11.4.07

Para que serve o ministério da agricultura?

Se nos reportarmos às duas últimas décadas, há dois possíveis fundamentos para a subsistência deste ministério:
1. É uma agência de emprego público com avultados pergaminhos. Este ministério oferece trabalho a muitos milhares de funcionários, sobretudo em Lisboa (como sabemos, área de grande prioridade agrícola) mas, também, convirá reconhecer, vagamente espalhados pelo resto do país. Há, assim, um número considerável de famílias portuguesas que tem dependido economicamente da existência desse serviço público governamental;
2. Distribui fundos financeiros através das designações mais variadas: subsídios, fomentos, apoios, indemnizações, auxílios e etc. Este ministério tem um currículo extensíssimo na dação de dinheiros comunitários e públicos a agricultores mais ou menos encartados sob os mais variadíssimos pretextos, designadamente a chuva no Inverno e o calor no Verão, bem como compensação a esses supostos agricultores pelo obséquio da não produção de coisa nenhuma.

Assim, julgo que o mais sensato seria a extinção pura e simples do ministério da agricultura. Repare-se que o primeiro fundamento, o do emprego público, já está em vias de ser afastado. E quanto ao segundo, o milenar gesto soberano de atirar moedas para o povo, já que se não pode acabar com ele, substitua-se este ministério pesado e inútil por uma pequena e simples agência governamental com competência para distribuir os fundos e avaliar os resultados. E (quase) todos ficaríamos a ganhar.