José Sócrates levantou a voz no Parlamento Europeu. Houve ataques ao Acordo de Lisboa e percebeu-se bem que Sócrates não gosta de críticas ao ‘seu’ Tratado. À guisa de refutação, bradou um sonoro “acordem!” logo garantindo que a Europa vai passar a ter um “discurso ofensivo”. E fez cara de mau(zinho).
Já percebi: o tal “discurso ofensivo” é o que ele tem andado por cá a fazer. Anunciou um referendo e depois não o autoriza. Prometeu 150 mil empregos “em quatro anos” (10 de Janeiro de 2005), mas estes não se sentem nem pressentem. Jurou reformar a Administração – a reforma nem a meio ficou mas as queixas são imensas. Assegurou que iria diminuir a despesa pública mas só aumentou os impostos.
Sócrates tem tido muitos “discursos ofensivos”: são os que ferem a respeitabilidade dos políticos. A Europa não precisa desse tipo de exortações socráticas.
* Publicado no Correio da Manhã