É no mínimo estranho ver a forma como a trupe «pauloportista» se tem vindo a preparar para tomar o poder no partido conhecido como CDS/PP. Julgo que poucas pessoas teriam grande dúvidas que Portas sempre assumiria o comando da agremiação com relativa facilidade, fosse qual fosse a forma regimental ou precessual.
Então, porquê e para quê todos os actos de menor lisura, de enviesamento de regras e de sobranceria até agora praticados? Seria afinal tal «vitória anunciada» uma ilusão, justificando-se dessa forma o actual assalto ao poder, onde parece tudo valer? E o que fazer quando se alcançar o controle absoluto, após a imagem de pequenos gangsters desesperados por um lugarzinho ao sol? Afinal, para que querem dirigir o partido? É quase certo que em qualquer acto eleitoral sempre aquele partido alcançará o número suficiente de deputados (algures entre o táxi e duas carrinhas familiares de sete lugares), para assegurar uma suave (mas aparentemente longa), passagem do tempo a meia dúzia de dirigentes sem outra habilitação/alternativa profissional. Também (e não será de menor relevância...), continuará a receber umas centenas de milhar de euros de subvenções públicas possibilitando os mínimos de uma aparência de intervenção política.
Mas, e politicamente, para que servirá tal partido? Com a degradação de imagem actual, não bastará a Portas colocar o seu ar sério e voz grave para parecer credível. Não será suficiente apontar meia dúzia de erros próprio á actual maioria. Qualquer um o fará. Não será difícil, e também não trará grande proveito eleitoral, criticar a óbvia incapacidade do outro partido da oposição.
Dizia-se que PP introduziria um discurso novo, mas a experiência (incluindo a política), ensina que «a água não passa duas vezes no mesmo rio».
Perante o actual vazio, até se poderia pensar que sim, que estariam reunidas algumas condições para se iniciar um novo ciclo, para além dos partidos do socialismo democrático que governaram Portugal nos últimos 30 anos: o paradigma do Estado social em que toda a política se desenvolveu nos últimos 40 anos está em vias de extinção, a económia e a sociedade mudaram radicalmente, há uma mudança geracional, e os modelos propostos pelas velhas gerações há muito que perderam validade e o seu sentido útil. Assim, aparentemente haveria lugar para a introdução de uma nova práxis política, com gente que desprezasse a muleta e a mão castradora do Estado, que apreciasse e enaltecesse a liberdade na sua plenitude e a primazia do indivíduo e cidadão.
Mas julgo que não será com «pp's» - double sense... recauchutados que tal irá ocorrer.
Então, porquê e para quê todos os actos de menor lisura, de enviesamento de regras e de sobranceria até agora praticados? Seria afinal tal «vitória anunciada» uma ilusão, justificando-se dessa forma o actual assalto ao poder, onde parece tudo valer? E o que fazer quando se alcançar o controle absoluto, após a imagem de pequenos gangsters desesperados por um lugarzinho ao sol? Afinal, para que querem dirigir o partido? É quase certo que em qualquer acto eleitoral sempre aquele partido alcançará o número suficiente de deputados (algures entre o táxi e duas carrinhas familiares de sete lugares), para assegurar uma suave (mas aparentemente longa), passagem do tempo a meia dúzia de dirigentes sem outra habilitação/alternativa profissional. Também (e não será de menor relevância...), continuará a receber umas centenas de milhar de euros de subvenções públicas possibilitando os mínimos de uma aparência de intervenção política.
Mas, e politicamente, para que servirá tal partido? Com a degradação de imagem actual, não bastará a Portas colocar o seu ar sério e voz grave para parecer credível. Não será suficiente apontar meia dúzia de erros próprio á actual maioria. Qualquer um o fará. Não será difícil, e também não trará grande proveito eleitoral, criticar a óbvia incapacidade do outro partido da oposição.
Dizia-se que PP introduziria um discurso novo, mas a experiência (incluindo a política), ensina que «a água não passa duas vezes no mesmo rio».
Perante o actual vazio, até se poderia pensar que sim, que estariam reunidas algumas condições para se iniciar um novo ciclo, para além dos partidos do socialismo democrático que governaram Portugal nos últimos 30 anos: o paradigma do Estado social em que toda a política se desenvolveu nos últimos 40 anos está em vias de extinção, a económia e a sociedade mudaram radicalmente, há uma mudança geracional, e os modelos propostos pelas velhas gerações há muito que perderam validade e o seu sentido útil. Assim, aparentemente haveria lugar para a introdução de uma nova práxis política, com gente que desprezasse a muleta e a mão castradora do Estado, que apreciasse e enaltecesse a liberdade na sua plenitude e a primazia do indivíduo e cidadão.
Mas julgo que não será com «pp's» - double sense... recauchutados que tal irá ocorrer.