Azar o nosso
José Sócrates qualificou de "politiquice" a relação entre a morte de dois bebés e a decisão governamental de fechar vários serviços de Saúde. Correia de Campos já tinha falado em falta de "ética".
Esta atitude oscila entre a táctica que ensina que 'a melhor defesa é o ataque' e o exercício desenfreado da 'fuga para a frente'.
Já se percebeu que os encerramentos na Saúde não obedecem aos critérios técnicos que o ministro apregoou e logo denegou. As alternativas estão a funcionar mal e a retórica do Governo só é corroborada pelos organismos dele dependentes. Uma relação causal entre uma reforma aparentemente atabalhoada e aquelas duas desgraças era previsível. Tal como a resposta governamental que tresanda a estudada.
Medeiros Ferreira, ontem, nesta coluna, com a sua elegância superior, disse que o ministro "anda com falta de sorte" – infelizmente, o azar é de todos nós.
Correio da Manhã, 21.I.2008
(http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=274550&idselect=239&idCanal=239&p=93)
CAA