3.4.07

anti-comuna


Ele é o mais genuinamente português de todos os comentadores do Blasfémias - e é essa qualidade que eu mais lhe admiro.
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Ele gosta de Portugal e dos portugueses como poucos. Ele próprio possui todas as qualidades e a maior parte dos defeitos dos portugueses. Ele sofre verdadeiramente quando cai o PIB, sobe o desemprego ou descem as vendas a retalho. A sua imagem de marca todos a reconhecem: "É Portugal a afundar-se!."###
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O anti-comuna é economista e o risco é a sua profissão. É um homem maduro, seguramente acima dos 40 anos. É o mais humilde dos comentadores da blogosfera, uma característica certa do povo português - embora não dos seus intelectuais. É também o mais teimoso. Porém, ele possui a maior qualidade que uma pessoa pode ter - é um ser humano reformável. Perante a evidência do erro, ele não hesita em ceder e estender a mão a quem está do outro lado.
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Nos temas que lhe são caros, ele está sempre imensamente informado. São conhecidas as suas citações extensas de artigos económico nas caixas de comentários deste blogue. Mas não apenas isso. Ele possui sempre uma tese documentada sobre os assuntos em cuja discussão participa., e uma tese que argumenta vigorosamente. A mais célebre de todas elas, e a mais trágica, seria talvez desnecessário repetir: "É Portugal a afundar-se!", seguida de um gracioso "Glup!".
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Para afagar as mágoas e animar os espíritos, ele recomenda invariavelmente a mesma receita, e uma receita que é genuinamente portuguesa - um bagacinho. Avesso aos padres e à Igreja, ele próprio representa, tal como eu o imagino, aquilo que há de melhor no homem da tradição católica - amigo do seu amigo, orgulhoso dos seus costumes e das suas gentes, emocional e espontâneo, tolerante perante a vida, o homem que gosta de sentir a liberdade de fazer aquilo que lhe dá na real gana. Por cima de tudo isto, o anti-comuna é um cavalheiro.