«Não confundimos a oposição ao Governo com a oposição a Portugal e este é um dos momentos particularmente importantes, em que o interesse nacional tem de estar claramente acima da querela e da controvérsia partidária» disse Marques Mendes.
Portanto, sobre a Europa, nada a dizer. É um tema político onde nos últimos 2o anos nada se discute, apenas há certezas e consensos. Sempre em nome de uma «boa imagem», «dignidade», e «reforço do prestígio do país». Coisa mais pindérica!
Somos um país sui generis, que tem dirigentes políticos que procuram colocar-se em bicos de pés (não é piada, é figura de estilo), para ver quem é o mais europeísta. Onde qualquer divergência é vista como «traição» ou «baixa política» que de imediato coloca em causa o «interesse nacional». Onde a função política e democrática da discussão aberta e da defesa de interesses divergentes é vista como um «mal» e a sua ausência vista como um «bem», geralmente apodado de «sentido de Estado». O despotismo não fazia melhor. Até no interior da Igreja Católica as suas verdades reveladas são mais discutidas, mais controversas e menos amorfamente pacíficas do que o tema da Europa entre os políticos portugueses do bloco central.
Já agora se as «querelas» e a «controvérsia partidária» que Marques Mendes, enquanto dirigente certamente pratica todos os dias, não são relacionadas com o «interesse nacional», melhor seria que delas se abstivesse. Ou seja, que se cale para todo o sempre.