Sobre a coligação entre o socialismo e o embargadorismo

Neste artigo defendi que o poder é apenas um meio de conseguir sexo e muitos filhinhos. Agora vou defender uma tese ainda mais audaz: o embargadorismo de Sá Fernandes, e toda a treta do Bloco sobre os direitos das minorias, a ecologia e os direitos dos trabalhadores contra a exploração capitalista, são apenas uma forma de conseguir o poder (e o poder já se sabe para que é que serve). Agora que Sá Fernandes conseguiu o poder, ele não vai criar nenhum tipo de dificuldade a António Costa. O embargadorismo acabou. Já desempenhou a sua função. Sá Fernandes, e os seus assessores do Bloco de Esquerda, vão é tentar consolidar o poder, e quem sabe tirar algum partido dele. Se as minhas teorias estiverem correctas deixaremos de ver os dirigentes do Bloco na SIC-Notícias e passaremos a vê-los mais vezes nas revistas sociais.

A propósito, um texto de Daniel Oliveira:
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O debate sobre o poder é um jogo de espelhos. Eu escrevo: quero o poder! Olhares de engelha. Mas haveria de querer o quê da política? Passar o tempo? Auto-satisfação? A felicidade eterna? O sentimento do dever cumprido? A política serve para mudar a vida concreta das pessoas e só com poder se muda. Quem acha que serve limpar a alma deveria procurar ajuda junto dos monges tibetanos. Mais: foi entre os mais puros na retórica que na política fui encontrado os mais inconsequentes na acção. Quem não quer sujar a cabeça com considerações tácticas e com a conquista do poder não deve perder tempo com a política. É disto que a política trata. Do poder que nos permite aplicar mudanças, programas, reformas, revoluções, seja o que for. Quem tem nojo do poder e teima em agir na política está à espera do comboio na paragem do autocarro.