1.3.07

o mito do analfabetismo


Provavelmente, um dos grandes mitos acerca do Estado Novo é o de que se tratava de um regime político que fomentava a ignorância do povo, afim de melhor poder reinar. A verdade é exactamente ao contrário. Nos últimos duzentos anos foi o período de maior expansão do ensino dirigido prioritariamente às classes mais modestas da sociedade - o ensino primário e secundário.###
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Indico a seguir estatísticas sobre o ensino secundário que, na altura, incluía os ensinos preparatório, técnico e liceal. Após a normalização da vida trazida pelo fim da II Guerra Mundial,
o ensino secundário conheceu uma enorme expansão em Portugal. Entre 1947 e 1973, um período de apenas 26 anos, o número de escolas secundárias no país triplicou, passando de 83 para 243.
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No conjunto dos três distritos de Lisboa, Porto e Coimbra, o número de escolas secundárias, neste período, passou de 51 para 90, quase duplicando. Mas o maior aumento foi registado na Província - todos os outros distritos do país -, onde o número de escolas secundárias quintuplicou, passando de 32 para 153. A esmagadora maioria das escolas secundárias ainda hoje existentes no país foram construídas durante o regime do Estado Novo.
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E quanto à população escolar no ensino secundário, somente no período de 12 anos, compreendido entre 1955 e 1967, ela triplicou, passando de 71 mil para 202 mil estudantes, tendo mais do que duplicado no ensino liceal e quase quadruplicado no ensino técnico.
Para um regime que ficou com a reputação de fomentar o analfabetismo foi uma performance extraordinária.