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Concordo que há na pintura uma flagrante injustiça - mas não pelas razões apontadas. O problema está nas ausências e não nas presenças. É que não faz sentido nenhum que esteja figurada esta última personagem - o cónego/monsenhor - em tão santo lugar e se tenham, ignominiosamente, esquecido do eterno presidente da câmara, Mesquita Machado. Se este sintomático exemplo da viabilidade do socialismo católico, cumulativamente tradicional e pós-moderno, esta figura ímpar (prontos, vá lá, a dra. Fátima também era muito chegada ao ex-bispo do Porto) e tão representativa dos autarcas portugueses, vence sucessivamente (30 anos) as eleições em Braga, deve-o a Melo (monsenhor) e à sua organização. Pela sua persistência e fidelidade, Mesquita Machado conquistou já, materialmente, um lugar naquele retábulo bem ao lado dos seus benfeitores (falo dos vivos, claro). Amén.