Logo a abrir, claro, a malfadada «crise institucional». Mas qual crise? Qual a instituição europeia que está em crise? Qual delas não funciona? Não se tem aprovado o orçamento? Não se tem tomado todas as decisões com perfeita normalidade? Então, porque é que os jornalistas tentam ou aceitam vender esta ideia de «crise»?
E a carga propagandística continua logo seguir com a já célebre «simplificação» do tratado. Mas qual «simplificação»? Recordemos uma vez mais: o que foi solicitado pela UE foi a unificação dos diferentes tratados que foram celebrados ao longo do tempo a fim de acabar com a actual manta de retalhos jurídica. Giscard e os seus camaradas, ao invés, cozinharam uma constituição que ninguém encomendou, onde, para além da tal unificação da legislação, apresentaram uma série de inovações de carácter estrutural. O que Sarkozy e aqueles que falam de «simplificação» ou «mini-tratado» pretendem é tão só salvaguardar tais inovações, deitando às urtigas a unificação legislativa.
O que a ideia «mini» e «simplificado» pretende passar é de que se tratará de um arranjo de circunstância, quando na verdade é a alteração substancial daquilo que a UE tem sido nos últimos anos.