiva!), lembrei-me que esse texto poderia ser uma óptima legenda para o vídeo acima. Será que alguém acredita que a selecção de Scolari conseguiria recuperar daquela maneira?

Tigres de papel IX

"Aquecimento global catastrófico", disse Al Gore.

"Não é possível", disse o doomer. "Não há petróleo que chegue para isso". E acrescentou: "Peak Oil".

Tigres de papel VIII

"Peak Oil", disse o doomer


"Singularity"
, disse o transhumanista

Envelheço a ver esta selecção (II)

Sim, com esta envelhece-se. Sofre-se. Luta-se pelo apuramento, estamos sempre entre os melhores, chegamos a meias finais e a finais das grandes competições. Com a outra, a do antigamente, é que era um descanso. Ao fim de meia dúzia de jogos já não tínhamos hipóteses e acabava o stress.

Quem é que envelhecia a ver jogos dos europeus ou dos mundiais entre as outras equipas, as tais que se qualificavam em vez de nós?

21.11.07

Tigres de papel VI

Peak Oil!

Carvão!

Tigres de papel V

"Peak Oil!", disse o doomer.

"Tar sands", respondeu o canadiano.

Não vou ao Dragão

Quero que Portugal ganhe e se apure. E que jogue melhor do que nos últimos jogos, quer quando ganhou, empatou ou perdeu. Até agora, esta selecção, neste Europeu, só demonstrou que é uma equipa desconchavada, sem humildade, sem rigor táctico, sem fio de jogo. Só transborda soberba. Muita. Depois, as ausências, forçadas ou não, são demasiadas: Figo, Rui Costa, Deco, Ricardo Carvalho, Hugo Almeida, Quim (no banco, incrivelmente).
E algumas presenças entristecem - como é que uma equipa com Nuno Gomes a titular merece o apuramento? Tenho para mim que se não tivesse surgido aquela lesão providencial ao preferido de Scolari, algures na Ásia, já não estaríamos na corrida porque nem Hugo Almeida nem Makukula teriam tido hipótese de jogar.
Bom, mas agora é tempo de esperar o melhor, milagres, ajudas, o costume. E puxar pela selecção. Oxalá esta mereça tanto.

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Correlation is Causation

New Poll Shows Correlation is Causation


WASHINGTON (AP) The results of a new survey conducted by pollsters suggest that, contrary to common scientific wisdom, correlation does in fact imply causation. The highly reputable source, Gallup Polls, Inc., surveyed 1009 Americans during the month of October and asked them, "Doyou believe correlation implies causation?" An overwhelming 64% of American's answered "YES", while only 38% replied "NO". Another 8% were undecided. This result threatens to shake the foundations of both the scientific and mainstream community.

"It is really a mandate from the people." commented one pundit who wished to remain anonymous. "It says that The American People are sick and tired of the scientific mumbo-jumbo that they keep trying to shove down our throats, and want some clear rules about what to believe. Now that correlation implies causation, not only is everything easier to understand, it also shows that even Science must answer to the will of John and Jane Q. Public."

Lino e o TC

Comparativo entre os factos desmentidos pelo ministro Mário lino, os factos alegados pelo semanário «SOL» e os factos constantes das conclusões do Relatório do Tribunal de Contas relativo à auditoria à Estradas de Portugal:###



MÁRIO LINO

SOL

TRIBUNAL DE CONTAS

«O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações não tem conhecimento de qualquer relatório final do Tribunal de Contas sobre a gestão financeira, em 2005 e 2006, das Estradas de Portugal.»«relatório final da auditoria feita pelo Tribunal de Contas à gestão da Estradas de Portugal, no ano de 2005 – o primeiro em que esta empresa pública foi tutelada por Mário Lino, ministro das Obras Públicas.»Pode o MOPTC desconhecer o Relatório, pois o mesmo foi finalizado a 25/10 e poderá não lá ter chegado a 03/11.
«Os valores constantes da notícia são completamente falsos e absurdos.»Baseado em valores do TCVer Relatório do TC
«Diz a notícia que as adjudicações directas contratadas pela EP ascenderam a 2,5 mil milhões de euros de euros em 2005. Totalmente falso e absurdo: as contratações realizadas pela EP em 2005, através de todos os tipos de procedimentos, sendo a larga maioria por concursos públicos, não ultrapassaram os 600 milhões de euros.»«Dois mil e 500 milhões de euros de compromissos assumidos por ajuste directo,»;

«os contratos assumidos por ajuste directo atingiram, em 2005, o montante de 2.528,1 milhões de euros».
«Os contratos fundados em ajuste directo e relativos a investimento em execução, em 2005, atingiram o montante de € 2.528,1 milhões, o que representa 18,5% dos investimentos e um incremento de 47,2% (€ 810,4 milhões) relativamente às autorizações iniciais, enquanto que os demais (81,5%) tiveram um incremento de apenas 19,7%.»
«Diz a notícia que o endividamento da EP atingiu os 700 milhões de euros em 2005. Totalmente falso e absurdo: em 2005, os empréstimos contraídos pela EP foram de 50,5 milhões de euros e, em 2006, o endividamento bancário adicional foi de 13,5 milhões de euros.»«700 milhões pedidos à banca»«A EP celebrou, no decurso do ano de 2005, contratos de abertura de crédito com diversas instituições bancárias, que atingiram € 700 milhões.»
«Diz a notícia que a EP gastou em obras 9,5 mil milhões de euros em 2005.
Totalmente falso e absurdo: a execução financeira da EP, em investimentos, totalizou 912 milhões de euros, em 2005, e 779 milhões de euros, em 2006.»
«Do total de 9,5 mil milhões de euros gastos no mesmo ano em obras..»;«Por tipologia, os investimentos em obras, no valor de € 9.840,8 milhões, são os mais significativos – 72,1% –»
«O Relatório e Contas da EP de 2005 está aprovado, obteve parecer do Fiscal Único e está disponível no site da empresa: www.estradasdeportugal.pt


«Até o revisor oficial de contas da
empresa pôs «reservas» à Conta da empresa de 2005, revela o TC, as
quais foram acompanhadas pela Inspecção de Finanças, em duas auditorias realizadas em 2005 e 2006.»
Diz o Fiscal Único citado no Relatório:
«....as demonstrações financeiras antes referidas não apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira da EP – Estadas de Portugal, EPE, em 31 de Dezembro de 2006, o resultado das suas operações e os fluxos de caixa findo naquela data, de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites».

conclui o TC:
«As demonstrações financeiras de 2006 foram auditadas por uma empresa externa que produziu um relatório com uma opinião idêntica à do ROC.

A certificação de contas adversa conduziria, logicamente, a uma proposta de reformulação das contas ou à sua não aprovação, caso as mesmas não fossem alteradas.

O que não se compreende é que o Fiscal Único tenha, por um lado, proposto a aprovação das contas e, por outro, emitido uma certificação de contas adversa, o que é, nos seus próprios termos, uma incongruência.»