
A respeito da coisa, diga-se que produzida em reacção e, consequentemente, por colagem, ao socialismo europeu, acrescente-se que nunca uma ideologia foi tão nociva à direita, ao liberalismo e à própria Igreja Católica, deixadas encostar, sem apelo nem agravo, a uma panaceia indistintamente socializante que ainda perdura. Por outro lado, a aversão que alguma direita mantém em relação ao liberalismo (que, por ignorância, confunde frequentemente com a Revolução Francesa...) deve-se, em boa medida, a esse verdadeiro pastelão ideológico que nos legou, depois da 2ª Guerra Mundial, os Estados intervencionistas europeus, ora geridos por partidos democratas-cristãos, ora geridos, sem grande diferença, por partidos socialistas. A história recente de Portugal - a da III República em que vivemos, aí está para o exemplificar.
De facto e em conclusão, enquanto a direita portuguesa não perder estas sombras fantasmagóricas do seu pouco brilhante passado, não encontrará um destino que convença as pessoas de que vale a pena escolhê-la em vez dos seus concorrentes, nomeadamente da social-democracia e do socialismo democrático. Também, em boa verdade, quando chega ao poder não faz nada de muito diferente.