Em política não há coincidências. Estas, na política de investigação criminal também devem ser raras. Pinto Monteiro, claramente, não estava contente com o modo como decorriam as averiguações sobre a vaga de crimes no Porto – e fez o que devia: nomeou uma equipa especial de investigação.
O coro unissonante de protestos que se seguiu – um misto de sindicalismo e de bairrismo policial – foi uma vergonha. A investida da PJ deste fim-de-semana, assim, não só foi tardia como tresandou a resposta apressada ao procurador.
Ninguém me dá lições de regionalismo – por isso mesmo, a tentativa de confusão entre uma visão descentralizada do País e o esforço de conservação do musgo nos pequenos poderes locais sempre me arrepiou. Bradar pelos ‘privilégios de bairro’ para camuflar a incompetência só serve quem vê Portugal como uma paisagem algo pitoresca à volta da capital.
* Publicado ontem no Correio da Manhã