30.9.04

OS ARGUMENTOS DE SEMPRE

O Governo aprovou as portagens nas SCUT's. Como a medida é incompreensível para a maior parte dos que por elas transitam há vários anos, os apoiantes de todas as medidas do Governo desdobraram-se em razões, explicações, argumentos e esclarecimentos.

Ele era o recém-descoberto "Princípio do Utilizador-Pagador", a homogeneidade de tratamento das regiões do interior face às do litoral do país e a exaltação genérica da equidade entre os contribuintes.

Assim acabou de fazer, na Sic-Notícias, o "especialista" Viegas. Expôs a defesa do Governo em directo, confortavelmente sozinho, esgrimindo os seus considerandos perante um casal de jornalistas dóceis e ignorantes.

Mesmo assim não foi convincente. As suas proposições transbordavam de tecnicismo mas careciam de ligação com a realidade quotidiana dos tais extraordinariamente marotos "utilizadores".

Pressentindo o perigo o "especialista" Viegas não resistiu: «Caso as portagens não tivessem sido aprovadas estariam em perigo as políticas sociais, nomeadamente o apoio aos idosos, à infância e aos mais necessitados».

Ora aí está! Qual "Utilizador-Pagador", qual carapuça!
Cessem as razões economicistas encapadas de liberalismo saloio "que um outro valor mais alto se alevanta".
O mesmo de sempre, aliás. O discurso redutor de todos os demagogos em todos os tempos: "Ou se faz aquilo que eu quero ou chegará a peste, a fome e a guerra!", ou então "Temos de aumentar o preço dos combustíveis para não sermos obrigados a aumentar o leite e o pão".

O "especialista" Viegas esteve sempre entre nós. E estará.
Tal como estão e estarão os "idiotas úteis" sempre prontos a aceitar qualquer falácia desde que esta surja devidamente embrulhada nas cores da sua predilecção.

Opções difíceis

(sugestão de leitura especialmente dedicada ao MacGuffin)

A Win/Win Exit Strategy, por Thomas Gale Moore, senior fellow na Hoover Institution:

Bush and Kerry have both said that they want to bring the troops home. At the same time they claim that our military cannot be pulled out quickly because Iraq would collapse into chaos. (What is it in now?) But would the violence get worse or better if American troops left? Almost all the violence so far has been directed at either the occupying forces or their perceived allies, the Iraqi militia and police. U.S. troops are obviously a major part of the problem. Are they also part of the solution? Were the Americans to leave, civil war might break out; then again, it might not. Nevertheless, if both sides want the same thing - "Americans go home" - a deal may be possible.

After the election, the president-elect should announce that, if the resistance fighters stop the violence, all U.S. troops will be out of Iraq within three months. The president or his elected successor should go on to promise that the U.S. will stop its attacks in the country and will return its forces to their bases. In other words, the United States should announce a unilateral ceasefire.

Mercado Imobiliário e Concorrência.

F. Rocha Antunes escreve no A Baixa do Porto, sobre o novo R.A.U.

Salienta, na sua perspectiva, como factor relevante e positivo da recente reforma introduzida (legislada), a "mudança de paradigma" que vai provocar no nosso mercado imobiliário, de forma a que (mais ano, menos ano), este seja efectivamente determinado pelo "consumidor" (e não controlado pelo vendedor, como sucede agora).

Para tal, sugere uma maior transparência (leia-se, informação disponível).

Ora, independentemente de achar (muito) optimista a opinião de F. Rocha Antunes - basta ver a quantidade de reservas e excepções complexas e pouco perceptíveis de forma imediata! -concordo com a ideia base e sublinho a sugestão/reclamação de maior transparência.

A informação q.b. disponível é factor de acréscimo concorrencial em qualquer mercado....muito mais no mercado imobiliário.

AdC dá sinais de vida.

A Autoridade da Concorrência pronunciou-se sobre o mercado dos combustíveis e do pão, declarando que há indícios daquilo que, quanto ao primeiro, já há muito se sabia...pelo menos, se supunha: ou seja, a existência de práticas concertadas.

Curioso o "incómodo" sentido pelas gazolineiras.

Lições da Ryanair II

Isto de a Ryanair vender viagens Porto-Londres a 6 euros é o que normalmente se chama dumping.

Spreading obscenity

Saudi Edict Bans Mobile Phone Cameras

Por falar nisso, que é feito do al-Merdas?

A história repete-se

Ainda não foi desta que o FCP venceu na Liga dos Campeões 2004-2005.
No ano passado, depois de um empate na primeira jornada (com o Partizan de Belgrado) o Porto perdeu (na altura, em casa) com o Real Madrid (pelo mesmo resultado de hoje: 3-1), pela primeira e última vez. Daí para a frente, foi a caminhada triunfal para o titulo que se conhece.
Não há razões para não acreditar que o mesmo aconteça este ano. Venha daí o terceiro jogo.

Ar fresco

"Qualificando a segurança pessoal como tão importante quanto a segurança nacional, um juiz federal de Nova York impediu o governo dos Estados Unidos de promover buscas secretas de registros telefônicos e endereços visitados na internet. A União Americana de Liberdades Civis (ACLU, por suas iniciais em inglês) qualificou a decisão como uma "vitória marcante" contra as medidas implementadas pelo Departamento de Justiça dos EUA depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. (aqui)

(vozes: muito bem, muito bem...)

29.9.04

Mugabe

"The HIV/AIDS Catastrophe in Zimbabwe
About a quarter of Zimbabwe's adult population is HIV positive. More than 2,000 people die every week from AIDS - five every hour. (...) Last year, armed conflict killed [in Africa] some 3,400,000 people. AIDS killed 34 million."

Carta para Londres

Caro Bruno, há alguns pontos que eu não percebi:

- O que concluiu dos meus posts sobre a espontaneidade? Na sua opinião, o que é que eu defendi exactamente?

- Na sua opinião, anomia é o mesmo que anarquia?

- Isso da economia de mercado não é uma coisa um tanto anárquica?

- Se o caos na Somália resulta do colapso do Estado, qual é a causa do colapso do estado?

- Diz que "uma doutrina sobre o Estado e o seu potencial emancipador, not least no campo económico (fim do feudalismo, estimulo das actividades productivas, etc.)". Emancipador de quem, em relação a quem e com os recursos de quem? É que isto dos liberais que falam de entidades colectivas mas não se focam nos indivíduos faz-me confusão.

- Se o papel do estado é estimular as actividades produtivas, ele estimula-as com os recursos de quem?

- Na sua opinião, os governos devem seguir políticas keynesianas? Qual é a sua opinião em relação às críticas ao keynesianismo?

- Na sua opinião, o lucro tem algum papel no estímulo das actividades produtivas?

- Quando diz " Que eu saiba John Locke nunca teve problemas em trabalhar no Board of Trade, esse pioneiro do intervencionismo estatal!", está a defender alguma forma de culto de personalidade dos autores liberais?

- Quando diz "Economia forte = Estado fraco é outro sofisma" não estará a confundir estado forte com estado grande? É que, hoje em dia, o estado é grande, mas é fraco. Ou antes, é forte em relação aos individuos que supostamente devia emancipar e facro em relação aos lóbis que o dominam.

- Quando diz " Mas em todas as grandes economias o Estado tem um papel essencial", esse papel essencial é o papel de árbitro, de jogador ou de jogador-árbitro? Estamos a falar de nacionalizações, empresas públicas, elefantes brancos vários ou das funções que o estado mínimo deve ter? E já agora, qual é a relação entre os índices de liberdade económica e o desenvolvimento económico?

- Há alguma função que o estado desempenhe neste momento que pode ser melhor desempenhada pela sociedade?

- Qual a diferença entre o seu liberalismo e a social-democracia?

Um título perfeito


Só que não é verdade.
A redacção do "Inimigo Público" deve estar a mudar a capa.
.

Autoridade da Concorrência diz que o estado é o principal obstáculo à concorrência

Autoridade da Concorrência defende mais postos de combustíveis nos hipermercados

A Autoridade da Concorrência identificou vários problemas no mercado de combustíveis. Todos eles estão relacionados com problemas de sobre-regulamentação ou com concessões mal atribuídas pelo estado. O mercado precisa de mais bombas nos hipermercados, de mais diversidades nas auto-estradas, de melhor acesso aos portos e de mais oleodutos. Tudo isso depende do estado.

BOCAS DO DIA (2)

Via SMS:
«O Benfica este ano é mesmo capaz de ser campeão - é que o Governo decidiu fazer todos os possíveis para acabar com as listas de espera...»

BOCAS DO DIA

Via Impertinências:
«Um adolescente argentino de 15 anos de idade matou a tiro três colegas de escola e feriu cinco.»De que está à espera Michael Moore para ir lá abaixo fazer um Columbine latino-americano a denunciar a influência nociva nos jovens da tradição que os Montoneros deixaram na sociedade argentina.

Diz-me uma amiga:
«O Kerry não tem hipóteses. Já viste aquela cara? Parece uma estátua da Ilha da Páscoa!...»

Conflito entre a concorrência e os centros de decisão nacionais

Concorrência remete para poder político separação da TV Cabo da PT

Isto é assim: se a TV Cabo for separada da PT, passa a haver concorrência directa entre os serviços de ADSL da PT e os de Netcabdo. Para além disso, a TV Cabo pode aproveitar a rede de fibra óptica para entrar no mercado dos telefones.

Só que, se a PT for dividida, o estado, que ainda nomeia parte dos seus administradores, perde controlo político sobre o mercado de telecomunicações pois é mais dificil controlar duas empresas que uma.

Note-se que foi o estado que criou o monopólio da PT e que foi atrasando a liberalização total do mercado ao sabor dos seus interesses como accionista. Entretanto, a PT foi aproveitando para controlar todos os negócios das telecomunicações : conteúdos, wireless, cabo e rede convencional. Em todos eles, a PT tornou-se dominante porque beneficiou das decisões políticas do estado.

Mas o que é interessante nesta notícia é que a alegada autoridade reguladora não tem não tem autoridade para regular:

A Autoridade da Concorrência admitiu hoje que uma eventual separação da rede de televisão por cabo do negócio da rede fixa da Portugal Telecom (PT) deve ser decidida pelo poder político.

Political compass em português

Via Glória Fácil, descobri a versão em português do conhecido Political Compass. Feito o teste, os resultados são idênticos ao da versão original, pelo que adaptação será, em princípio e apesar da exiguidade da amostra, tão fiável como o original.

Os profissionais da pobreza

Mais uma abordagem sobre estes especialistas do rent seeking, na sequência de intensas discussões que aqui se geraram por via destas postas.

O Presidente da República e o Tratado Constitucional

Segundo o Público, o Presidente Jorge Sampaio "avisa que o projecto europeu pode acabar" e que "receia que a UE entre em crise com o alargamento e a falta de um tratado constitucional". O jornal, através da pena de Isabel Braga, afirma ainda que o Presidente apelou a todos os europeístas para "cerrarem fileiras e se empenharem colectiva e pessoalmente no processo de ratificação do Tratado Constitucional" [europeu].
Portugal terá, em princípio, um referendo ao dito tratado (ou a alguma ou algumas das matérias que dele constam). Cabe ao Presidente da República a convocação do dito referendo. A ser verdadeira a notícia, o Presidente começou a campanha a favor do "SIM" ainda antes de se saber o que irá ser referendado. Terá Sampaio dito o que o Público diz que ele disse? Ou os título e subtítulo da notícia são meras "deduções" da jornalista?
A ser verdade, o Presidente da República poderá aproveitar o final do mandato para tomar uma decisão verdaderamente polémica, que seria não convocar referendo nenhum, evitando assim o risco (remoto, é certo) de um NÃO vinculativo, que pudesse gerar uma crise - ou mesmo fim - do Projecto Europeu. Será assim?

Post scriptum: no mesmo jornal, escrevia a mesma autora há três dias atrás: «Luxemburgo, um país com 400 mil habitantes, 67 mil dos quais são portugueses». E hoje, ««este pequeno país no coração geográfico da Europa, com cerca de 70 mil habitantes, 17 mil dos quais são emigrantes portugueses». Há aqui qualquer coisa que não bate certo...

QUID JURIS, VALETE?

Há dias fomos inundados com as resplandecentes notícias que um menino de origem portuguesa residente na Suiça tinha sido objecto de uma cura classificada de milagrosa.
Foi apenas necessário um mero instante para que a responsabilidade do prodígio fosse atribuída pela entidade com posição dominante no mercado relevante dos milagres e do sobrenatural em geral: obviamente, que toda aquela maravilha tinha derivado de uma intervenção directa dos pastorinhos de Fátima - nem era preciso nenhum Sherlok Holmes para achar outra solução! -, assim, abrindo as portas para a tão almejada (e indubitavelmente merecida) santificação dos citados milagreiros.

Pressenti, então, a alegria no coração dos crentes, o anúncio da paz e da serenidade para todo o mundo já que, através dos pastorinhos pré-canonizados, Fátima transformava-se na beatífica cura dos conflitos da humanidade.

Mas, inopinadamente, surgem notícias que a central de Roma não anda demasiado satisfeita com a gestão do Santuário de Fátima. Problemas vários de gestão administrativa e financeira e a questão da abertura do mercado à concorrência, parecem ter aportado alguns escolhos na santa relação entre a central e a sua importante sucursal do distrito de Leiria.

Embora confiante que os citados pastorinhos estarão atentos e que a sua mediação não tardará, quis satisfazer a minha curiosidade em saber a interpretação do Valete acerca do conflito entre o Vaticano e os responsáveis pelo Santuário de Fátima.
Constatei que este ainda se encontra em estado de negação - isso não aconteceu, é invenção e tudo está em paz na indústria dos milagres e da fabricação amartelada de santos.

Mas restam algumas dúvidas - se para além dos ditames do dever de sujeição hierárquica da sua organização, o João Noronha concorda com o entusiástico extravasar ecuménico que caracteriza o Santuário nos últimos tempos?
Se a moda multiculturalista com adaptações religiosas tão cara aos ensinamentos de (S.??) Boaventura Sousa Santos (que nome abençoado!) está ou não de acordo com o severo posicionamento conservador e quase-ortodoxo que o Valete parece seguir de há um ano a esta parte?
Por último, se o conflito se vier a revelar verdadeiro, quem deverá ceder a quem - a central ou a sucursal? Centralismo ou regionalismo?

Telegrama

Bruno Somália não é liberal STOP Estados liberais protegem cidadãos contra iniciação da força STOP Liberalismo não é Anomia STOP

Mais um telegrama blasfemo

Caro Bruno,

Fico muito satisfeito por saber que goza de perfeita saúde. Estou certo de que assim que compreender que o liberalismo é incompatível com qualquer forma do socialismo passará a escrever magníficas cartas liberais.

Consultor 50 000 - Grande Empresa 0

50 mil docentes finalmente colocados via informática

De acordo com a ministra da Educação, os resultados que tardavam foram conseguidos através de uma solução informática desenvolvida pelo consultor contratado na última semana.


Nota: Comparar a produtividade deste consultor com a produtividade da equipa da Compta e com a produtividade dos funcionários públicos das 23 equipas que estavam para fazer o trabalho à mão.

MARAVILHAS E PRODÍGIOS

Com a franqueza que lhe é habitualmente reconhecida, o meu amigo CAA, em «post» anterior editado neste «blogue», manifestou algum entusiasmo pela vitória do Engº José Sócrates nas eleições internas do PS, chegando mesmo a dizer que os socialistas eram menos hipócritas do que os social-democratas e democratas-cristãos na arte de governar Portugal. Por conseguinte, conclui, para um liberal acaba por ser preferível ter os primeiros à frente do governo do que os segundos, poupando-se assim certos desgostos e mal-entendidos.
Ultrapassando a questão, cada vez mais formal (reconheço), do paradoxo da governação socialista poder agradar a um liberal, eu diria apenas que, quanto ao Engº Sócrates tudo, ou quase tudo, está politicamente em aberto.
E isto porque, de facto, pelo que se viu e ouviu da campanha no interior do PS, não se lhe conseguiu perceber uma única ideia para o País, qualquer que fosse o assunto tratado. De resto, diga-se em homenagem à verdade, que nem ao Engº Sócrates nem a nehum dos outros dois candidatos. Mesmo num daqueles mapas sinópticos sobre as posições relativas dos candidatos em relação a assuntos da actualidade nacional publicado num jornal qualquer, as respostas não ultrapassavam uns lacónicos «sim» e «não» («É a favor ou contra a interrupção voluntária da gravidez?»; todos em coro: «SIM!»; «é a favor da guerra no Iraque?», todos em coro: «NÃO!») Pior ainda: com nuances quase indetectáveis, todos respondiam invariavelmente o mesmo, não se entendendo, de facto, porque se apresentavam em separado à liderança do partido.
A verdade é que assistimos a uma luta interna para tomar o poder no PS, aliás, respatabilíssima, e à marcação de territórios próprios. O Engº Sócrates ganhou folgado, o Dr. Alegre conquistou uma razoável quota no mercado socialista (que lhe permite almejar a paragens presidenciais com que nunca antes sonhara) e o Dr. Soares espatifou um pequenino, mas influente, pecúlio político-partidário que durante anos acumulara. Quanto ao mais e ao resto, o que contou para a decisão foi a capacidade que os militantes e dirigentes socialistas intuiram em Sócrates para arrebanhar eleitorado e ganhar eleições, agora que um novo ciclo eleitoral vai começar a sério. O homem, ao contrário dos outros, sai bem na televisão, e isso é o que conta, hoje em dia, nesta nossa «democracia» mediatizada. O resto, concretamente o que fará ou deixará de fazer se e quando chegar ao poder, logo veremos. Mas, numa coisa julgo que estamos de acordo: não são de esperar maravilhas nem prodígios, pelo menos, muito diferentes daquilo a que estamos habituados.

Algo não bate certo

O Governo anunciou que já estão disponíveis as listas de colocação de professores.
Sendo o processo realizado de forma "manual", foram necessários apenas 7 dias (de 21 a 28) para tal tarefa.
Hum...., isto cheira muito mal.
De Maio até 20 de Setembro, (4 meses, 120 dias), não se conseguiu informáticamente resolver a situação. Ninguém, pelo meio, sugeriu ou implementou a solução "manual". Estranho, muito estranho.

Raposas e totalitarismo

(via LRC)

Taki sobre a proibição da caça à raposa e o ataque às liberdades no Reino Unido:

I do not hunt or shoot, but the ban is as illegitimate as it gets. Which is why fishing and shooting and polo and boxing and booze and smoking and all sorts of other pleasures will definitely be next. Perhaps not in our lifetime, but they are next, and remember who told you so first. (I shall be practising karate -also on the endangered list - in that dojo you-know-where.)

At a dinner in honour of Lady Thatcher, given by Robin Birley and his mother Annabel Goldsmith, some of us had the opportunity to bring up immigration and how Labour is lying its head off about the millions who have settled here illegally and the way they're still pouring in. Lady T. did not voice an opinion because she is strict about criticising the government at chic dinner parties. If only those who were so against her did the same when they were out of power. I told her that if I were poor I would be BNP, and she did not like it at all. Veritas odium parit. Now I read that if one is a member of the BNP one cannot hold a Civil Service job, which smacks, after all, of what the Germans decreed about the Jews back in the Thirties. Slowly but surely we'll get there.

A "terceira via" com Mugabe

SÓCRATES: UM VENCEDOR INEVITÁVEL

Contrariamente à opinião maioritária que tenho visto publicada nos blogues, julgo que o PS, depois deste fim-de-semana, está nas melhores condições de alcançar o poder desde 2002.

Não vejo em Sócrates a catadupa de defeitos que a crença de outros se esforça por descortinar. Por exemplo, entendo que os que se refugiam em qualificativos desdenhosos como o de "Pimba da Aldeia" para Sócrates não estão a fazer o mesmo tipo de análise metafórica para os membros do actual e do antigo Governos.
Senão...

É inegável que a campanha interna de Sócrates foi uma agradável surpresa para muitos não-socialistas.

E bem vistas as coisas, para um liberal, não existem grandes diferenças entre o culto da manutenção das linhas gerais do presente sistema, bem como os desvios estatizantes e a devoção pindérica pelas políticas sociais de um Bagão Felix ou um Arnaut, face ao que Sócrates e os seus pretendem como modelo de sociedade.
Os erros são os mesmos, como semelhantes são as ignorâncias reais e os equívocos sociais.
Os socialistas têm a irredutível vantagem de serem menos hipócritas, i. é não estarem constantemente a encherem a boca com a defesa da propriedade, da liberdade e da economia de mercado, para depois, camufladamente, tudo fazerem para cercearem os valores que apregoaram e que levaram tantos ingénuos a elegê-los.

O resto é propaganda folclórica para "inglês" ver e os tolos, sempre omnipresentes, se contentarem.

O RIDÍCULO MATA

"(...) utilizamos a luta armada para recuperar os direitos do nosso povo, graças à luta armada Euskal Herria tem aberta a via para a liberdade, pois a paz só virá de mãos dadas com a Justiça e os respeito aos nossos direitos (...)

Retratos

A miséria. A grande miséria humana.
A violência.
A estupidez.
Num espaço tão pequeno e num mesmo acontecimento parece que tudo o que de pior que existe um Portugal se juntou num só quilómetro quadrado.
Todos os que largam os shoppings e vão a correr passear num domingo para "a aldeia". Perante a incompreensibilidade, ficam aflitos e incomodados com as suas frustrações, os seus medos, a falta de sentido da sua própria vida.
Os "repórteres", que para ganhar a vida passam horas diante de uma casa ou à porta de um posto de polícia ou de um tribunal para dizer nada. Para dar voz a todos os que precisam de terapia, de descarregar emoções.
A RTP (Rasca Têvê Portuguesa), "serviço público"(??), e todas as outras, a perder horas de emissão de vazio, a esgravatar nas emoções, sem conteúdo, sem notícia. E os "populares". As forças policias a darem pormenores das investigações à socapa.
A (re)descoberta de que uma instituição de "protecção à criança" que em tempo útil nada fez. O ministro que vem defender obrigatoriamente a instituição. E que sem recorrer a estudos, sem relatórios, sem nada, anuncia de imediato, e para aplacar a emoção pública, mais uma "reforma" da instituição.
No meio de tanta tristeza surgem duas vozes, vindas de onde nem sempre surge o bom senso: uma "popular" que apela a que os forasteiros deixem aquela comunidade em paz, que não fiquem especados diante de uma porta: "é só uma porta branca, não tem mais nada, não adianta estar a olhar para ela". E o padre local, que sem medo, sem conceder à popularidade e à emoção, chama as cosias pelos nomes, aponta as causas profundas e essenciais. Serenidade e sabedoria.

Leia outra vez, por favor

Mais uma carta de Londres:

De facto, pergunto eu, porque será que esses neo-liberais nunca se referem aos casos em que o esforço para acabar com o Estado foi bem sucedido, em que reina a espontaneidade? Casos como o ex-Zaire (ou será ex-Congo?) ou a ex-Somália, ou até o ex-Iraque, ou o ex-Afeganistão. Curiosamente até no caso deste dois últimos ex-países, quando se referem a eles é para insistirem que a autoridade do Estado está a ser restabelecida e não há razão para nos preocuparmos. Notam aqui alguma falha de lógica ou sou só eu?


Eu já desconfiava, mas agora tenho a certeza. O Bruno faz leituras apressadas do que aqui se escreve.

Uma questão interessante II

Pois é! Esta história da Recta do Picanço está mal contada. Pelo que percebi, Neutel Mendes é acusado de homicídio voluntário por, numa corrida numa estrada privada aberta ao público (?), se ter despistado (?) e embatito numa série de carros mantando no processo 3 pessoas. Segundo os jornais, estas 3 pessoas não eram transeuntes apanhados à traição por um irresponsável. Eram eles próprios irresponsáveis que sabiam muito bem ao que iam. Iam ver, de sua livre e espontânea vontade, uma corrida de risco. Sendo assim, este não é um caso de homicídio voluntário. É um caso de suicídio voluntário.

Mas neste clima de paternalismo e indignação geral alguém vai ter que pagar por isto. Lá vamos ter que acusar o irresponsável que sobreviveu de um crime qualquer.

Blogs vs comunicação social (actualizado)

Sic demora uma semana a descobrir notícia que já tinha sido dada na Grande Loja.

Público dá notícia gerada por blogs.

Nobre

" (...) A vistoria da última licença necessária [para uma casa de Luis Nobre Guedes no Parque Natural da Arrábida] - a de utilização - demorou 23 dias e foi feita esta quinta-feira, três dias depois de a imprensa ter noticiado que Nobre Guedes tem uma casa na Arrábida e que faltava aquele documento. (...) (no Expresso, sem link)

É violação do segredo de justiça e ninguém diz nada

Buscas pelo corpo de Joana podem passar pelo aterro do Barlavento

As buscas pelo corpo de Joana Guerreiro, a criança de oito anos desaparecida da aldeia de Figueira, podem passar pelo aterro intermunicipal do Barlavento, revelam fontes policiais.

Viagem presidencial

O Presidente Jorge Sampaio vai ao Luxemburgo mostrar que nem todos os portugueses que vivem em Portugal são pobres: Para o efeito, viajará acompanhado de trinta exemplares da espécie "Homo aeconomicus lusitanus".

Centros de decisão liberais

Numa economia de mercado, os centros de decisão são os consumidores.

E agora sem estado

Já repararam nas actividades culturais que a sociedade civil mundial anda a fazer:


  • A Wikipedia, a enciclopédia mais citada da Blogosfera tem já mais de 1 milhão de artigos em mais de 80 línguas.
  • A ALL Species Foundation pretende catalogar todos os seres vivos da Terra nos próximos 25 anos.
  • O Projecto Gutenberg digitalizou nos últimos 30 anos milhares de livros no domínio público.
  • O Linux é um sistema operativo criado por Linus Torvalds que recebeu contribuições de milhares de voluntários espalhados por todo o mundo.
  • The Rosetta Project é um projecto de preservação das línguas faladas no planeta Terra, muitas das quais à beira da extinção.
  • A Wayback Machine é o arquivo da Internet.
  • A Ansari-X-Prize é uma fundação para a promoção de voos espaciais privados.

Para que serve a Caixa

Pergunta o Paulo Gorjão:

Alguém faz o favor de me explicar por que motivo o Estado tem de controlar um banco -- neste caso a CGD -- para funcionar como agente regulador do sector bancário? Por que motivo não seria suficiente a criação de uma Entidade Reguladora da Banca (ERB)?


Porque sem a Caixa não se podem fazer as negociatas de estado nem proteger os lóbis nacionais Mellos e os Champalimaux centros de exploração decisão nacionais. Era o fim do estado protector dos grandes interesses estratega.

VJS

Vicente Jorge Silva foi eleito como deputado independente.
Uma semana depois de eleito resolveu filiar-se no PS.
Na quinta-feira passada demitiu-se de militante.
Decidiu continuar como deputado independente.
Vá lá saber-se porquê, criticam-no por isso.
Porque será que o querem calar?
Quem é o/a deputado/a que o iria subsituir?
Se alguém não tem legitimidade para o criticar são os que defendem o actual sistema de eleição por "lista". Por muitas voltas que deêm, ele era e é deputado independente, logo o partido não é o dono daquela "vaga!.

Coisa diferente é analisar o que o próprio VJS diz: "a actividade de deputado "não é gratificante". (...) "De facto de momento não tenho outra coisa que me apeteça fazer, outra coisa mais interessante", afirmou, para logo a seguir acrescentar que gostaria de regressar ao jornalismo. "Fazer um jornal", apontou, seria uma das opções." (no Público)
Bom, é uma notícia tipo "classificados": Deputado, ex-jornalista, procura colocação compatível. Dão-se referências.

Lapsus centralista

Na Sic Noticias:
Maria João Avillez: "Então o vosso espectáculo ao vivo [Gato Fedorento] será só em Portugal?
Ricardo Araújo Pereira: "Bom, não creio que no estrangeiro se interessem pelo tipo de humor que fazemos".
Maria João Avillez: "Não era isso que eu queria dizer, era se iam fazer espectáculos apenas em Lisboa?"

Ordem Natural

Apesar das arbitragens, há sinais de retorno à normalidade na Superliga.

sim senhor

Pedro Santana Lopes critica ministros.

É sempre engraçado ver PSL em acção.
Primeiro faz declarações que são diariamente desmentidas ou ignoradas pelos ministros. O que já de si é sintomático sobre a sua forma de "governar".
Depois e apra piorar as cosias, vem agora negar. Fazendo mais barulho e voltando a chamar a atenção da opinião pública sobre o assunto. Chama-se isso "mexer na ferida".
Mas sinceramente, eu creio que as dissonâncias que tem vindo a público são propositadas. É uma "arte" própria que ele julga que dá resultado.

ânimo

Com a eleição do novo secretário-geral do PS, estão reunidas as condições para dar início ao processo que conduzirá a eleições gerais antecipadas.

Perguntas da Semana

1. As escolas do Estado devem apenas ensinar, ou também educar?
2. Deve o Estado intervir na Cultura?

Ter em atenção este artigo do "nosso" António Barreto, bem como todos os outros que ele escreveu recentemente sobre a educação, os Objectivos da Formação Cívica e, mais uma vez, o nº 2 do Artigo 43º da CRP:

O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.

Este (no caso esta), sim, é do(a)s nosso(a)s (II)

Helena Matos há muito que é uma referência para o (infelizmente, ainda não no) Blasfémias. Não fosse o respeito pelos direito de autor e as suas crónicas seriam semanalmente transcritas na íntegra neste blogue. Ponham os olhos nesta heresias:
Assim disposta por esta visão comecei a prestar mais atenção ao mundo associativo e desde então não tive mais um momento de enfado. É certo que as primeiras investigações resultaram numa enorme desilusão. Como foi possível que tivessem desaparecido sem um ai nem um lamento, associações como aquelas que espargiam amizade com a Albânia ou com a China? Que da amizade com a Coreia do Norte, nas nossas listas telefónicas, nada mais reste, além duma assinante que se apresenta como Floripes Coreia Liberal? (Há nomes que, temos de convir, têm algo de premonitório!)
(...)
E em Portugal, nem o fascínio exercido por Chomsky na esquerda, impediu que o Partido Socialista Revolucionário criasse um Grupo de Trabalho Homossexual. Se de facto, alguém no PSR tivesse lido o seu mestre linguístico-político teria percebido que a designação padece duma bizarra ambiguidade, nunca sendo claro quem, no caso se reivindica homossexual - o grupo ou o trabalho?
(...)
Contudo confesso que já quase a terminar este artigo descobri algo que ultrapassou tudo o que previra. E quando o descobri imediatamente percebi que ia demasiado tarde. Falo da Comissão de Utentes das Vias Interrompidas. Criada nas freguesias de Meixedo e Vila Mo, esta comissão deu lugar a um auto-denominado "Observatório Cívico". Como é possível trocar-se uma Comissão de Utentes das Vias Interrompidas por um anódino Observatório Cívico? Perda assim só a extinção do lince da Malcata.

Helena Matos, a julgar pelo primeiro parágrafo citado, ainda não conhece O Anacleto, associação de malfeitores que só agora começa a aparecer as pesquisas do google, e que ainda não consta das páginas amarelas.
Apesar do tom blasfemo, o artigo de HM vale mesmo a pena ser lido e objecto de reflexão. Aqui.

Este sim, é dos nossos!


Não era metediça, nem autoritária, antes pelo contrário. A minha Tia Clotilde gostava dos sobrinhos e tratava-os, desde sempre, como adultos. Tinha, perante a vida, uma atitude calma, que se traduzia numas dúzias de máximas e de directivas simples. Quem as quisesse seguir, muito bem. Quem não quisesse, era o seu problema. Quando, por exemplo, me preparava para viajar, já sabia que a sua última frase seria: "Não desças do comboio em andamento"! Quando sentia que estava a ultrapassar o seu papel de Tia amiga, terminava as suas advertências com uma conhecida sentença: "Era para teu bem!". É nela que penso hoje, todos os dias, cada vez que vejo o Estado ocupar-se do meu bem. Só que, com ela, era sincero. Com o Estado, tenho as maiores dúvidas. Que os padres, rabis, gurus e pastores de qualquer religião queiram impor comportamentos aos seus fiéis e seguidores, é lá com eles. Mas o Estado? Mesmo quando não está em causa o prejuízo claro de terceiros? (...)

Põe os olhos aqui, meu Caro CAA, isto é que já atinge foros de convicta Blasfémia, depois de uma longa, mas consistente evolução. E vinhas tu, sacrilegamente, tentar convencer-me das virtudes liberais do MST...

A 2ª derrota do delfim

Primeiro foi Santana, agora Sócrates. O populismo plebeu não tem parado de afrontar a "família real". Enfim, resta apostar no delfinzinho Jonas, que terá 25 anos em 2028. Ele já vem sendo mostrado...

25.9.04

VITÓRIA COM BOA EXIBIÇÃO

Toda a minha solidariedade pessoal vai para o Sr. Duarte Gomes que se esforçou até às últimas para cumprir a missão que lhe estava confiada mas que, apesar de porfiar denodamente e ter usado todos os meios ao seu alcance - dois golos limpos que foram anulados, faltas e faltas sobre o Diego perante a sua generosa complacência e já no final, num acto de raiva incontida, arrancou a expulsão do Hélder Postiga -, não conseguiu atingir os objectivos para que estava direccionado.
Espero que a compreensão e a sampaísta "serenidade" venham a imperar para que o Sr. Duarte Gomes não seja castigado e que os Srs. da arbitragem e da Liga lhe dêem uma nova oportunidade. Por exemplo, daqui a 15 dias...

Certezas e conjecturas IV

Limits to prediction II


Kevin Ke
lly sobre "The limits to growth":

The Limits to Growth model has many things going for it. Among them: It is not overly complex; it is pumped by feedback loops; it runs scenarios. But among the weaknesses I see in the model are the following:

Narrow overall scenarios. Rather than explore possible futures of any real diversity, Limits to Growth plays out a multitude of minor variations upon one fairly narrow set of assumptions. Mostly the "possible futures" it explores are those that seem plausible to the authors. Twenty years ago they ignored scenarios not based on what they felt were reasonable assumptions of expiring finite resources. But resources (such as rare metals, oil, and fertilizer) didn't diminish. Any genuinely predictive model must be equipped with the capability to generate "unthinkable" scenarios. It is important that a system have sufficient elbowroom in the space of possibilities to wander in places we don't expect. There is an art to this, because a model with too many degrees of freedom becomes unmanageable, while one too constrained becomes unreliable.

Wrong assumptions. Even the best model can be sidetracked by false premises. The original key assumption of the model was that the world contains only a 250-year supply of nonrenewable resources, and that the demands on that supply are exponential. Twenty years later we know both those assumptions are wrong. Reserves of oil and minerals have grown; their prices have not increased; and demand for materials like copper are not exponential. In the 1992 reissue of the model, these assumptions were adjusted. Now the foundational assumption is that pollution must rise with growth. I can imagine that premise needing to be adjusted in the next 20 years, if the last 20 are a guide. "Adjustments" of this basic nature have to be made because the Limits to Growth model has...

No room for learning. A group of early critics of the model once joked that they ran the Limits to Growth simulation from the year 1800 and by 1900 found a "20-foot level of horse manure on the streets." At the rate horse transportation was increasing then, this would have been a logical extrapolation. The half-jesting critics felt that the model made no provisions for learning technologies, increasing efficiencies, or the ability of people to alter their behavior or invent solutions.

There is a type of adaptation wired into the model. As crises arise (such as increase in pollution), capital assets are shifted to cover it (so the coefficient of pollution generated is lowered). But this learning is neither decentralized nor open-ended. In truth, there's no easy way to model either. Much of the research reported elsewhere in this book is about the pioneering attempts to achieve distributed learning and open-ended growth in manufactured settings, or to enhance the same in natural settings. Without decentralized open-ended learning, the real world will overtake the model in a matter of days.

In real life, the populations of India, Africa, China, and South America don't change their actions based upon the hypothetical projections of the Limits to Growth model. They adapt because of their own immediate learning cycle. For instance, the Limits to Growth model was caught off-guard (like most other forecasts) by global birth rates that dropped faster than anyone predicted. Was this due to the influence of doomsday projections like Limits to Growth? The more plausible mechanism is that educated women have less children and are more prosperous, and that prosperous people are imitated. They don't know about, or care about, global limits to growth. Government incentives assist local dynamics already present. People anywhere act (and learn) out of immediate self-interest. This holds true for other functions such as crop productivity, arable land, transportation, and so on. The assumptions for these fluctuating values are fixed in Limits to Growth model, but in reality the assumptions themselves have coevolutionary mechanisms that flux over time. The point is that the learning must be modeled as an internal loop residing within the model. In addition to the values, the very structure of the assumptions in the simulation-or in any simulation that hopes to anticipate a vivisystem-must be adaptable.

World averages. The Limits to Growth model treats the world as uniformly polluted, uniformly populated, and uniformly endowed with resources. This homogenization simplifies and uncomplicates the world enough to model it sanely. But in the end it undermines the purpose of the model because the locality and regionalism of the planet are some of its most striking and important features. Furthermore, the hierarchy of dynamics that arise out of differing local dynamics provides some of the key phenomena of Earth. The Limits to Growth modelers recognize the power of subloops-which is, in fact, the chief virtue of Forrester's system dynamics underpinning the software. But the model entirely ignores the paramount subloop of a world: geography. A planetary model without geography is...not the world. Not only must learning be distributed throughout a simulation; all functions must be. It is the failure to mirror the distributed nature-the swarm nature-of life on Earth that is this model's greatest failure.

The inability to model open-ended growth of any kind. When I asked Dana Meadows what happened when they ran the model from 1600, or even 1800, she replied that they never tried it. I found that astonishing since backcasting is a standard reality test for forecasting models. In this case, the modelers suspected that the simulation would not cohere. That should be a warning. Since 1600 the world has experienced long-term growth. If a world model is reliable, it should be able to simulate four centuries of growth-at least as history. Ultimately, if we are to believe Limits to Growth has anything to say about future growth, the simulation must, in principle, be capable of generating long-term growth through several periods of transitions. As it is, all that Limits to Growth can prove is that it can simulate one century of collapse.

"Our model is astonishingly 'robust,' " Meadows told me. "You have to do all kinds of things to keep it from collapsing....Always the same behavior and basic dynamic emerges: overshoot and collapse." This is a pretty dangerous model to rely on for predictions of society's future. All the initial parameters of the system quickly converge upon termination, when history tells us human society is a system that displays marvelous continuing expansion.

Lomborg, o vegetariano

Bjorn Lomborg, o autor de The Skeptical Environmentalist desmontou com quantidades abissais de dados muitos dos argumentos dos ambientalistas. É apreciado pela direita, recebe elogios da Economist e é odiado pela esquerda e pelos movimentos ecologistas. É também ecologista (ex-GreenPeace), vegetariano e homossexual.


A tarte como argumento científico

Objectivos da Formação Cívica

Segundo um dos milhentos sites do Ministério da Educação, a disciplina de formação cívica serve para:


  • Desenvolver competências necessárias ao exercício do cidadania;
  • Desenvolver nos alunos atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência que conduzam à formação de cidadãos autónomos, participativos e civicamente responsáveis;
  • Promover valores de tolerância e solidariedade;
  • Estimular a participação dos alunos na vida da turma, da escola e da comunidade em que estão inseridos.


Lembro que o nº 2 do Artigo 43º (Liberdade de Aprender e Ensinar) da CRP, dispõe:

O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.

Cela, o informador

Parece que sim.
Apeciar a obra de alguém implica uma qualquer espécie de "negação", "desculpabilização", "comprensão" para com a vida/actos/atitudes do artista? Não. Criação por uma lado e vida pessoal, política, amorosa, moral, por outro são apreciadas independentemente uma da outra. As obras artísticas valem por si mesmas. Certamente que para a sua compreensão integral, por vezes é necessário apercebermo-nos de múltiplos factores exteriores à obra (pessoais, culturais, económicos, polticoios, religiosos, filosóficos, etc.). Ainda assim, não vejo que seja necessário realizar um juízo sobre os mesmos, mas sim apercebermo-nos da relevância dessas influências ou inspirações para a obra. Ou seja, continua esta a ser o ponto essencial de interesse e de admiração.
Naturalmente, os defensores de causas relacionadas com aspectos concretos da vida do autor terão a tentação de se apropriarem dessa similitude(obra/criador) para validar a sua própria argumentação. Mas tal é abusivo. Se determinado autor/criador era católico, homosexual, bígamo, fascista, comunista, liberal, pedófilo, muçulmano, mulher, nacionalista, ladrão, etc., etc., tais aspectos ajudam e podem mesmo ser vitais para compreender a essência da obra que se admira. Mas em nada acrescentam sobre a relevância ou pertinência de tais convicções/comportamentos. É meramente uma questão factual/estatística.
(p.s Camilo José Cela não é dos meus autores preferidos. Questão de gosto, não de mérito que para isso não tenho qualificações. Saber que ele foi um pulha delator ao serviço do ditador Franco, não me faz apreciar nem mais nem menos a sua obra.

Re:EPIDEMIAS

São estes senhores dos atestados que dão Formação Cívica no Ensino Básico?

Para que serve?

"O Instituto de Informática, um organismo do Ministério das Finanças que orienta a promoção e o desenvolvimento de sistemas de tecnologias de informação na Administração Pública, não está surpreendido com os problemas na aplicação responsável pela colocação dos professores. Luís Vidigal, da direcção da instituição, realça que não conhece o projecto em causa, mas sustenta que a organização existente leva facilmente a situações como esta. " (Público)

Se o organismo que "orienta a promoção e desenvolvimento de sistemas de tecnologias da informação na Administração Pública" desconhece o processo informático de colocação de professores, há que perguntar porque é que não foi consultado. E sobretudo, questionar para que serve tal instituto.

EPIDEMIAS

"Só em Chaves, cerca de 500 dos 679 professores que integram o quadro de zona pedagógica - que estão afectos àquela região do país mas ainda não estão colocados numa escola - terão apresentado atestados e pedido para concorrer a destacamento por condições específicas." (Público)

Com professores assim, que tipo de ensino temos?

Desenvolvimento: "Suspeita de falsos atestados médicos alastra pelo país"

Contra Samuelson & Nordhaus

Leitura recomendada: Fisking Samuelson & Nordhaus, Part 1 of ?, por David Masten

Como é que ele consegue? (II)

Justino atira culpas para Abílio Morgado. Este, por sua vez, diz que deixou "tudo resolvido" antes de se ir embora.

Europeísmo e Progressismo....

à volta do Porto e de Camilo!

Um excelente post, de Jorge Ricardo Pinto, aqui, a propósito de uma das zonas mais inspiradas do Porto-cidade-rio...

Certezas e conjecturas III

Limits to prediction

Nos anos 70, um grupo de cientistas chamado "Clube de Roma" públicou os "Limits to Growth". O relatório baseava-se em simulações da economia mundial feitas em computador. A economia mundial era representada por um modelo em que a economia estava dividida em sectores económicos. Estes sectores realacionavam-se entre si através de fluxos de mercadorias, de capital e de pessoas. A taxa de crescimento de cada sector, a produtividade, crescimento da população, recursos minerais disponíveis e outros factores foram estimados a partir de dados da época.

O relatório causou sensasão porque as simulações previam que o mundo entraria em colapso em menos de 100. As matérias primas acabariam por se esgotar em pouco tempo. O zinco esgotar-se-ia em 1985 e o petróleo em 1992.

Os "Limites ..." acabaram por encorajar os movimentos ecologistas que atribuíram a si próprios a missão de salvar a civilização do colapso. Até hoje ...

Ora, porque é que as previsões do Clube de Roma falharam? Porque não contaram com os 5 a 6 mil milhões de seres humanos que são as verdadeiras causas das mudanças económicas. Foram esses 5 a 6 mil milhões que inventaram novas máquinas e que descobriram novas fontes de matérias primas, novos substitutos, novos processos industriais, novos hábitos sociais (menos filhos) e novos métodos de produção e de gestão. Infelizmente, nenhum desses 5 a 6 mil milhões estava representado no modelo do Clube de Roma.

Certezas e conjecturas II

NASDAQ, primeiros dias de Outubro de 1987. Pergunta que vale biliões: o que é que vai acontecer a seguir?



Certezas e conjecturas

Bad Predictions:

"I think there is a world market for maybe five computers." -- Thomas Watson, chairman of IBM, 1943.

"Where a calculator on the ENIAC is equipped with 18,000 vacuum tubes and weighs 30 tons, computers in the future may have only 1,000 vacuum tubes and weigh only 1.5 tons." -- Popular Mechanics, 1949

"I have traveled the length and breadth of this country and talked with the best people, and I can assure you that data processing is a fad that won't last out the year." -- The editor in charge of business books for Prentice Hall, 1957.

"But what...is it good for?" -- Engineer at the Advanced Computing Systems Division of IBM, 1968, commenting on the microchip.

"There is no reason anyone would want a computer in their home." -- Ken Olson, president, chairman and founder of Digital Equipment Corp., 1977.

"640K ought to be enough for anybody." -- Attributed to Bill Gates, 1981, but believed to be an urban legend.

"This 'telephone' has too many shortcomings to be seriously considered as a means of communication. The device is inherently of no value to us." -- Western Union internal memo, 1876.

"The wireless music box has no imaginable commercial value. Who would pay for a message sent to nobody in particular?" -- David Sarnoff's associates in response to his urgings for investment in the radio in the 1920s.

"While theoretically and technically television may be feasible, commercially and financially it is an impossibility." -- Lee DeForest, inventor.

"The concept is interesting and well-formed, but in order to earn better than a 'C', the idea must be feasible." -- A Yale University management professor in response to Fred Smith's paper proposing reliable overnight delivery service. (Smith went on to found Federal Express Corp.)

"Who the hell wants to hear actors talk?" -- H. M. Warner, Warner Brothers, 1927.

"I'm just glad it'll be Clark Gable who's falling on his face and not Gary Cooper." -- Gary Cooper on his decision not to take the leading role in "Gone With the Wind."

"A cookie store is a bad idea. Besides, the market research reports say America likes crispy cookies, not soft and chewy cookies like you make." -- Response to Debbi Fields' idea of starting Mrs. Fields' Cookies.

"We don't like their sound, and guitar music is on the way out." -- Decca Recording Co. rejecting the Beatles, 1962.

"Radio has no future. Heavier-than-air flying machines are impossible. X-rays will prove to be a hoax." -- William Thomson, Lord Kelvin, British scientist, 1899.

"So we went to Atari and said, 'Hey, we've got this amazing thing, even built with some of your parts, and what do you think about funding us? Or we'll give it to you. We just want to do it. Pay our salary, we'll come work for you.' And they said, 'No.' So then we went to Hewlett-Packard, and they said, 'Hey, we don't need you. You haven't got through college yet.'" -- Apple Computer Inc. founder Steve Jobs on attempts to get Atari and HP interested in his and Steve Wozniak's personal computer.

"If I had thought about it, I wouldn't have done the experiment. The literature was full of examples that said you can't do this." -- Spencer Silver on the work that led to the unique adhesives for 3-M "Post-It" Notepads.

"It will be years -- not in my time -- before a woman will become Prime Minister." -- Margaret Thatcher, 1974.

"I see no good reasons why the views given in this volume should shock the religious sensibilities of anyone." -- Charles Darwin, The Origin Of Species, 1869.

"With over 50 foreign cars already on sale here, the Japanese auto industry isn't likely to carve out a big slice of the U.S. market." -- Business Week, August 2, 1968.

"That Professor Goddard with his 'chair' in Clark College and the countenancing of the Smithsonian Institution does not know the relation of action to reaction, and of the need to have something better than a vacuum against which to react--to say that would be absurd. Of course, he only seems to lack the knowledge ladled out daily in high schools." -- 1921 New York Times editorial about Robert Goddard's revolutionary rocket work. The remark was retracted in the July 17, 1969 issue.

"You want to have consistent and uniform muscle development across all of your muscles? It can't be done. It's just a fact of life. You just have to accept inconsistent muscle development as an unalterable condition of weight training." -- Response to Arthur Jones, who solved the "unsolvable" problem by inventing Nautilus.

"Ours has been the first, and doubtless to be the last, to visit this profitless locality." -- Lt. Joseph Ives, after visiting the Grand Canyon in 1861.

"Drill for oil? You mean drill into the ground to try and find oil? You're crazy." -- Workers whom Edwin L. Drake tried to enlist to his project to drill for oil in 1859.

"Stocks have reached what looks like a permanently high plateau." -- Irving Fisher, Professor of Economics, Yale University, 1929.

"There is not the slightest indication that nuclear energy will ever be obtainable. It would mean that the atom would have to be shattered at will." -- Albert Einstein, 1932.

"The bomb will never go off. I speak as an expert in explosives." -- Admiral William Leahy, U.S. Atomic Bomb Project.

"Airplanes are interesting toys but of no military value." -- Marechal Ferdinand Foch, Professor of Strategy, Ecole Superieure de Guerre.

"There will never be a bigger plane built." -- A Boeing engineer, after the first flight of the 247, a twin engine plane that holds ten people.

"Everything that can be invented has been invented." -- Attributed to Charles H. Duell, Commissioner, U.S. Office of Patents, 1899, but known to be an urban legend.

"Louis Pasteur's theory of germs is ridiculous fiction." -- Pierre Pachet, Professor of Physiology at Toulouse, 1872.

"The abdomen, the chest, and the brain will forever be shut from the intrusion of the wise and humane surgeon." -- Sir John Eric Ericksen, British surgeon, appointed Surgeon-Extraordinary to Queen Victoria 1873.


Artigo do dia

The Myth of Natural Monopoly: PDF

Revivendo a História

Através do Bruno Pais, cheguei a este interessante documento, antigo de mais de um lustro. Outros tempos, outro Presidente, mas idêntico discurso...

24.9.04

Pergunta do dia

Se, agora que o processo passou a ser realizado manualmente,
"O Ministério da Educação (ME) tem já ao serviço "um consultor informático com currículo específico" para acompanhar a fase em que se encontra o processo de colocação de professores (...)", quantos trabalhadores manuais, "com "currículo específico", estavam ao serviço do ME desde Maio para auxiliar o tratamento de dados informáticos até à segunda-feira passada?

ACTO FALHADO

O Governo condena 220.000 famílias a viver em casas degradadas.
O Governo pretende realizar justiça social à custa dos proprietários.
Propriétarios mantém condenação perpétua de realizarem justiça social.
220.000 famílias continuarão a ter habitação à custa da propriedade dos seus senhorios.
Governo assegura cumprimento do direito constitucional à habitação a milhares de cidadãos à custa da propriedade de um outro grupo de cidadãos.


SINAIS DE LIBERALISMO (?)

Miguel Sousa Tavares, num desespero incontido, conseguiu escrever um texto cuja 1ª parte parece ir ao encontro das posições doutrinárias libertárias mais radicais anti-Estado!!!

De facto, quando reflectimos sobre a acção do Estado e dos maus Governos que temos há muitas e muitas décadas, é difícil chegar a dúvidas muito afastadas das de MST.
Confesso que, já há alguns anos, foi esse o primeiro caminho que segui para o liberalismo.

Embora concedendo que essa não seria, porventura, a sua intenção e atendendo a outros méritos do conhecido comentador, quase me sinto tentado a convocar uma Assembleia Geral dos Blasfemos para ver se MST está ou não em vias de preencher os requisitos que lhe permitam aspirar a integrar o Blasfémias (LR, calma, o homem tem qualidades e ainda chega lá...)

Walter Cronkite junta-se à vasta conspiração direitista

Cronkite Calls CBS Report 'Embarrassing'

Continuo curioso para saber o que terá Rui Tavares (que ainda há muito pouco tempo defendia a CBS e afirmava-se convicto de que não tinham qualquer fundamento as alegações de que os documentos utilizados para atacar Bush haviam sido forjados) a dizer sobre o assunto, agora que a própria CBS reconheceu o grave erro em que incorreu e lançou uma investigação para apurar as suas causas...

Vitória para Bush

Congress Extends Middle-Class Tax Breaks

With lopsided margins in both houses, Congress gave President Bush his fourth tax cut in four years, extending three popular middle-class tax breaks and reviving some expired business tax incentives just six weeks before the election.


Ficam a faltar no entanto os igualmente necessários cortes na despesa...

Bússola política no Público

O Público teve uma boa iniciativa ao publicar hoje a posição dos candidatos à liderança do PS num mapa bidimensional. É claro que o próprio questionário está enviesado e por vezes não consegue distinguir uma posição libertária de uma posição autoritária.

Há de tudo.

Perguntas com pressupostos keynesianos:

- Controlar a inflação é mais importante que controlar o desemprego (como se só se pudesse ter uma coisa ou outra, ou como se ambos não fossem sintomas de problemas estruturais)

Perguntas que podem ser interpretadas como perguntas pessoais e que não têm necessariamente consequências políticas. Há quem consiga separar muito bem as suas preferências pessoais daquilo que deve ser a Lei. Exemplo:

- Quando estamos perturbados, é melhor não pensarmos nisso, e ocuparmo-nos com coisas alegres.

Confusão entre juizos de facto e juizos de valor:

- A primeira geração de imigrantes nunca se conseguem integrar completamente no seu país de acolhimento (o que pode ser sistematicamente verdade, mas não necessariamente bom. Curiosamente, os candidatos do PS discordam desta ideia. Se as respostas forem levadas à letra, somos forçados a concluir que nenhum deles acha que o estado deva apoiar a integração dos imigrantes. Afinal, eles já se conseguem integrar completamente).

- A astrologia explica muitas coisas de forma rigorosa (é uma questão científica, não é uma questão política -- como é que esta questão foi avaliada? A astrologia é de direita ou de esquerda? Autoritária ou Libertária?)

- Ninguém se pode sentir naturalmente homosexual (há até quem sinta que é o Napoleão. Os mistérios da mente humana são insondáveis. )

- Algumas pessoas são naturalmente azaradas(mesmo que fosse verdade, o que interessa não são os factos, mas as consequências políticas que se tiram dos factos)

Confusão entre juízos estéticos e juízos políticos:

- A arte abstracta não representa nada e não deve sequer ser considerada arte (dado que isto é uma questão de gosto, não vejo que implicações políticas possa ter)

Confusão entre a vida pública e a vida privada:

- As mães devem ter carreiras, mas o seu principal dever é para com o lar (algumas pessoas poderão reger as suas vidas privadas por esta regra, mas isso não significa que defendam que as políticas públicas devam ser igualmente regidas por ela)

- O sexo fora do casamento é geralmente imoral (dado que o que é imoral não tem que ser necessariamente ilegal, isto não tem necessariamente qualquer relevância política; Há pessoa que consideram o sexo fora do casamento imoral e não o praticam, e não são menos Libertárias por causa disso.)

Perguntas com pressupostos estatistas:

- As escolas religiosas têm um papel positivo no nosso sistema educativo. (como é que um Libertário responde a isto?)



Cartas de esquerda

Ultimamente tenho sido o destinatário de várias Cartas de Londres.

Face à minha actual impossibilidade de oferecer respostas mais aprofundadas, limito-me a agradecer a atenção dedicada, embora me queira parecer que, ao contrário do que o post "Credibilidade e erros grosseiros" indicia, eu e o Wall Street Journal não somos (ainda?) instituições comparáveis...

DESILUSÃO ASSUMIDA

Para quem, como eu, apoiou os USA e os seus aliados em toda a sua linha de acção pós-11 de Setembro e que, inclusivamente, chegou a considerar que a atitude do Governo de Durão Barroso em estar ao lado dos seus aliados foi a melhor da sua fraca governação, a manifesta falta de talento em fazer a paz, o crescente atabalhoamento dos aliados no Iraque e a confessada impotência explícita nestas declarações de Rumsfeld, são um enorme desapontamento.

Quem quer que vença as eleições presidenciais de Novembro, Bush ou Kerry, a sua primeira preocupação será conseguir o modo mais célere e menos custoso de sair daquele vespeiro.
E todos, sem excepção, seremos derrotados.

Humildade intelectual e liberalismo

Quem concorda que mesmo os melhores economistas podem estar errados, que mesmo os melhores políticos se podem enganar, que mesmo as políticas mais óbvias podem estar profundamente erradas deve ter o bom senso de não defender a atribuição das responsabilidades sobre economia, cultura, ciência, segurança social, segurança, justiça, educação e saúde à mesma instituição sob a mesma liderança.

A Liberdade pode ser uma coisa muito incomodativa

A Liberdade pode ser uma coisa muito incomodativa quando os outros a usam sem nos consultarem, da maneira que bem entendem, contra os nossos interesses, contra aquilo que julgamos ser o bem comum, a ética, a moralidade, os bons costumes, a ordem social, a pátria, as boas maneiras, os desfavorecidos, a cultura, a arte, as regras de convivência social, a boa religião e a solidariedade.

A Liberdade pode ser muito incomodativa. Se ao menos a pudessemos exterminar. Ou se pelo menos a pudessemos ... controlar. A Liberdade é uma ideia muito bonita ... em teoria. Desde que os outros pensem como nós e a usem a favor dos nossos objectivos, dos nossos princípios, das nossas grandes ideias, no fundo, da nossa via, que como qualquer pessoa minimamente inteligente consegue perceber é a via justa.

Agora, quando os outros começam a ter ideias próprias ... Não! Nesse caso a Liberdade deve ser muito bem controlada. É que, estão a ver, eles ainda não estão preparados para a Liberdade. Ainda desatam a ter ideias próprias. As pessoas precisam de saber primeiro o que é melhor para elas. E quem se não nós para lhes dizermos o que é melhor para elas? Liberdade? Aqui não. Lá fora, onde eles são mais evoluídos, onde as pessoas são mais cultas, aí já aceito. Liberdade? Talvez mais tarde. Agora não! Não me dava jeito nenhum ...

Da presunção de inocência das classes baixas

Uma senhora algarvia foi ontem julgada nas televisões. O senhor da judiciária disse que tinha umas provas e uns testemunhos. Os senhores das televisões amplificaram as vozes da vizinhança. Crime: homicídio qualificado. Veredícto : culpada. Detalhe sem importância: o corpo ainda não foi encontrado. Facto estranho: Hercule Poirot não se encontra de férias no Algarve.

23.9.04

O mérito tem de ser recompensado (Afinal era verdade!)

Amigos (mais do que um) já me tinham avisado que existia uma tentativa de levar a ex-ministra da justiça para a presidência da Caixa. Escrevi aqui que não acreditava.
Para presidente não foi. Mas se demonstrar a mesma competência como vogal do CA da Caixa como o fez no ministério, lá chegará, certamente.

A matemática das listas II

No Abrupto, o leitor Pinto de Sá escreve:

O problema computacional da colocação de professores, pelo contrário, é extremamente simples, ou "linear". Cada professor é ordenado numa lista em função da sua qualificação em diversos itens que por sua vez têm prioridades relativas bem definidas. Uma vez a lista definida, o 1º professor, que se candidatou a uma lista de escolas ordenada pela sua preferência, vê, pela ordem que ele indicou, se há vaga nessa escola. Se sim, a vaga é-lhe atribuída, deixa de estar disponível para os seguintes, e o algoritmo passa ao professor seguinte da lista. O problema é linear, portanto. Mas para o computador, não para o programador!!! E isto porque há imensos itens de ordenação, acrescendo que há casos em que o professor concorre a uma "zona", deixando portanto ao "computador" a prioritização das escolas da zona a escolher.


O Pinto de Sá parte do princípio que ao longo do processo de colocação a lista de escolas vagas é fixa. Como eu expliquei anteriormente, isto só é verdade num universo em que nenhum professor está previamente alocado a uma escola (num universo em que nenhum professor é efectivo). Neste concurso, os professores efectivos podem pedir destacamento para outra escola. Isto significa que a colocação de um professor efectivo altera a lista das escolas vagas e o problema não pode ser resolvido sequencialmente. O algorítmo tem que fazer duas coisas em simultâneo: colocar os professores e determinar as escolas com vagas. E estas duas coisas são interdependentes.

CHOCANTE

O aspecto gráfico não é o mais atraente, e certamente muita gente passou os olhos e seguiu em frente na leitura do jornal. Voltem atrás e leiam, recortem, afixem:
"O ESTADO À DERIVA", por Medina carreira.

Os dados apresentados são assustadores. Escandalosos.

Destaques:

"- O "privilégio" remuneratório concedido ao pessoal público, político e administrativo, constitui uma singularidade no âmbito da UE/15.
- Portugal é o país da UE/15 em que os salários públicos absorvem uma maior fracção das contribuições e dos impostos cobrados: 45 por cento, em 2002;
- Portugal é o único país da UE/15 que gasta mais com os salários públicos que com as transferências sociais.
- O pessoal público, político e administrativo, beneficia entre nós de um estatuto remuneratório desconhecido na UE/15: o volume dos salários públicos foi o que mais subiu, entre 1990 e 2002 (+3,7 por cento do PIB - quadro I); e só em Portugal superam o valor das transferências sociais do Estado (45 e 38 por cento, respectivamente, das receitas fiscais.
- As despesas orçamentais com os salários públicos e as transferências para a CGA correspondem, assim, a 80 por cento dos impostos do Estado cobrados em 2002 (28.038 m. euros) e a 62 por cento de todos os impostos arrecadados pelas Administrações Públicas naquele ano, em Portugal.
- em 2002, a pensão mensal média (14 meses) dos cerca de 330.000 aposentados da CGA era de cerca de 993 euros (781 euros em 1998).
- Os 2.030.000 de reformados da SS, integrados no regime geral, auferiam à volta dos 260 euros.
- os 530.000 do regime dos agrícolas e dos não contributivos, 170 euros
- Entre 1990 e 2002 a pensão mensal média dos aposentados da CGA aumentou à taxa anual de 7,5 por cento e a do regime geral da SS à de 2,8 por cento.
- Num acréscimo global equivalente a 9,6 por cento do PIB, com as despesas sem juros, entre 1990 e 2002, registam-se as seguintes percentagens aproximadas de aumentos parcelares: salários públicos, + 39 por cento; bens e serviços, + 16 por cento; pensões da CGA, + 23 por cento; pensões e subsídios da Segurança Social, + 16 por cento; restantes despesas, + 6 por cento. Isto é, os salários e as pensões do pessoal público pesaram + 62 por cento no agravamento das despesas públicas, com benefício directo para cerca de 1,2 milhões de pessoas. E apenas + 16 por cento desse agravamento trouxeram vantagens directas para cerca de 2,7 milhões de pensionistas da Segurança Social (mais milhares de outros, através dos subsídios de doença, de desemprego, de abono de família e da Acção Social).
- É inaceitável e incompreensível que se tenha criado o "grupo" privilegiado de interesses do pessoal público que, só à sua conta, absorve mais de 60 por cento do acréscimo dos gastos públicos."


Este retracto funesto de Portugal deveria ter consequências a nível político. Os 3 partidos do poder (PSD, PS e PP), deveriam ser responsabilizados pelo que fizeram e serem forçados a apresentar e implementar reformas radicais. Teria tudo de se feito em 4 anos. Sim, só 4.
Mais do que isso é pactuar e protelar o descalabro e a injustiça. Fazer as reformas. Doa a quem doer. Fazer o necessário, com sacrifícios, enfrentado revoltas sociais e populares, desemprego, falências. Mas caramba, ao fim de 4 anos, haveria esperança e estaríamos todos numa situação melhor. Eu sei, eu sei, Durão teve essa oportunidade. Mas foi mais um frouxo. Nada fez.

Liberdade de Expressão na Blogosfera

O Blasfémias tem, desde a sua fundação, caixas de comentários, onde, por vezes, se desenrolam conversas e debates mais interessantes do que as próprias postas comentadas. No início, por falta de opção, mais tarde por maior simplicidade (nomeadamente a possibilidade de cada leitor guardar os seus dados para futuras utilizações), optámos pelos serviços da Haloscan para o efeito.
O sistema de comentários não obriga ninguém a identificar-se nem efectua qualquer controlo sobre os dados que cada utilizador decide fornecer sobre a sua identidade (nome, e-mail e homepage), os quais, podem, evidentemente ser falsos.
Por outro lado, embora seja possível fazê-lo com facilidade, decidimos, no Blasfémias, não fazer qualquer espécie de censura ao conteúdo dos comentários.
No entanto, sempre que for detectada a utilização abusiva de dados de identificação que pertençam a terceiros (como foi o caso ridículo deste comentário), não deixaremos de assinalar o facto no próprio comentário, sem, porém, apagarmos o comentário original.

Carlos Loureiro (CL)

trocas e baldrocas

Mira Amaral, quando foi demitido da CGD afirmou que nunca mais queria fazer "política activa". Afinal em que é que ficamos?

Por outro lado, Celeste Cardona irá ser nomeada administradora da CGD. Se não tivesse sido ministra da justiça alguma seria nomeada para tal cargo? Algum banco privado a contraria para o que quer que seja?

QUATRO EM UM?

"O Conservador-liberal da esquerda moderna"

Um título assassino.
E um texto cor-de-rosa.

Notícias curtas

De tão curta e seca, nem sei o que pensar desta notícia, a não ser isto: como reagiria a Bolsa se a CGD estivesse cotada?

A matemática das listas

Acho que percebi porque é que a colocação de professores dá tanta confusão. De um lado temos uma lista ordenada de professores. Do outro uma lista de escolas. À primeira vista, a solução parece simples: basta colocar o primeiro professor da lista a escola disponível da sua preferência, eliminar o professor e a escola das respectivas listas e repetir. O problema deste método é que quando um professor do quadro é colocado numa escola nova, a sua escola antiga vaga. A colocação do primeiro da lista depende não só das escolas com horários disponíveis mas também das preferências e das escolas de origem daqueles que estão abaixo de si na lista e que podem vagar. Isto significa que o método de resolução do problema tem que ser mais sofisticado que o processo sequencial descrito acima. Como é que isto se resolve à mão? Provavelmente pelo processo sequencial.

Dragão sem chama!

Há muito que não se via tamanha falta de "chispa". Uns míseros 3 pontos, ao mesmo nível dos "lagartos". Como se pode cair tão baixo?

E ainda mais apriorismos

O debate à volta da escola autríaca está, como muitos debates, contaminada pela falácia do homem de palha. Os detractores da escola austríaca construíram um homem de palha que nada tem a ver com ela para melhor a poderem atacar.

Ao contrário do que sugerem muitos dos textos que o Manuel cita, a Escola Austríaca é perfeitamente compatível com:

  • A análise de dados históricos
  • A experimentação
  • Simulações
  • Previsões num contexto empresarial

    Os dados históricos podem ser utilizados para extrair pistas sobre as leis económicas, mas as leis propriamente ditas têm que ter um forte suporte nas características expectáveis de agentes. Por princípio, a experimentação pode ser utilizada, desde que todos os factores sejam devidamente controlado e desde que as conclusões não extrapolem o âmbito da experiência. As simulações computacionais baseadas em agentes podem ser utilizadas como um substituto para a dedução lógica e da experimentação, desde que os resultados sejam correctamente interpretados e desde que não se façam extrapolações abusivas. As previsões podem ser feitas, mas essas previsões não são ciência, são conjecturas que podem estar certas, ou não. São uma actividade económica de risco.

    A Escola austríaca é incompatível com:
  • a dedução das leis intemporais da economia a partir de observações macroeconómicas/históricas
  • a ideia de que a previsão macroeconómica é uma actividade científica

    As leis económicas não podem ser deduzidas a partir de observações macroeconómicas porque, a economia é um sistema complexo em que os mesmos dados macroeconómicos podem ser causados por diferentes conjuntos de dados microeconómicos. Não existe uma relação de um pra um entre os dados microeconómicas e os dados macroeconómicos. Como a evolução dos dados macroeconómicos depende da situação microeconómica específica que lhes deu origem, os mesmos dados macroeconómicos podem evoluir de de forma diferente conforme a situação microeconómica. Por este motivo, os dados macroeconómicos são circunstanciais, não podem ser extrapolados de um momento histórico para outro e não podem ser usados para estabelecer leis gerais e abstratas.

    Dado que as relações entre quantidades macroeconómicas dependem do momento histórico, as relações que se estabelecem a cada momento entre elas são furtuitas. Por exemplo, uma determinada relação empírica, obtida num determinado momento, entre a inflação e o desemprego não pode ser usada para estabelecer uma lei económica que estabelece uma relação universal entre inflação e desemprego porque a inflação e o desemprego não podem ser a causa uma da outra. Tanto a inflação como o desemprego são causadas pela acção dos agentes individuais. A acção dos agentes individuais não está ao alcance da observação porque nenhum economista tem acesso à actividade, as motivações e às circunstâncias locais de cada agente e por isso, as causas da inflação e do desemprego não podem ser determinadas por observação.

    Os acontecimentos históricos são irrepetíveis e nenhum método estatístico pode controlar todas as variáveis em jogo.

    Como os acontecimentos históricos são irrepetíveis e como as relações macroecónimicas são fortuitas, toda a previsão é uma actividade de risco. O risco é tanto maior quanto menos informação sobre a realidade for incorporada nos modelos, de modo que os modelos bem sucedidos não resultam de nenhum insight sobre o funcionamento da realidade, mas da mera hipótese de que o futuro será mais ou menos igual ao passado. O que não é bem verdade, mas pode dar lucro. E às vezes dá prejuízo.

    A previsão é uma actividade de risco que aproveita determinadas oportunidades recém-descobertas. A partir do momento em que as oportunidades se tornam do domínio público, passam a ser exploradas por um número cada vez maior de agentes. Como os agentes mudam o seu comportamento de acordo com a informação recém adquirida, também muda a realidade e os pressupostos dos modelos deixam de ser válidos e as previsões falham.
  • 22.9.04

    Quanto custam...

    As Juntas de Freguesia? Só em vencimentos dos presidentes e sus muchachos, dá uns milhõezitos. Multipliquem-se os valores desta tabela por 14 meses e por 4251 freguesias e teremos uma conta calada. Será que se justificam?

    Inconstitucionalidades

    O nº 2 do Artigo 43º (Liberdade de Aprender e Ensinar) da CRP, dispõe:

    O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.

    Donde se poderá concluir que a fixação dos programas escolares por parte do Estado é inconstitucional!

    Lições da Ryanair

    E de repente, as companhias aéreas de baixo custo revolucionam o transporte aéreo. Os aeroportos centrais perdem importância, o caminho de ferro perde competitividade e as contas do TGV e da OTA têm que ser revistas. Ao contrário do que pensam os centralistas, o futuro não pode ser planificado e as inovação, precisamente porque são inovações, surgem nos sectores mais inesperados e não podem ser antecipadas.

    Que aconteceu à luta de classes? II

    O Bloguítica informa-nos que o Arranjadinho José Socrates é "herdeiro de uma fortuna fundada por um avô no comércio do volfrâmio durante a Segunda Guerra Mundial". Ora isto é muito grave. É que, a ser verdade, Socrates pertence à odiada classe dos proprietários e comerciantes. E pior: a sua fortuna está manchada com o sangue das vítimas dos nazis.

    Que aconteceu à luta de classes?

    As últimas ideias do Bagão tiveram pelo menos uma virtude. Ficamos a saber que a esquerda agora defende a classe média, aquela que noutros tempos seria chamada de burguesa ou, na melhor das hipóteses, pequeno-burguesa. Todos defendem a classe média. O Manuel Alegre defende a classe média, o Bloco defende a classe média, o Arranjadinho José Socrates defende a classe média, João Soares defende a classe média e se calhar até o PCP defende a classe média.

    A esquerda agora não defende só a igualdade. Defende uma versão própria do princípio do utilizador-pagador: quem paga impostos tem que receber do estado os serviços correspondentes. A redistribuíção e os verdadeiramente pobres já só são uma prioridade se a classe média estiver satisfeita.

    A Classe Média tem a grande vantagem de ser inter-classista. Todos julgam pertencer-lhe. A classe média é aquela grande amalgama onde cabem os remediados e os ricos. Os que passam fins de semana no Algarve e os que os servem à mesa. Os que fazem PPRs todos os anos e os que vivem a crédito durante anos a fio.

    Os ricos que paguem a justiça social, é o que é, porque a Classe Média é liberal e gosta de receber de volta aquilo que paga através dos impostos. E a Classe Média, graças a Deus, somos todos nós.

    Alimento mediático

    O Bruno questiona-se nesta pertinente posta sobre o que levará PSL a estar permanentemente em directo nas televisões.

    Resposta: porque PSL se alimenta disso, vive para isso e em função disso.

    Associação dos Comerciantes do Porto e a Lei do Arrendamento

    Via A Baixa do Porto (link directo, aqui do lado direito), reparei nesta notícia (e nos respectivos comentários) de "O Comércio do Porto". Merece um pouco de destaque e reflexão!

    Não sei, mas acho que, desta vez, os proprietários de imóveis da Baixa são capazes de não conseguir disponibilizar 1 milhão de contos para negociar...


    COMPTAs do velho rosário!

    Bem sei que "as aparências iludem".
    Que "quem não deve, não teme" e, ainda mais do que isso, que as insinuações são muitas vezes caminho aberto para a maledicência (que é fácil, escorregadia e injusta)...

    Mas também sei que "à mulher de César não basta sê-lo; também precisa de parecê-lo"...sobretudo, se falarmos do estado actual do Estado português!

    Há, no fundo, aparências que, (sobretudo) na vida política e nos assuntos de Estado devem evitar-se, ainda que mais não sejam do que aparências!

    Vem isto a propósito da monumental trapalhada ("implosão", como lhe chamou Miguel Sousa Tavares, no telejornal da TVI, de ontém: «o Estado implode por todo o lado»...) criada em torno da (não) colocação dos professores.

    Fiquei a saber - nomedamente, através de notícia também fugidia, mas "dita com todas as letras", em horário nobre e, pelo menos, num canal da televisão generalista - que a tão tristemente conhecida COMPTA, S.A, tendo ganho o concurso público para a prestação do (péssimo) serviço ao M.E., era, contudo, uma empresa que tinha (tem?) no seu corpo accionista proeminentes figuras políticas, ligadas ao PSD. Ex-ministros e gestores de empresas/entidades/institutos/pessoas colectivas públicas, de nomeação política. Relativamente a alguns nominados, pelo que deles conheço, tenho a certeza de que nada de ilícito alguma vez terá norteado o seu comportamento; provavelmente, nem ocuparão os órgãos sociais dessa sociedade (a COMPTA); tratando-se de uma sociedade anónima, até será relativamente difícil sabermos se, porventura, ainda mantêm a titularidade de acções e interesses nessa empresa......

    No entanto, a notícia ficou! A ligação estabeleceu-se! As coincidências (prováveis) transformaram-se já em dúvidas e suspeições. E lá voltamos nós à questão da credibilidade, da transparência, dos lóbies e das corporações de interesses...

    Falando de política e do Estado, a "mulher de César" está sempre omnipresente!

    21.9.04

    E-government

    Governo avança com sistema manual de colocação de professores

    Lição do dia: não existem soluções políticas para problemas técnicos.

    Democráticos pouco democratas

    Confesso que acho isto muito divertido: Nader Blames Kerry for Ballot Access Fight

    Nader pointed the finger at Kerry and Democratic Party Chairman Terry McAuliffe for being behind what his campaign says is a program of harassment, intimidation and phony lawsuits that are costing tens of thousands of dollars in legal fees.

    INCOMPETÊNCIAS

    Não é só no Ministério da Educação e na Compta.
    Não.

    A Ministra da Educação encontra-se a proferir uma conferência de imprensa, acompanhada por mais 2 ministros, dando conta das medidas e da situação referente a um problema que afecta milhões de pessoas no país: alunos, professores e famílias.

    É possivelmente a mais grave crise de confiança no Estado por parte de significativa parte da população.

    E o que fazem as televisões e as rádios?
    Com excepção da Sic Noticias, todas mantiveram a programação.
    A RTP um concurso, A RTP2 uma coisa qualquer, a SIC os Malucos do Riso, a TVI publicidade e a TSF a Bancada Central.

    São critérios, eu sei. Ah, mas se fosse o Trapatoni a demitir-se...

    Enfim, como se já se tornou hábito dizer nos dias de hoje, "Pobre país. O nosso."