
Não me espanta, assim, este manto de opacidade quase unanimista que parece ter caído em cima de demasiadas pessoas, de entre aquelas que se interessam por estas coisas, após a entrevista de ontem.
Sejamos claros: o actual primeiro-ministro explicou pouco, quase nada de inovador adiantou e confundiu muito daquilo que já se sabia.
Sócrates empunhou documentos e certificados académicos - gesto materialmente ocioso mas que revela intuitos dolosos de desviar a atenção daquilo que era importante discutir. Nunca ninguém insinuou que Sócrates não possuía os certificados ou que os mesmos não eram verdadeiros: o que se discutia era a forma como aqueles certificados tinham sido obtidos, i.e. com favorecimento ou não. Aquele agitar televisivo de documentos transportou-me para alguns atrás, para um momento análogo e então peregrino de Vale e Azevedo a retirar do bolso a sua declaração de IRS...