13.3.07

antónio lobo xavier

Quer se queira quer não, o CDS está irremediavelmente dividido em duas facções - a de Ribeiro e Castro e a de Paulo Portas, por mais que este último diga que não tem «paciência nem feitio para quezílias e divisões» e que o primeiro afirme que o partido voltará à normalidade, assim Portas seja vencido em Congresso.
A verdade é que a intempestiva estratégia de Portas, infelizmente a reboque de uma das facções do CDS, impediu duas coisas que lhe eram fundamentais para um regresso bem sucedido: a confirmação eleitoral de que Castro estava esgotado, o que ficará por fazer, e a sua credibilização como uma personalidade acima dos conflitos internos do partido, disposta a voltar a uni-lo e a projectá-lo para o futuro.###
Nestas condições, sem um líder incontestado que una, sem uma estrutura com militantes, sem implantação efectiva no terreno, sem poder autárquico e afastado dos grandes centros de decisão, o futuro do CDS adivinha-se sombrio. Como é, ainda, neste regime, quem representa a direita partidária, o seu esgotamento levará inevitavelmente - como sucedeu no passado, durante vinte anos -, ao reforço do PSD e do «centrão», com óbvios inconvenientes políticos.
Parece, por isso, evidente, que a única alternativa a esta feudalização do partido da direita para que Portas se deixou arrastar, seria uma liderança forte, protagonizada por alguém sem compromissos efectivos com os grupos em litígio, com credibilidade pessoal e profissional, com visibilidade mediática, e que possa fazer a ponte com o PSD tendo em vista futuros entendimentos autárquicos e nacionais. Por estranho que pareça, o CDS ainda tem alguém com este perfil. Chama-se António Lobo Xavier, sendo que, para além de preencher e de até ultrapassar os referidos requisitos, tem a vantagem de não ter feito parte dos governos de coligação com o PSD, não tendo, por isso, de entrar em detalhes sobre os erros dessa passagem do partido pelo poder.