A atitude liberal tem sido, pelo menos até agora, em Portugal, de crítica ao Estado e à sua acção de intervenção na vida social. Pode, por isso, ser qualificada como uma crítica negativa ao Estado, o que é útil, mas insuficiente. Para serem levados a sério, os liberais portugueses têm de responder, pelo menos, a estas duas questões: i) que tipo de Estado consideram tolerável, definindo, claramente, as funções que devem competir ao poder público e as que devem regressar à sociedade civil; ii) como acham que se pode lá chegar. Até lá, o liberalismo português poderá caracterizar-se, como dizia o outro, por words, words, words. Simpáticas, mas praticamente inúteis.