"Essa vontade (do Marquês de Pombal) exigia que todos os professores tivessem as mesmas opiniões sobre os mesmos temas, e ao Director de Estudos (equivalente a Director-Geral do Ensino) competia impedir que alguém minimamente se desviasse das normas impostas pela autoridade do ministro".###
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"Assim o declara o alvará (de 28 de Junho de 1759 sobre a reforma do ensino): 'E porquanto as discórdias provenientes da contrariedade de opiniões que muitas vezes se excitam entre os Professores, só servem de distraí-los das suas verdadeiras obrigações (...), terá o Director (de Estudos) todo o cuidado em extirpar as controvérsias, e de fazer que entre eles haja uma perfeita paz, e uma constante uniformidade de doutrina'".
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"Antes de Pombal e já de longa data, a máquina da censura comandada pelo Santo Ofício impedia todo o convívio intelectual com o exterior e toda a circulação interna de ideias que se afastassem, minimamente, dos padrões estabelecidos. (...) Com Pombal tudo se multiplicou na prática repressiva, sob a sua vigilância superior, chegando onde nunca ninguém tinha chegado, obrigando a nação inteira a entregar na Real Mesa Censória a lista dos livros que tinha em suas casas!"
(Rómulo de Carvalho, História do Ensino em Portugal, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1985, pp. 429, 467)