Aníbal Cavaco Silva saiu diminuído do governo, sob ameaça de despedimento sem processo disciplinar do então Presidente da República. António Guterres fugiu do pântano, Barroso não findou a legislatura por vontade própria, e Santana Lopes, apoiado por uma maioria absoluta no Parlamento, foi despedido como uma velha empregada de servir. Quanto a José Sócrates, tanto poderá ou não concluir a legislatura, embora os sintomas de fragilidade de que actualmente padece dificilmente venham a desaparecer. A sua subsistência dependerá mais do ambiente social e político, dos media e do Presidente da República, do que da legitimidade democrática de que inegavelmente dispõe.###
Nos últimos quinze anos os governos não se aguentaram em Portugal. Nem com maiorias absolutas, menos ainda sem elas. Graças a Jorge Sampaio, que quebrou com uma certa evolução parlamentar do sistema, qualquer Presidente da República está e estará autorizado a interpretar como bem entender o «regular funcionamento das instituições democráticas».
A italianização real para que nos encaminhamos, sem disso nos apercebermos, exigiria uma profunda reforma constitucional, e uma definitiva clarificação do sistema de governo, abandonando, de uma vez por todas, o semipresidencialismo em que persistimos desde 1976.
Nos últimos quinze anos os governos não se aguentaram em Portugal. Nem com maiorias absolutas, menos ainda sem elas. Graças a Jorge Sampaio, que quebrou com uma certa evolução parlamentar do sistema, qualquer Presidente da República está e estará autorizado a interpretar como bem entender o «regular funcionamento das instituições democráticas».
A italianização real para que nos encaminhamos, sem disso nos apercebermos, exigiria uma profunda reforma constitucional, e uma definitiva clarificação do sistema de governo, abandonando, de uma vez por todas, o semipresidencialismo em que persistimos desde 1976.