30.9.07

2007 - annus horribilis para a pitonisa do regime

- Fez uma campanha pelo 'Não' que favoreceu imenso a vitória do 'Sim' no referendo à IVG.
- Não entendeu Sócrates, as suas virtudes e os seus defeitos - a sua mentalidade ainda não saiu da era pré-socrática: por isso, as suas opiniões, tantas vezes acatadas pela liderança laranja, foram sucessivamente derrotadas pelos factos
- Enganou-se uma meia-dúzia de vezes durante a crise da Câmara de Lisboa - alguns dos seus conselhos foram, funestamente, seguidos por Marques Mendes.
- Fez previsões incríveis sobre os resultados eleitorais de Negrão em Lisboa - ajudou, como ninguém, ao clima de afastamento da realidade que atingiu o PSD no início do Verão passado.
- Estava convencido que os barões, de que ele se julga o expoente máximo, eram decisivos nas primárias do PSD - ajudou, como ninguém, a que essa crença contaminasse a lucidez da facção mendista.
- Vaticinou o desastre completo de Luís Filipe Menezes antes da votação - sem a humildade de apenas reconhecer o tremendo erro e a sua responsabilidade pessoal na derrota de sexta-feira passada, voltou hoje a reincidir nessa previsão, transportando-a para as Legislativas de 2009.

Vou continuar a ser espectador habitual da suas sessões oraculares de Domingo à noite. Porque me são muito úteis: servem para antecipar a enorme probabilidade de que tudo irá acontecer ao contrário. Muito, também, por causa daquilo que aí é preconizado.

Desconforto com a concorrência?




«Mário Soares manifestou-se incomodado e muito preocupado com a vitória de Menezes, por ela representar a vitória do populismo. Uma advertência muito oportuna

Rui A., no Portugal Contemporâneo

'Erros' coincidentemente direccionados

No espaço de 3 dias o futebol português assistiu a duas arbitragens inenarráveis. Destas resultou o prejuízo concreto do Estrela da Amadora e do Sporting - ambos os clubes foram espoliados de uma vitória que nada recuperará. Em lances que não deixaram dúvidas a ninguém no seu perfeito juízo. Nem sequer àqueles que destas estão sempre prenhes quando o interveniente beneficiado é o que foi. Porque se tem falado muito nos 'erros' e pouco na coincidência do clube favorecido.
Por muito menos, repito, por muito menos, as autoridades judiciais iniciaram uma investigação criminal que custou milhões ao erário público. Quem quiser acreditar que 'errar é humano' e que 'as coincidências existem', deixe-se ficar na modorra da sua paz. Tal como as nossas autoridades. Os outros, os que se recusam a crer nas ternas ajudas do acaso, é melhor estarem muito atentos. Como disse Paulo Bento, eles "já perderam a vergonha". E o pior ainda deve estar para chegar.

Dicionário

Populista:

1. Fulano que agrada aos seus eleitores.

2. Outsider (Pessoa que não pertence ao grupo de amigos de X).

3. Fulano que promete 150 mil empregos.
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4. Pessoa que exibe o neto na televisão.

5. Candidato que mergulha no Tejo.

6. Candidato que promete que não vai aumentar os impostos.

7. Político que não é de Lisboa.

8. Político de Lisboa que gosta de futebol.

9. Pessoa que oferece frigoríficos em vez de computadores e telemóveis.

10. Pessoa que compra os seus eleitores com fundos de campanha em vez de os comprar com o orçamento de estado.

11. Autarca (excepto Rui Rio).

12. Político que governa para os bairros sociais (excepto Rui Rio).

13. Pessoa sem o direito divino a governar.

14. Indivíduo que não pertence à Maçonaria nem à Opus.

15. Pessoa sem relações com o eixo Lisboa-Cascais.

16. Pessoa que não andou no Liceu Pedro Nunes.

17. Pessoa fora do círculo de amigos de Paula Teixeira da Cruz.

18. Político sem "caras conhecidas" na sede de campanha.

Os Híbridos

Os carros híbridos tiveram desde o seu aparecimento no mercado, um apreciável sucesso, principalmente junto de cidadãos dotados de forte consciência ambiental. 

Uma universidade lembrou-se de comparar o verde Toyota Prius ao rei dos gazguzzlers, o Hummer.O confronto só pode ter resultado numa verdadeira cabazada ambiental. Terá sido?

Aguaceiros

Como o dia está de chuva pode ganhar-se algum tempo a ler este post da http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/

«O semanário Sol, na edição de hoje, publica em manchete: Escutas provam que Sócrates faltou à verdade, no caso da demissão de Souto Moura. A s transcrições do Sol de hoje, vão obrigar à instauração de um processo crime por violação de segredo de justiça, na vertente recentemente aprovada pelo novo CPP.
Mas...o assunto, obviamente, está arrumado. Depois de Souto Moura sair como saiu, ainda teve que aguentar um Inquérito parlamentar a propósito da anedota do envelope nove, tornado uma das questões de regime democrático por um deputado mandatado por um partido e a presidir a uma Comissão.
A questão concreta do Inquérito parlamentar, era a de perceber como é que uma lista de telefones de dignitários do Estado, tinha aparecido escondida numa disquete apensa no processo Casa Pia.
O caso das escutas a Sócrates, e agora o caso revelado pelo Sol vale apenas o tempo de um dia de primeira página de um jornal. Ninguém mais quer saber se Sócrates eufemisticamente falta à verdade, se andou a conspirar para tirar o antigo PGR do lugar e principalmente por qual razão particular o terá feito. Dá a impressão que Sócrates poderá fazer o pino da evidência mentirosa que todos aplaudirão a performance de virtuoso. ###
O anterior director da Polícia Judiciária, Santos Cabral, corrido do lugar por este governo, obviamente por Sócrates, deu uma entrevista à última Visão, a propósito de um livro que escreveu sobre a sua experiência na PJ até Abril de 2006.
Numa das passagens, diz assim, referindo-se às alegadas pressões no caso da investigação do Freeport: "Pressões directas nunca sofri. Agora, tínhamos a noção de que certas investigações, ao tocarem certos interesses poderosos, geram mal-estar em algumas pessoas. E senti que havia muita gente a sentir-se mal com o nosso trabalho. "
Que não subsista a mínima dúvida em ninguém: o poder político que governa, não suporta bem nem muito tempo quem lhe pode tirar o tapete do poder real, através das investigações criminais, que decorrem por força da lei. Os Soutos Mouras são o diabo em figura de gente, para esta gente. Como não respondem a tempo e com a conveniência politicamente esperada e normalmente exigível, tornam-se figuras a abater a todo o custo, como se comprova.
A questão, com este género de procedimentos políticos, é saber até que grau determinado poder político, suporta a pressão das investigações verdadeiramente independentes e autónomas. Este poder político liderado por José Sócrates e acolitado pelos Albertos Costas, Lacões e outros Albertos Martins, já provou de sobejo que tem uma margem de resistência democrática, a essas contrariedades, que é mínima. Na realidade, menos do que mínima, o que diz muito da qualidade da nossa democracia actual.
Para quem resistiu à ditadura de Salazar, só pode ser de uma profunda tristeza democrática, este facto que já é notório.
O Sol de hoje, refere o episódio já conhecido, de terem existido manobras de bastidores, de indivíduos que se mexem bem no aparelho de Estado, através de amizades em lojas e esquinas, no sentido de porem a andar do lugar o antigo procurador-geral da República, Souto Moura, antes de terminar o mandato.
Como se sabe, não conseguiram, mas que tentaram, tentaram. E porquê, afinal?
É de certo modo um mistério, mas bem analisadas e contextualizadas as coisas, sem segredo à vista. Havia um grupo de interesses coincidentes. À imensa larica do PS, acompanhada de um BE com ar de biafra, juntava-se a gulodice de um CDS, a que um empanturrado PSD não importunava.
Do que se fica a saber, em resumo e para o que interessa, é que Abel Pinheiro é amigo do peito de Rui Pereira. Abel Pinheiro, conseguiu o apoio de Sócrates para colocar Rui Pereira, no lugar do PGR Souto Moura, antes de este acabar o mandato, através destas pequenas amizades caseiras com Paulo Portas. Este, como amigo do tal Abel Pinheiro, aparece muito mal neste retrato e pode arrumar as botas de paladino da transparência.
Os três, Sócrates, Pinheiro e Portas, conspiraram para convencer Jorge Sampaio, então PR, a colocar na PGR, Rui Pereira, logo, logo, o que implicaria a demissão de Souto Moura. É isto admissível, em democracia?
Tirando a questão particular sublinhada pelo Sol, de que Sócrates "faltou à verdade" comprovadamente, o que também neste caso, nada admira ou adianta, tendo em conta o que já se sabe sobre o triste episódio da licenciatura, subsiste a questão de fundo, mais importante ainda:
É isto admissível nesta democracia que pretende ser um regime solidamente implantado em Portugal?
Para alguns, estes procedimentos, são perfeitamente admissíveis e banais na sua normalidade.Tal entendimento, só mostra a concepção particular da democracia como regime de país bananeiro ou, no caso, de traficante da droga mais poderosa que existe: o poder. Só isso conta. Porque só assim se explicam estes tristes episódios»

29.9.07

Os oráculos (e a astromancia) têm dias


















Via Câmara Corporativa

Fígados:

Há quem reaja em estilo «Zezinha»: a eleição de Menezes será uma espécie de loja chinesa no Chiado, longe da Gaiatown a que se deveria remeter.

Rui Rio de 2001 vs. Rui Rio de 2007

Em 2001, Luís Filipe Menezes não concorreu à Câmara do Porto. Embora não conseguisse esconder o seu desejo em fazê-lo, teve medo de perder com Fernando Gomes. Rui Rio avançou e venceu, contra todas as expectativas. Sobretudo, as de Menezes. Em pouco tempo, Rui Rio deixou de ser uma 'segunda linha' do PSD para se tornar num senador principal e permanente candidato a candidato a presidente do partido.

Em 2007, Rui Rio não concorreu à liderança do PSD. Preferiu alinhar na táctica dos demais senadores e apoiar uma caricatura de líder. Os aduladores de que se rodeou garantiam-lhe que a sua hora chegaria depois do desastre inevitável de 2009. Rui Rio tresandava de desejo, mas teve medo. Ao contrário do homem que era em 2001, não ousou: só calculou. Saiu-se muito mal. É, talvez, o maior derrotado de ontem.

Bom sinal

A jornalista da SIC-N não conseguia encontrar alguém conhecido para entrevistar na sede de candidatura de Menezes. Teve que entrevistar alguém desconhecido.

O Luís Chegou a Chefe de Turma

Post premonitório sobre o Luís, publicado em 26 de Janeiro deste ano.

"Quando era pequenino, sempre que um menino chorava, o Luís apontava-lhe o dedo e gritava "Maricas! Maricas!". Quando jogavam à bola e o seu guarda-redes sofria um golo, logo o Luís gritava "Frango!". E quando o avançado da sua equipa falhava um golo, o Luís vozeava um potente "NABO!", mesmo que a bola passasse a rasar o poste num remate de bicicleta fora da área. Quando a sua equipa ganhava, o Luís calava-se e partilhava os louros, mas quando perdia, subia para um palanque a listar os erros cometidos pelos colegas. Quando havia uma qualquer luta, o Luís gostava de ficar de fora a incitar os colegas. Se o adversário caísse no chão, o Luís era o primeiro a galgar para o meio do grupo e a pontapear energicamente o derrotado. Se, pelo contrário, fosse o amigo do Luís a cair, logo se afastava argumentando que a luta tinha sido mal conduzida e explicando o que é que deveria ter sido feito para ganhar. O Luís é daqueles que nas eleições da escola, votava sempre em segredo nos adversários, para minimizar as vitórias dos que o rodeiam. É este Luís que quer ser chefe de turma, para mais tarde chegar à Associação de Estudantes. Tem hipóteses. Experiência não lhe falta."

A seguir é o Zé Cabra.

Marcelo Rebelo de Sousa
   Durão Barroso
       Santana Lopes
          Marques Mendes
                   Filipe Menezes.

Nada será igual

Aqueles que, uma vez mais, lamentam o país, deveriam ter pensado melhor antes de terem escolhido para 'feitor da quinta' alguém tão destituído dos mais ínfimos elementos para liderar o que quer que seja, como Marques Mendes. Nos últimos 2 anos, Marques Mendes demonstrou que é tudo menos um político nascido para ser uma primeira figura. Em lugar algum, seja em que contexto for. Todos o percebiam - sobretudo os adversários. E, também, as bases, que são muito mais dos que os filiados com as quotas em dia - fartei-me de falar com gente cuja única justificação para irem votar Marques Mendes era uma confusa e tortuosa tese de "preparar o caminho" até chegar alguém melhor...
Mas os supostos barões não quiseram ver a patente nudez do seu 'projecto de feitor'.
Com aquela obstinação típica da nobreza decadente e arruinada que ainda se crê fundamental, insultaram a inteligência dos militantes, escarneceram do senso comum de todos os eleitores potenciais do PSD: apoiaram, em bando, uma solução inviável, cínica porque plena de reserva mental (Pacheco Pereira foi o único que garantiu convictamente que votaria em Mendes mesmo que os candidatos fossem aqueles que todos falavam - nos outros não acredito). Julgavam que tudo se resolveria pela simples indicação da sua vontade. Que ninguém se importaria com aquilo que era óbvio: que o seguro mais tranquilizador para Sócrates, durante estes 2 anos, foi a tíbia oposição de Marques Mendes.
Agora os planos terão de ser remodelados. No PS e no Governo. E no CDS, a partir de hoje, ainda mais estafado e precocemente envelhecido. As estratégias, quase perfeitas no papel, da cerca de dezena de figuretas do aparelho laranja que se julgavam fadadas para assumirem o lugar de Marques Mendes após a sua previsível imolação eleitoral em 2009, têm de ser repensadas. Vai ser difícil. A maioria deste decrépito baronato laranja está tentada a imitar o estilo de afrontação interna que o 'bando de Portas' fez a Ribeiro e Castro quando este ganhou o CDS - basta ler as tristíssimas declarações de Paula Teixeira da Cruz logo após a derrota do seu candidato (de que ela é, aliás, uma das principais responsáveis).
Veremos. O PSD tem um sentido de adaptação ao real distinto dos outros partidos - ou melhor, é bom não esquecer, como diz FJV, que «É o negócio que está em causa». E apesar da verdade naquilo que diz o Rui.
Todo o contexto mudou. Definitivamente. Como também escrevi: «A candidatura de Menezes tem defeitos. Mas com ele a líder laranja, o Governo de Sócrates nunca mais terá a podre paz em que estamos. E tudo ficará em aberto para 2009.»

Directas do PSD - II

Luís Filipe Menezes ganhou, apesar de tudo, com uma margem aparentemente folgada...

Directas do PSD

SIC-Notícias: Luís Filipe Menezes ganha.

28.9.07

O sumo da dúvida















Carinhosamente furtado ao Intervenção Maia

Palpite "luisiano"

Luís, o Menezes, ganha e talvez por muitos. Ganhará no Porto-concelho por poucos, no Porto-distrito por muitos e arrasará na sulista, elitista e nada liberal Lisboa. Luís, o Mendes, não conseguiu perceber a lógica das directas. Tentou fazer um discurso muito virado para fora, assumir uma postura de homem de Estado, alardear o apoio de "notáveis" que o desprezam, coisas que não interessam minimamente ao universo eleitoral que pretende cativar. Para este, é apenas relevante a capacidade e agressividade que um candidato consiga transmitir para conquistar o poder.###
Neste aspecto, Menezes apresenta "credenciais" de vitórias eleitorais e obra feita (cuja factura alguém irá um dia pagar...) e não perde oportunidade de as confrontar com o recente descalabro de Lisboa. Inteligentemente, capitaliza a seu favor a "luta de classes" despoletada pela aversão dos "notáveis" à sua pessoa. Isso é nítido no concelho do Porto em que Rui Rio (que arrisca ser o grande derrotado da noite) patrocina uma lista ao Congresso integrada pelos seus vereadores, que se confronta com a lista "basista" na qual figuram 4 presidentes de Juntas de Freguesia e dois deputados municipais.

A vitória de Menezes deslumbrá-lo-á e tratará de honrar os seus "pergaminhos" num crescendo de agressividade anti-governo. Mas no day-after, o palco mediático que agora ninguém lhe regateia tornar-se-á subitamente escasso. E, se a (im)pertinência da sua oposição for longe de mais, é bem provável que entrem na liça os profissionais da "Central de Comunicação do PS" com a divulgação dos seus "rabos-de-palha" (quem não os tem?), eventualmente relacionados com outros "casos Somague".

Se Menezes porventura perder, secada a torrente de lágrimas e digerida a depressão pós-derrotas que sempre o acomete, desencadeará nova escalada, desta vez para a Câmara do Porto, agitando o "desígnio" da fusão Porto-Gaia e da criação do maior município do país.

Portugal e o PSD no seu melhor. Daqui a menos de 2 horas veremos a pertinência deste "palpite".

Notícias discretas:

«Arcebispo nega ter acusado países europeus fabricarem preservativos infectados HIV».
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Também recebi, a meu pedido, um esclarecimento da parte do Chanceler da Diocese de Maputo:

«De facto essa informação - que não passa de uma produção dos midias e de mau gosto - também chocou a todos nós.
É verdade que o Senhor Arcebispo falou da preocupação que a Igreja tem sobre este flagelo que é o Sida e que, segundo recentes dados estatisticos, o número de infectados aumentou significativamete em relação ao ano de 2004.
Por isso apelou ao envolvimento de todos no combate a este mál e indicou como caminho: a fidelidade para os casados e a abstinência aos mais novos.
Disse não aconselhar o uso do preservativo como meio eficáz no combate a este mál. Apenas isso...

Como vê, os medias trataram de reinterpretar tudo isto a seu bel prazer....
Todavia, como reação a esta «brincadeira de mau gosto» e para tranquilizar aos cristãos, o Senhor arcebispo prestou hoje «28 de Setembro» uma entrevista a um orgão de Televisão local - STV - a desmentir toda esta noticia e a esclarecer o conteudo do que verdadeiramente ele afirmou. Disse mais uma vez que não é de sua autoria essas informação pois «não conhece nenhum país que esteja a produzir preservativos infectados», disse ele.
Voltou a repetir que «apenas expressei a preocupação da Igreja com o aumento dos casos de HIV-SIDA», disse o arcebispo nessa entrevista. Quanto à pergunta que o jornalista lhe colocou sobre o uso ou não do preservativo ele foi mais cuidadoso afirmando que ele «apenas aconselha o que é bom para as pessoas e, o que é bom, é a fidelidade, aos casados e a abstinência aos mais
jovens; de resto cada um é livre de seguir a sua própria consciência» disse o arcebispo.».


Birmânia

Mão amiga fez-me chegar esta petição de apoio aos protestantes birmaneses.

Bons investimentos II

Outro bom investimento: os neo-nazis com uma pequena operação de baixo custo e pouquissimos operacionais conseguem ter um grande impacto porque as reacções das vítimas e da comunicação social tendem a amplificar o pequeno impacto inicial.

Apostas (termina às 23h00)

Quem ganha, Mendes ou Meneses? Ganha quem ficar mais próximo da percentagem de votos de Marques Mendes.

Bons investimentos

A propósito da praxe, escreve o Filipe Melo Sousa:

Continuo a estranhar as pessoas que têm a percepção que a praxe é um acto voluntário de submissão por parte dos caloiros. Pergunto-me que liberdade de decisão tem alguém que acaba de ingressar numa faculdade e se encontra num ambiente desconhecido perante tal escolha.


Deve-se ter em conta que a praxe é um negócio com uma taxa de rentabilidade elevada. A humilhação que o caloiro sofre no primeiro ano é um pequeno investimento quando comparado com o ganho potencial. Por ter sido humilhado um ano, o estudante fica com o direito de humilhar outros durante o resto da sua vida universitária. Digamo, num curso de 5 anos ele recebe 4 vezes o valor que pagou. Mas se o curso se prolongar por 10 anos ele pode receber 9 vezes o que pagou. Há poucos negócios com uma rentabilidade tão boa.

A exemplo do PSD,

Que tal reservar-se a "capacidade eleitoral activa" em eleições nacionais aos eleitores com os impostos em dia?
Podia, porém, dispensar-se a regra que proíbe os "pagamentos em massa".

102

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in «O Tripeiro», 1 de Março de 1926, 3ª série, nº5 (113)

«Por achar interessante vamos descrever como foi organizado nesta cidade o «Foot-Ball Club do Porto», o brilhante grupo desportivo que tanto tem honrado o nome da nossa terra.

Sentimos um grande contentamento em fazer esta descrição, não só pela honra que temos de ser um dos instaladores d’aquelle Club, como também por evocarmos uma época saudosa da nossa descuidada juventude.

Existia, há trinta e tal annos no Porto O Grupo do Destino, composto de uma rapaziada alegre, ruidosa, entusiasta, buliçosa, cuja missão era divertir-se, após as horas de trabalho. Não havia local onde bem se comesse e melhor se bebesse que O Grupo do Destino não conhecesse!

Rima e era verdade! Aquilo eram bons estomagos e bons gastronomos!

Partidas, piadas, blagues, bom humor, tal era o programa do Grupo do Destino.

As suas festas marcavam pela originalidade e decorriam sempre cheias de grande entusiasmo!

Com que recordações lembramos essa mocidade cheia de alegria e vivacidade!

Um dia o presidente do Grupo, isto pelas alturas de 1904 ou 1905, o saudoso José Monteiro da Costa, foi com seu pae visitar a Hespanha, França e Inglaterra. Nas constantes epistolas que nos enviava, descrevia com muito entusiasmo um jogo de bola a que tinha assistido em Inglaterra e que logo que chegasse ao Porto nos daria algumas explicações a fim de também o jogarmos!

Annunciada a sua vinda, um grupo de amigos sinceros, pois Monteiro da Costa de tudo era merecedor, foi esperal-o a Ermezinde. Foi uma alegria doida a sua chegada. Monteiro da Costa até ao Porto descreveu rapidamente as impressões da viagem, tendo frases, as mais entusiasticas, para o tal jogo da bola que muito o interessava e que era nem mais nem menos que o foot-ball.

Ouvil-o e resolver que O Grupo do Destino organizasse um grupo de foot-ball foi obra de um momento.

Os presentes já sabiam que com o que fosse resolvido todos concordavam; a divisa do Grupo era um por todos e todo por um.

Passados dias, realizou-se a reunião magna de todos os socios para tratar do importante asumpto - a instalação do grupo de foot-ball. Com as costumadas piadas, facecias, blagues, etc., apareceram de entrada dois obices a resolver: - 1º o desconhecimento completo, por parte de todos os sócios, de tal jogo; 2º, a falta de dinheiro, pois, com toda a sinceridade o dizemos, a maioria dos socios eram alegrêtes mas .....pobrêtes!

Como se sabe, no Porto, o foot-ball era quasi desconhecido. Somente existiam dois clubes onde se fazia esse jogo, que eram o Oporto Cricket e o Boavista Foot-Ball, aquele composto pela rapaziada das colónias ingleza e alemã, quasi todos empregados nas diversas casas commerciantes estrangeiras d’esta cidade, e este pelo pessoal da fábrica Graham, à Avenida da Boavista.

Estes clubes várias vezes se encontraram em desafios nos seus campos de jogos, mas a assistencia era restrita ás familias dos socios, razão porque era pouco conhecido entre nós.

Havia alguns portuenses, poucos, que conheciam o foot-ball; eram aquelles rapazes que tinham estudado nos colegios de Inglaterra e Belgica, onde aquelle jogo era obrigatorio.

Os rapazes do Grupo do Destino desconheciam por completo o jogo de que se tratava, mas isso não os intimidou. Resolveram unanimemente organisar n’esta cidade «o Foot-Ball Club do Porto». Estava resolvido o 1º obice, pois diziam: dar pontapés na bola é facílimo!....

O que era desconhecer a technica do foot-ball!.....

Quanto ao 2º obice - a falta de dinheiro – também tudo se conseguiu. O Grupo do Destino tinha resolvido apresentar no futuro cortejo, promovido pelo Club dos Fenianos, um carro carnavalesco e para esse effeito todos os seus socios pagavam um quota mensal. A assembleia magna resolveu que as quotas que se tinham pago para o carro carnavalesco fossem gastas com a instalação do «Foot-Ball Club do Porto» e assim os dois obices apresentados no principio da reunião desapareceram.

O Grupo do Destino jamais deixava de levar a effeito aquillo que pensasse fazer!

Foi logo nomeada uma commissão administrativa para dirigir os negócios do Club, ficando na presidência José Monteiro da Costa e como secretário o auctor d’estas desataviadas linhas.

N’essa occasião foi também escolhida a côr da equipe, e, caso curioso, apesar da maioria dos socios installadores ser de republicanos - alguns até comprometidos nas conspirações - a escolha recaiu no azul e branco, pois eram as cores da bandeira nacional!

Foi alugado um bocado de terreno da rua Anthero de Quental, onde os socios installadores se iam treinando no jogo.

Um dia appareceu no Club um italiano – Catulo Gadda – empregado na Fabrica Mariani, ás Devezas, disposto a jogar. Foi recebido de braços abertos, pois era alguem que conhecia o foot-ball. Era um explendido defeza pelo pontapé forte que possuia.

Já tinhamos dois «onze», mas pouco faziamos. Pois se não tinhamos nascido para aquilo!....

Certa tarde andavamos no campo treinando-nos e alguem nos comunica que um cavalheiro desejava falar-nos. Fomos ter com esse cavalheiro e reconhecemos a vontade que tinha de nos ver jogar. Mostramos-lhe o pouco conhecimento que tinhamos de foot-ball e passados minutos o tal cavalheiro concordava que realmente ainda estavamos um pouco atrazados na tecnica do foot-ball.... Mr. Cassigne, ilustre subdito francez, muito conhecido n’esta cidade e que era o cavalheiro que desejou ver jogar, foi muito amavel na apreciação que fez ao nosso jogo, pois não estavamos atrazados na tecnica do jogo, estavamos atrazadisimos!....

Conhecendo a boa vontade de Mr. Cassaigne, em prestar-nos os seus serviços, pedimos-lhe para tomar a direcção tecnica do foot-ball, a que acedeu com todo o entusiasmo. Não fomos só nós os instruidos. Mr. Cassaigne, com toda a solicitude, instruiu também os rapazes do Collegio da Boavista, ao tempo pertencente ao fallecido professor João Diogo, e instruiu os rapazes da Escola de Allunos Marinheiros, que se encontravam a bordo da Corveta Estephania.

Entrou para socio o conhecido desportista Romualdo Torres, que immediatamente propoz também, entre outros, Antonio Calém, Antunes Lemos, António Sá, Eduardo Villares, Nuno Salgueiro e António Campos que conheciam muito bem o foot-ball.

E assim, com todos estes elementos, já se via aos domingos o campo – já agora com o tamanho que a regras indicavam – todo cheio de uma afluencia que ali acorria para ver com todo o interesse as várias fases do foot-ball. Romualdo Torres, sempre disposto ao levantamento do Club, organizava constantes desafios com os dois clubes que existiam, o Oporto Cricket e o Boavista e assim o »Foot-Ball do Porto» iniciou a sua carreira auspiciosa.

Dos installadores ainda são vivos, parecendo-nos, porém que nenhum é socio, Amadeu Maia, jornalista; Candido Pinto da Mota e Manuel Luiz da Silva, despachantes oficiaes; Joaquim Pinto Rodrigues Freitas e Alvaro Osorio da Silva Cardoso, industriaes; Antonio Moreira da Silva, Joaquim Antonio Mendes Correia e Antonio Baptista Junior, empregados comerciaes; Manuel Sacramento, armador, Joaquim Silva, negociante e o auctor d’estas linhas.

E aqui está como um club organizado por rapazes que ignoravam o que era o foot-ball tanta propaganda teem feito em prol do Foot-Ball!.....».


Nota minha: respeitou-se a grafia original. O autor do texto, Joaquim Pereira da Silva, foi o 1º secretário do clube e seu presidente em 1912-13. Era comerciante na rua dos Caldeireiros, nº97.

Eis a pergunta

2009 ou 2013?

Hoje, no Correio da Manhã.

PARABÉNS


Santana Volta a Ser Primeiro

Inscrições abertas



Braga, 19 e 20 de Outubro

As múltiplas funções do acompanhamento psicológico

De acordo com os jornais, os pais adoptivos da Esmeralda terão acompanhamento psicológico. Não é claro se terão acompanhamento psicológico à sua diposição ou se terão obrigatoriamente que se submeter a acompanhamento psicológico. Tal como não é claro se o acompanhamento psicológico servirá para os ajudar ou para obrigar a quebrar a teimosia. De qualquer das formas, se é para os ajudar, como é que o tribunal sabe que eles não preferem um padre? Pago pelo orçamento de estado, evidentemente ...

O Porto em Lisboa

Vários vereadores da Câmara Municipal de Lisboa e diversas individualidades interessadas na coisa pública, têm contestado com veemência o status quo que permite que a Administração do Porto de Lisboa faça uma gestão autónoma de uma parte da cidade. Até posso concordar que não faz muito sentido ter duas entidades de costas voltadas a inventar estratégias para duas zonas contíguas da mesma cidade. Só que, observando a urbe e o que aconteceu nos últimos anos à zona administrada pela APL, não me parece que faça muito sentido entregar a zona ribeirinha à câmara. Sentir-me-ia mais confortável se entregassem o resto da cidade à APL.

Bofetadas de luva rosa-encarnada

«Há 123 capelães católicos integrados nos quadros do Ministério da Saúde, com salários que variam entre 986 e 1474 e pelo menos mais 70 sacerdotes da mesma confissão com vínculo contratual com o Estado, no Ministério da Defesa (onde existe até um bispo das Forças Armadas, com patente de major-general, nomeado pelo papa e só por ele podendo ser exonerado), da Justiça (nas prisões) e da Administração Interna (a celebrar missa na PSP e GNR). (...) [o projecto do Governo] exige que os pacientes à entrada do internamento registem a sua vontade de ter ou não assistência religiosa, restringindo o contacto dos ministros das várias confissões aos que o solicitaram. Uma regra que, parece, não agrada à Igreja Católica, que chama "ridícula", "inaceitável" e "inconcebível" à proposta. É compreensível. É aliás bom sinal. Quem tem um monopólio detesta perdê-lo.»

Fernanda Câncio, DN

«Se existe uma função que não faz nenhum sentido num Estado laico é a prestação estatal de serviços religiosos. Por isso, o seu abandono para a "sociedade civil" deveria constituir uma prioridade de qualquer programa liberal de "emagrecimento" do Estado

Vital Moreira, Causa Nossa

Novidades

Engenharias

Segundo o http://doportugalprofundo.blogspot.com/
«Carlos Gião Gomes Pereira e Maria Cármen Antunes, indicados pela Procuradoria-Geral da República (Expresso de 4-8-2007) como a prova do alegado não favorecimento do aluno José Sócrates na licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente (UnI), são respectivamente, Director do Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego e Chefe de Divisão de Formação e Segurança Rodoviária da Câmara Municipal de Lisboa (CML). A eng. Maria Cármen Antunes é subordinada directa do Eng. Carlos Gião Gomes Pereira na CML (consulta hoje, 27-9-2007)»

Que José Sócrates seja engenheiro ou não é irrelevante para as funções que desempenha e para as quais foi eleito. Não foi escolhido por ou para ser engenheiro. (Coisa bem distinta são os procedimentos usados para que o assunto da sua formação académica seja arquivado!)
Já Carlos Gião Gomes Pereira e Maria Cármen Antunes desempenham funções nas quais a qualidade da formação académica é um factor imprescindível.
Se esta informação Do Portugal Profundo se confirmar isto implica que o Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego e a Divisão de Formação e Segurança Rodoviária da Câmara Municipal de Lisboa são chefiados por pessoas cujos cursos superiores nos motivam as maiores dúvidas quanto à sua qualidade. Como foram escolhidos para estes cargos Carlos Gião Gomes Pereira e Maria Cármen Antunes? Por concurso? Nomeação?
Acredito que Carlos Gião Gomes Pereira e Maria Cármen Antunes sejam competentíssimos mas gostaria de perceber entre quantos candidatos - formados onde? - foram escolhidos.

Um clássico:

«DN foi o jornal que mais cresceu em vendas», no Diário de Notícias;

«JN sobe 5% em relação ao ano passado», no Jornal de Notícias;

«Correio da Manhã cada vez mais líder», no Correio da Manhã;

«O PÚBLICO (grupo Sonae), remodelado desde 12 de Fevereiro, foi o jornal que mais subiu (17,8 por cento), apresentando uma tendência regular de recuperação», no Público;

«O maior jornal nacional», no Destake

O Irão e a Lei Internacional

José Sócrates, num daqueles momentos em que se encontrava na estratosfera a desempenhar as funções de líder da Europa, disse há uns dias a União Europeia recorrerá "a todas as formas de sanções" contra o Irão, no caso de o país desrespeitar as leis internacionais sobre energia nuclear. Fiquei a pensar no que dirá a lei internacional a propósito deste caso. Não proibe a construção de centrais nucleares. Existem centenas em funcionamento em dezenas de países. Não proibe a posse de armas nucleares. Existem pelo menos 7 países com armas nucleares. Existe um tratado de não proliferação da armas nucleares, mas esse tratado existe numa base voluntária e permite a construção de reacores nucleares para fins pacíficos. Ah, e muitos dos reacores nucleares para fins pacíficos não se distinguem dos reactores nucleares para fins militares. Sendo assim, é caso para perguntar: qual foi a lei internacional que o Irão violou ou se prepara para violar? Nenhuma. As razões para as pressões do Ocidente sobre o Irão são de interesse e de poder. Nada têm a ver com o direito internacional.

Formação cívica*

6, 350 kg. Quem ou o quê pesa 6, 350 kg.? Os manuais escolares duma das filhas de Joana Pontes. Provavelmente por ser realizadora Joana Pontes descreveu, no PÚBLICO, quase como quem organiza um guião, aquilo que é o início do ano escolar do ponto de vista das famílias: são as listas de material e os horários que só se dão a conhecer no início das aulas; o peso absurdo da mala e a inexplicável distribuição da mancha horária. Agora, com as aulas começadas, eu gostaria de acrescentar outras dúvidas. Por exemplo, será necessário esperar por Setembro para se saber quais os alunos que têm apoios sociais? E como é possível que o guichet da venda de senhas de refeição encerre quando estão dezenas de crianças numa fila à espera para comprar a senha para o almoço desse dia? ###
Dirão que são detalhes mas estes são os detalhes que infernizam a vida das pessoas cujos filhos frequentam as escolas públicas. Esta escola quotidianamente autista vê-se pouco. O dia-a-dia não faz notícias mas devia fazer pois é nessa rotina que acontecem os maiores problemas. Por exemplo, alguém sabe o que foi feito da TLEBS? Oficialmente a última vez que se falou sobre esta terminologia linguística foi numa portaria datada de 18 de Abril em que se anunciava que a TLEBS entrava em revisão científica. Até quando? E até quando a ministra vai continuar em silêncio sobre este assunto que afectou milhares de estudantes e professores?
Mas podemos continuar na lista das dúvidas. Por exemplo, podemos tentar entender esse concurso de charadas que é o programa de História e Geografia dos 5º e 6 anos ou interrogarmo-nos sobre o conteúdo de disciplinas como Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica. A carga horária destas disciplinas é cada vez maior. A primeira delas, Área de Projecto, é uma fraude. A segunda, Estudo Acompanhado, pelo menos permite que, às vezes, os TPC’s sejam feitos na escola. Para o fim deixo a Formação Cívica. Esta disciplina proporcionou um dos momentos mais insólitos do presente ano lectivo e político. Esse momento aconteceu quando o ministro da Administração Interna, Rui Pereira (e repito que foi o ministro da Administração Interna e não da Educação) explicou que a disciplina de Formação Cívica era muito importante para a "a mudança de mentalidades e a construção de um Portugal melhor". Cabe perguntar quem disse ao ministro da Administração Interna que as famílias devem mudar as suas mentalidades em função do proselitismo do MAI?
Domesticamente a minha experiência da dita Formação Cívica começa pelo preenchimento de fichas e mais fichas sobre o agregado familiar. Escreve-se o mesmo que no acto da matrícula mas é um clássico. Cumprido este ritual entra-se na maravilhosa idade de ouro da unificação europeia ou esmiuça-se o comportamento da turma com vista à almejada “mudança de mentalidades”. Com tudo isto as mentalidades vão andando. A escola é que vai de mal a pior.

*PÚBLICO, 27 de Setembro

27.9.07

Postas com Debate

A Importância de Ron Paul, no Insurgente.
Pela Liberalização Total dos Horários do Comércio, também no Insurgente.
Monólogos Sobre a Fé, no Kontratempos.
Os Problemas da Humanidade, também no Kontratempos.

Tem de se ler

Queria escrever qualquer coisita mas resolvi aproveitar o labor de quem o fez bem melhor. Esta posta do FJV diz tudo o que penso sobre 'aquilo'.
Já agora, leiam também as outras postas do Origem das Espécies - antes e depois.

Leitura recomendada - II

«Ron Paul surge com ideias politicamente fora do comum, claras e concisas: defende a liberdade das pessoas e questiona o excesso de poder público e o intervencionismo do governo. É disto que, um pouco por todo o lado, o cidadão comum sente falta.»,
por Rui A.

Leitura recomendada - I:

«Carta aos capelães hospitalares», pelo Bispo do Porto

Não entender nada

é o que a Direcção de Informação da SIC demonstra ao assinar uma «coisa» como esta: «A atitude desproporcionada de Pedro Santana Lopes não altera a nossa linha editorial. »

Ponto alto do desvario: «
A SIC entende que não faltou ao respeito a Pedro Santana Lopes e que a chegada de José Mourinho não era um elemento perturbador de uma entrevista para a qual tínhamos previsto cerca de 30 minutos.»

A SIC está no seu direito de «entender» o que quiser, mas não deixa de passar a ideia que, de facto, não entende nada.

Ao nível da lama *

Para alguns ‘notáveis’ do PSD, Luís Filipe Menezes não se anda a portar bem. Está a “prejudicar a imagem do partido”, asseguram. Menezes desafia as decisões dos órgãos internos e expõe a sua duplicidade de critérios. Todos os dias ataca o ‘baronato’ do partido que em tudo manda mas quase nunca se deixa mostrar. Sobretudo, Menezes não se cala: abana, indispõe e confronta.
As críticas dessa estranhíssima aristocracia laranja parecem ser coerentes com o apoio quase unânime que dão à actual liderança. Na verdade, o estilo de oposição de Marques Mendes ao Governo é macio, polido, insípido, sem chama e sem marca. Certamente, esperariam a mesma mansidão na oposição interna do PSD.
Entretanto, Macário Correia, porta-voz de Marques Mendes, acusa Menezes de “pôr as coisas ao nível da lama”. A imputação é imerecida – as “coisas” já estavam nesse patamar há demasiado tempo.

* Publicado no Correio da Manhã

Momentos de Glória

Honra e virtude entre ladrões

Há quem se espante com o comportamento dos candidatos à liderança do PSD e respectivos apoiantes. Não percebo o espanto. Eles são políticos. A função deles é conquistar o poder sem se preocuparem com o consentimento de quem o detém. Eles não têm que produzir um bem ou serviço que agrade ao cliente. Não estão num negócio em que há vantagens mútuas para produtores e consumidores. Eles só têm que chegar ao poder. Uma vez no poder, o rendimento está garantido pela cobrança coerciva de impostos e há que pagar a quem os ajudou a lá chegar. Aliás, quando chegarem ao topo eles vão continuar a fazer política, ou seja, terão que identificar um grupo a quem devem tirar impostos, outro a quem transferir esses dinheiro e fechar o negócio eleitoral com estes últimos. Eles estão no negócio do roubo institucionalizado. A política é um jogo de soma nula. Quem é que espera honra e virtude entre ladrões?

Se fosse só o Mugabe...

»O Arcebispo de Maputo, D. Francisco Chimoio, acaba de afirmar que alguns preservativos de origem europeia estariam contaminados com o HIV, assim como certos medicamentos anti-retrovirais, com o objectivo de liquidar o mais rapidamente possível os africanos. Nem mais!»
http://quartarepublica.blogspot.com/2007/09/chocante.html, Salvador Massano Cardoso

Espírito de adepto:

«Bem pode chamar-lhe milagre. O SLB (mais conhecido por glorioso) e o Leão vão continuar a disputar uma taça de lata e o Dragão a descansar.

Julga que o erro do arbitro na Reboleira foi inocente?Nem pense! Certinho para lixar o Glorioso!

Até onde vai o poder do pintinho,carago


Luís Moreira, nos comentários.

26.9.07

O Terceiro Milagre

Aparição e Desaparição. Está em 101 blogues. Neste e em mais outros 100.

O Dia dos Milagres

Mais um, na Reboleira.

Milagre de Fátima!

..............

Sobre o Mundial de Râguebi




Foram 4 jogos.
E 4 derrotas. No total, marcamos 38 pontos - e sofremos 213. Por todo lado, a propósito desta competição, ouvi falar em 'empenho'. Em 'atitude'. Houve até quem abandonasse por completo o pudor e se atrevesse a empregar a palavra 'brilhantismo'. Mas estabeleceu-se um consenso, muito à nossa maneira, acerca da 'dignificação' da modalidade, do desporto nacional e outras coisas sem qualquer sentido que, supostamente, ficam bem nestes momentos em que os factos não deixam quase nada de razoável para se dizer.
Cantaram bem o Hino? Sem dúvida. Confesso que senti algum prazer quando vi aqueles monárquicos todos a cantar o Hino da República tão desveladamente. Mas não me parece que tenha sido esse o principal objectivo.
Portaram-se bem? Não propriamente - comportaram-se como amadores que são. Nem mais nem menos. O resto são fados e toiradas...

Múltipla escolha II

O Estado, enquanto prestador de cuidados de Saúde financiados por contribuições não voluntárias, deve:

1. Ignorar as necessidades espirituais dos doentes. O doente pagou, mas não pense que tem o que quer. A doença é um problema físico que se trata com medicamentos e não com superstições.

2. Devolver a parte dos impostos que cabe a cada português para que cada um se trate onde quiser e como quiser.

3. O cliente tem sempre razão. O Estado deve contratar sacerdotes, de acordo com a religião dos doentes e a racionalidade económica, para satisfazer os clientes.

Disse assim

Partidos por dentro, no Correio da Manhã.

Velhas e novas superstições (3)

Vital Moreira sabe que um confronto com a Igreja católica aglutina os jacobinos do país e não deixa de recorrer ao estratagema.
Deve ter entretém para décadas pois tem várias terras para mudar de nome, cruzes para arrancar e até nomes próprios para mandar alterar.
Nada disto é novo mas não deixa de ser irritante. Sobretudo é mais irritante ainda quando vemos o designado "apoio psicológico" tornar-se no paliativo dos mais dramáticos acontecimentos. Quem não se lembra das discussões em torno do apoio psicológico após a queda da ponte de Entre-os-Rios? Aliás discutiu-se mais a questão do apoio psicológico que as inspecções às mesmas pontes.

Velhas e novas superstições (2)

Ao contrário do que inferiram alguns comentadores, não discordo de grande parte da posição que o João Miranda apresentou aqui.
Designadamente, estou de acordo com um dos seus principais pressupostos:
«Uma pessoa que está com dificuldades de saúde num hospital só terá algum conforto espiritual se for iludida».
Ora aqui está uma forma assaz lúcida de perceber o papel da religião nos hospitais (e em todo o lado). Não posso estar em maior consonância...

Múltipla escolha

O Estado deve promover e subsidiar:

1. Apenas as ideias da Igreja Católica.

2. Apenas as ideias laicas.

3. Tanto as ideias da Igreja Católica como as laicas.

4. Nem as ideias da Igreja Católica nem as laicas.

5. Os laicos têm ideias neutras.

5. Os laicos só defendem factos, não defendem valores.

6. As ideias laicas estão sempre certas. Qual é a dúvida?

7. A missão do Estado é impor as ideias laicas à sociedade para a melhorar.

8. O erro não está na promoção de ideias nos serviços públicos. O erro está na promoção de ideias erradas.

Devagar, devagarinho...

«Saudi Religious Police Attacked by Girls
According to the head of the commission in Khobar, two girls pepper sprayed members of the commission after they had tried to offer them advice.
Commission for the Promotion of Virtue and Prevention of Vice were the victims of an attack by two Saudi females
...»

Factor de implosão

Porquê tanta surpresa com o que se passa no PSD? Tendo em consideração o vazio total daquela agremiação e a «qualidade» dos candidatos, estranho seria que as coisas se passassem de forma diferente.
Aliás convém recordar que, pelas mesmas razões, atitudes menos elegantes já tinham ocorrido na recente disputa pela liderança do CDS/PP. O afastamento do poder é uma coisa devastadora para quem apenas o parasita.
Mas a actual situação é a meu ver, e ao contrário do que bastante gente diz, muito positiva. Seria mais grave se o cenário se apresentasse como minimamente credível, pois levaria a um arrastar de uma situação pantanosa por mais uns anos.
Nesta fase, manter o actual estado de vazio e desfasamento sócio-ideológico dos principais partidos seria terrível a médio/longo prazo. A um sistema de partidos que se revêem ainda em valores, projectos e posicionamento ideológicos com três décadas de patine, reflexo directo dos particulares condicionalismos políticos de 1974, só se pode desejar que seja destruído de uma vez por todas.

Assim, de um ponto de vista não-«socialista-democrata», o candidato cuja vitória julgo que provocaria efeitos positivos globais a médio prazo, seria sem dúvida Luís Filipe Meneses.
Seria aquele que pelo seu estilo de cata-vento, pelo facto de ser mal-querido pelas elites e grupos de interesses do seu partido, pelo seu genuíno populismo, poderia provocar as mais violentas, mas saudáveis, reacções internas. A sua vitória poderia funcionar como um factor reagente e levar muita gente a finalmente provocar as rupturas há muito adiadas, cisões desejadas mas nunca concretizadas, uma clarificação ideológica mais do que necessária.
E ao final da catarse, surgir um novo panorama político-partidário, mais arrumado, mais actual e com mais alternativas para o eleitor. Apenas poderão advir benefícios se essa clarificação radical ocorrer, para que de uma vez por todas se termine com o panorama político partidário mono-socialista.

Velhas e novas superstições

Pelo que percebi, o Governo quer acabar com os capelães que prestam serviço nos hospitais. O novo serviço de assistência espiritual terá que ser solicitado pelo doente por escrito e será prestado por membros das várias entidades religiosas. Os novos prestadores de serviço receberão à tarefa e passarão recibos verdes.
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Esta medida faz todo o sentido e só peca por falta de ambição. Uma nova fé tem que expulsar do território conquistado os representantes da fé antiga. Quanto mais não seja por mero instinto de sobrevivência. A nova fé não precisa dos representantes das antigas superstições para prestar assistência espiritual. Agora existem os psicólogos, os psiquiatras (e as respectivas versões pedo) que, com o tempo, tomam o lugar dos sacerdotes da Igreja Católica. Se antigamente um padre era suficiente, agora é necessária uma equipa de psis com licenciatura e formação científica.

Há, no entanto, um pequeno problema no horizonte. Uma pessoa que está com dificuldades de saúde num hospital só terá algum conforto espiritual se for iludida. É verdade que os psis desempenham esse papel na perfeição. Mas os doentes reais que frequentam os hospitais públicos são em grande parte velhos semi-analfabetos que tendem a acreditar mais nas superstições antigas do que nas modernas. Ao afastar os capelães dos hospitais, o Estado reforça a sua posição entre as várias religiões, mas presta um mau serviço ao cliente, o que poderá criar alguma erosão da quota de mercado no longo prazo.

Tem de se ver

- O catavento;
- O pequeno ditador.

Ambos no Intervenção Maia.

Irangay

Ahmadinejad diz que no Irão não há homossexuais. Haver há, mas passam despercebidos por baixo dos hijabs.

Histórinha de Encantar

O Tibete, antes da invasão da China, era uma democracia fluorescente em que havia liberdade política e religiosa.

Leitura

Luís Filipe Menezes, um político de elevada estatura moral, fina educação e irrepreensível ética republicana, está a ser impedido de aceder à liderança do partido por manobras de bastidores. Os militantes do PSD que, voluntariamente, esperaram horas em enormes filas junto a máquinas multibanco, noite fora, vão ser impedidos de votar por Marques Mendes, um sulista, elitista e liberal.

25.9.07

O fenómeno Ron Paul

O candidato Ron Paul em alguns aspectos não é apenas «mais um» candidato.
Apesar de nas sondagens a nível nacional raramente ultrapassar os 3 ou 4%, e de ser muitas vezes ignorado pelos media tradicionais, numa área em particular é uma força a ter em conta: na internet.
Aí tem tido uma projecção totalmente distinta da que goza em outros meios. Em qualquer forum, sondagem online, nos vídeos do youtube ou nas pesquisas por nome (1); (2). Resta ver se tal facto se traduzirá em votos.

As suas principais propostas estão enunciadas no seu site. Mas será interessante tentar perceber porque as suas ideias tem tido tão forte adesão na internet, a que acresce uma especificidade que julgo única em relação aos demais candidatos e a eleições anteriores: a adesão, apoio e debate que as suas ideias e campanha suscitam, via internet, em vários países, junto de não-votantes.
E agora, também em Portugal.

Sites/blogs:
Ron Paul 2008; Ron Paul Revolution; Brasil; Bélgica; India e Paquistão; Grã-Bretanha; Holanda; França, Polónia; Roménia; Venezuela; Finlândia; Chile, Indonésia; Hungria;

Símbolos discriminatórios em Hospitais.

Poderá ter interesse reler "Símbolos discriminatórios em Hospitais", publicado em 30 de Outubro de 2006.

Os Votos dos Militantes das Últimas Quotas

Meneses ameaça desistir porque uns milhares de militantes cujas quotas foram pagas em bloco não poderão votar. Mas como é que ele sabe em quem é que esses militantes da última-quota vão votar? Será possível que Meneses tenha tentado comprar votos e agora desiste porque não o deixam completar a transacção? Hummm.

Pagamentos em massa

Guliherme Silva está a dissertar, na SIC - Notícias, sobre a problemática dos "pagamentos em massa" de quotas de militantes do PSD.

Não sei porquê, mas existem órgãos de jurisdição que, por muito que encenem poses de independência e de subido saber e sensibilidade jurídica, quando intervêm, há sempre alguma coisa que soa a falso. Fica sempre a sensação de que, mesmo sem querer, acabam a caricaturar, precisamente, a ideia de Direito e o sentido de independência.

Uns são os órgãos jurisdicionais do futebol. Outros, são os ditos órgãos ou conselhos de jurisdição dos partidos.

Sobre os primeiros e os juristas que tradicionalmente se envolvem no futebol, já Miguel Sousa Tavares utilizou, em tempos, a expressão "traseiras do Direito em Portugal". Sobre os segundos...

Disse assim...

- O cancro da democracia;
- Quanto mais Estado, pior.

Ambos, no Correio da Manhã.

Leitura recomendada

Notes for the speech of the President of the Czech Republic at the UN Climate Change Conference

Diferentes aspectos da laicidade

- Obsession - mais um documentário que não veremos nas Tv's nacionais.
- Os capelães - por Vital Moreira, no Público.

Uma história exemplar

A) A Marinha Grande tem um novo mercado que custou dois milhões de euros.

B) O novo mercado está pronto há mais de três anos, mas nunca chegou a abrir por falta de condições, segundo parecer da autoridade de saúde.

C) A autarquia resolveu abandonar o projecto e alienar o espaço, porque os custos para pôr o mercado a funcionar atingiam os 2,2 milhões de euros. Ou seja um bocadinho mais do que aquilo que custou o mercado. No total o novo mercado da Marinha Grande iria ficar em 4,2 milhões de euros

D) A Marinha Grande tem também um velho mercado. Este foi alvo de uma inspecção realizada pela Saúde Pública, em Agosto de 2006, a qual concluiu que o mercado velho "não apresenta condições higieno-sanitárias".

E) No passado dia 19, a ASAE fechou o mercado velho.

F) No fim-de-semana, a ASAE voltou à Marinha Grande e proibiu a venda de peixe nas tendas que a câmara improvisou junto ao estádio de futebol.

G) A autarquia propõe-se agora fazer obras no mercado velho. E vender o mercado novo. Entretanto a ASAE corre atrás das peixeiras. E os contribuintes pagam este desvario.

Projectos pequeninos mas realizáveis

José Sócrates quer salvar o mundo do Aquecimento Global. Até faz exigências como se a sua voz contasse para alguma coisa. Sugiro que se dedique a projectos à sua dimensão. Por exemplo, devia salvar a Arrábida das pedreiras ou a Ribeira dos Milagres das suinicultoras. O lema deve ser: projectos pequeninos mas realizáveis. É claro que os projectos pequeninos mas realizáveis têm alguns inconvenientes. A retórica inconsequente torna-se mais saliente. Pode não ser possível comprar uma saída fácil para ocultar os fracassos. É necessário enfrentar pessoas reais que não ligam nenhuma à retórica ambientalista. Não se pode culpar o Bush. Existe uma possibilidade real de sucesso que poderia fazer secar uma potencial fonte eleitoral. O fracasso é um excelente indicador de incompetência e de hipocrisia. Um líder inteligente ignora os projectos pequeninos e realizáveis e atira-se de cabeça aos megalómanos e irrealizáveis. Os megalómanos e irrealizáveis são os que lhe permitem partilhar a glória e a santidade com a elite mundial. A custo zero.

Requerimento

Exmo. Senhor Primeiro-Ministro

Vossa Excelência vai hoje transmitir uma relevante mensagem nas Nações Unidas, perante inúmeras individualidades que consigo partilham esta nobre ansiedade da salvação do planeta. Será Vossa Excelência porta-voz de todos os que queremos manter o clima como está porque gostamos deste e não queremos outro. No seu discurso, sobrelevar-se-ão as exigências aos países mais desenvolvidos para que actuem no sentido de impedir que planeta aqueça demasiado e derreta. Vossa Excelência vai orgulhar o país e até, quem sabe, poderão vir a chamá-lo “Al Gore Ibérico”, uma suprema distinção para quem peleja contra a força maligna dos termómetros.

No meio de tanto orgulho, só um pequeno detalhe pode arrefecer o entusiasmo do povo luso. O inglês técnico. Por favor, não nos embarace. Faça o seu discurso em português.

Pede deferimento.

A ler:

«A grande mistificação das contas públicas!», no Quarta República.

24.9.07

A implosão...do PS?

Carrilho assina hoje, no DN, um artigo sobre "as ameaças que pairam sobre o sistema partidário" e que, na sua perspectiva "ficaram claras com as eleições intercalares de Lisboa".

Apesar de tudo - quer dizer, da referência ao sistema partidário - transparece sempre, ao longo do dito texto, a sensação de que Carrilho não pretende mais do que falar sobretudo de e para o seu partido. É da hipotética implosão do PS que se trata, até mesmo porque nota-se que Carrilho, com este artigo, pretendeu também dizer "eu bem avisei", "eu bem disse"! - principalmente, quando se lê o último e conclusivo parágrafo do texto. ###

De todo o modo, MMC entende que o fenómeno dos independentes (os por si denominados "dissidentes de ocasião") "pode na verdade ter consequências muito negativas para a vitalidade da democracia". Mas, esta sua conclusão baseia-se no caso dos "falsos independentes" que são ex-militantes dos partidos e que, circunstancialmente, por divergências várias, concorrenciam com eles (e, com algum sucesso, se pensarmos precisamente nas eleições intercalares para a C.M. de Lisboa). Não serão, assim, verdadeiros independentes que emanam da "sociedade civil", representando-a directamente.

Carrilho até poderá ter razão, ao fim e ao cabo, quando considera erróneas estas situações "independentes", qualificando-as de "contrabando de designação".

Só não se percebe porque é que Carrilho acha que fora dos partidos - e, pressente-se nas entrelinhas, fora DESTES partidos - só poderão existir ou os tais "dissidentes" ou nada! Ou os partidos (tal como os conhecemos) ou o caos... E isto, ao ponto de reservar aos independentes, à denominada "sociedade civil" e aos movimentos de cidadãos, o papel de "somar(em) competitivamente ideias e debates, projectos e desafios aos partidos", mas sem nunca pretenderem substituí-los...

Eu continuo a pensar que a participação na res publica deveria ser, também ela, concorrencial, entre todos aqueles que quisessem intervir, sejam partidos, organizações ou movimentos de qualquer natureza ou simplesmente cidadãos.

Não deveriam, idealmente, existir barreiras à entrada deste mercado...ao contrário do que sucede, de facto, pelo menos entre nós.

Não creio que, pelo menos como ponto de partida, se deva pressupor que uns - os partidos - podem actuar e os outros, todos os outros, podem, quando muito, se quiserem e os deixarem, escrever em blogs, pensar, participar em think-tanks (promovidos e orientados pelos partidos)...mas não, de maneira alguma, concorrer em eleições.

Este tipo de discurso acaba por ser uma das mais robustas e eficazes defesas (porque indirecta e talvez não intencional) do status quo aparelhístico-partidário que - esse sim - destrói mesmo a democracia!

Esta Falta de Originalidade Que Nos Empobrece.

Câmara de Lisboa duplica Imposto Municipal sobre Imóveis.

Update: Segundo a Antena 1, o aumento é só sobre imóveis devolutos. Ou seja, quando os proprietários não têm rendimento, duplica o imposto.

Doutrinação na escola pública

Rui Pereira destaca aprendizagem de valores de cidadania nas escola


O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, sublinhou hoje a importância da aprendizagem dos valores da cidadania na escola, considerando que disso depende "a mudança de mentalidades e a construção de um Portugal melhor".

Rui Pereira, que participou no lançamento do livro e jogo pedagógico "Aprender a crescer — Manual de Formação Cívica", na Escola Superior de Educação de Leiria, realçou a importância da obra, "que mostra que aprender pode ser divertido", abordando "problemas tão relevantes e complexos como a educação sexual, comportamentos de risco ou a violência doméstica".


Ditadura: os valores do Estado são impostos aos cidadãos.

Democracia: os valores dos cidadãos são impostos ao Estado.

Uma entrevista que quase ninguém citou (4)

E que polémicas recorda?

Ainda me lembro da grande polémica que levantei porque me apareceu um processo para eu validar uma transcrição de escutas telefónicas. Eu perguntei onde estão as cassetes para eu ouvir e responderam-me "as cassetes? Estão na Polícia Judiciária, nunca vêm ao tribunal!" Mas como é que valido uma transcrição de escutas, sem ouvir a gravação? Isto foi, na altura, perturbador e levantou grande polémica. Contudo, eu, ao não aceitar essa prática, era severamente criticada e eu sofria grandes pressões.

Em especial a Polícia Judiciária...

Não só mas também. A PJ estava habituada a que lhe autorizassem as escutas sempre. Mas eu só autorizava em casos contados (quando julgava reunidos os legais requisitos) e queria sempre, acompanhar a par e passo. A ideia que me ficava, era de que o Ministério Público se demitia das suas funções, não fazendo qualquer controlo dos pedidos da PJ, e promovia exactamente, tudo o solicitado e depois quando não eram autorizadas, "tomava as dores" da PJ e não concordava com a decisão, tendo chegado a recorrer, mas não viram ser-lhes dada razão. Eu ao alterar aquela prática instalada, ao exigir fundamentos, obriguei a maior investigação e maior empenho, e isso nunca foi bem aceite, a começar nas polícias. Lembro-me que, como eu não autorizava as escutas de ânimo leve, arranjavam maneira de contornar que os processos para escutas, não passassem por mim. No dia em que eu estivesse de turno, os processos não vinham. Como nem toda a gente tinha as mesmas exigências, para que é que eles iam dar-se ao trabalho de pôr a investigação correcta?


(Juíza Amália Morgado, ex-presidente do TIC do Porto in JN, 10 de Setembro de 2007)

Dizer quase tudo sobre a questão

«O programa de troca de seringas nas prisões avança hoje. Antes da eliminação do tristemente famoso balde higiénico

No Editorial do DN.

Versão Alternativa

Eu quero um T10
Onde podemos viver os dois
Quero um Ferrari, só pra mim
Pra ti um BêEme, com tecto de abrir
Apenas vou ter de assaltar
O Millenium e o Banco Popular
E procurar
O cofre de abertura ratardada

22.9.07

A ler:

«Parque Natural das Pedreiras da Arrábida», por Pedro Sales

Aos Sábados no DN

A FABULOSA TIPOGRAFIA

Torre Eiffel de Paris, Texas

.de


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Mandela dead



Bush mostrou dominar correctamente a utilização de analogias. Ao contrário dos críticos que o chamam estúpido e que parece que não perceberam a analogia. Leiam-se alguns dos comentários no Portugal Diário.

Próximo passo: alguém vai dizer que a analogia é demasiado boa para ser inventada pelo próprio Bush. Provavelmente foi uma ideia de um assessor.

The Funniest Joke In The World

21.9.07

Dos «motivos óbvios»:

Porque grande número de chefes de estado africanos apoiam Mugabe?
Porque assim o mundo anda entretido e não olha para eles.

Causas

O argumento do «desconhecimento do texto final» do tratado europeu só é válido em caso de defesa da via referendária.
Na opção de adopção por via parlamentar, o «desconhecimento do texto» é irrelevante.

Princípios

Ninguém condena o ataque de Israel à Síria? Trata-se de uma violação do direito internacional.

The special one *

Nos relatos acerca dos portugueses de quinhentos encontra-se um modelo que hoje parece estranho: o português orgulhoso de si e que nunca o esconde. De Afonso de Albuquerque a Luís de Ataíde, abundam figuras que contrastam com aquilo que hoje somos.
Mourinho parece uma recordação deslocada desses tempos. Gosta de vencer e de fazer por isso. Sabe que é o melhor e não o disfarça. Hoje quase ninguém gosta disso. Apreciam-se atitudes prenhes de falsas modéstias. Estima-se quem finge as emoções que não sente. Não se aplaude quem vence mas sim quem herda. E os “simpáticos” são adorados. Os tipos “porreiros”. Mourinho não é nada disso. Não herdou, fez-se à sua custa, aposta no seu mérito, arrisca, não finge, não é humilde e nunca quis ser agradável. Não gosta dos medíocres, dentro e fora do campo. E estes nunca lhe perdoaram: aqui, na Inglaterra ou na Rússia.

* Publicado no Correio da Manhã

Grãos de Trigo na Asa

Portugal chegou ao Gizmodo.

A sério?

«Concurso de ideias para o novo Parque Mayer abre a porta ao teatro de revista»
http://jornal.publico.clix.pt/
Quererá isto dizer que o teatro de revista acabou porque o Parque Mayer lhe fechou as portas?
Desenhar portas abertas para salas onde se fará teatro de revista não é muito difícil. Até ajuda a vender o projecto junta da opinião pública. Mas o teatro não surge por portaria ou decreto.

«Aquilino Ribeiro no Panteão Nacional, mas ainda longe das escolas e das livrarias»
http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=search%2Easp%3Fweb%3DEI%26q%3Daquilino%26check%3D1
"ainda longe das escolas e das livrarias"??? Se alguém esteve nas livrarias, teve edições com lombadas disto e daquilo, obras completas, escolhidas, seleccionadas, reconhecimento e divulgação foi mesmo o "mestre Aquilino"!!!

Gestão pública:

«Ao JN, fonte do município garantiu que o abandono do projecto de Frank Gehry não vai acarretar quaisquer gastos para o município. O mesmo foi confirmado por Carmona Rodrigues, ex-presidente da Câmara, adiantando que "tudo o que Gehry fez foi antes de Outubro de 2005 e está pago [pela EPUL]».

Ah, bom. Antes assim, que a CML não tenha «quaisquer gastos». É muito melhor ser o sócio único da EPUL a arcar com o prejuízo.....

Por motivos que todos percebem

A recusa do governo português em receber o Dalai Lama faz todo o sentido. Do ponto de vista do Estado português a China é várias ordens de grandeza mais importante do que o governo do Tibete no exílio. É claro que um governante que se recuse a receber o Dalai Lama fica muito mal na fotografia. O facto de os governantes portugueses terem optado por defender os interesses do Estado que representam à custa da imagem pública é um sinal de que afinal levam as suas funções a sério.
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Os portugueses têm que decidir para que serve o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ou serve para defender os interesses portugueses no mundo, ou serve para defender os direitos humanos. Não pode servir para as duas coisas porque os dois interesses são, pelo menos neste momento, contraditórios.

Portugal poderia seguir uma política externa de defesa dos direitos humanos etc e tal. Mas tal política teria que ser consistente e orientada para os resultados. Portugal não tem tal política. Se os governantes portugueses tivessem recebido o Dalai Lama, a causa tibetana ficaria na mesma. Os interesses portugueses no mundo ficariam pior. E se Portugal quiser ter algum impacto nos direitos humanos no mundo tem que seguir uma política consistente e pragmática. O que for válido para o Tibete tem que ser válido para Cabinda, para o Sara Ocidental ou para as cidades espanholas no Norte de África. Não podem existir territórios ocupados de primeira e de segunda sob pena de as posições portuguesas não serem levadas a sério.

VHS, QWERTY e o Esperanto II

Quando socialistas odeiam o mercado

Uma entrevista que quase ninguém citou (3)

Sente que os seus conceitos têm receptividade junto dos outros operadores da justiça?

(...) Quanto aos outros operadores nem sempre é com agrado que vêem a minha prática processual. Designadamente outros magistrados que não sigam esta vertente. No TIC, agora, somos seis magistrados. Quando para aqui vim havia uma prática instalada de recurso às chamadas "chocas". Os processos, principalmente nos dias de turno, já vinham para o juiz com uma "choca" (que, sem qualquer apreciação judicial prévia, autorizava escutas, buscas, reexaminava os pressupostos da prisão preventiva, negava qualquer substituição de medidas coactivas, etc...), e ao que pude constatar era via de regra, assinada pelo juiz.


"Choca"? Um despacho padrão, pré-definido?

Exacto. Cada vez que aparecia, por exemplo, um processo de escutas, o funcionário adequava a "choca" ( uma espécie de despacho geral e abstracto) àquele processo, colocando o nome e número de telefone indicados e o juiz, só tinha de rubricar a dita "choca". Estávamos de alguma forma a pôr para cima dos funcionários a "responsabilidade" da decisão e de colocar no processo a "choca" certa, para além deste sistema ser totalmente omisso e cego às questões de fundo e permitir, como permitia, as mais diversas vicissitudes. Mas isto desprovia de sentido o que estamos a aqui a fazer, pelo que desde logo manifestei desacordo com tal prática e no meu juízo, foram banidas as "chocas".


(Juíza Amália Morgado, ex-presidente do TIC do Porto in JN, 10 de Setembro de 2007)

Boa sorte!

O deputado com melhor preparação e mais capaz de sustentar um debate consistente na bancada do CDS foi escolhido para a liderar. É uma mudança radical face ao estilo com que esse partido nos vinha habituando.
Desejo que o Diogo Feyo consiga transportar seriedade junto desse grupo parlamentar para que os tristes tempos do 'bando' sejam definitivamente ultrapassados.