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Entre as muito poucas «leis» universais da política, há uma que sobreleva: todas as ditaduras começam pelas mais pias intenções e têm por finalidade enunciada proteger os cidadãos que acabam por tiranizar. Não por acaso, a origem da magistratura, na Roma Clássica, era precisamente a de acorrer a uma situação excepcional, considerada de perigo extraordinário para a cidade. Não por acaso, também, a ditadura jacobina, na fase do Terror da Revolução Francesa, foi exercida por um famigerado
«Comité de Salvação Pública», onde pontificava a eminência parda do regime, o conhecido assassino Maximiliano Robespierre, por si mesmo alcunhado de o «Incorruptível»