6.9.07

Os riscos ambientais dos transgénicos

Um dos riscos apontados aos transgénicos é o risco de transferência genética para outras espécies. O milho transgénico tem um gene de uma bactéria. Os críticos dos transgénicos alegam que este gene poderá saltar para outras variedades de milho ou para outras plantas. À partida parece uma ideia assustadora. Alguns transgénicos recebem um gene que os torna imunes a herbicidas. Imagine-se que este gene é transferido para ervas daninhas. Teremos ervas resistentes a herbicidas. Imagine-se que o gene é transferido para outra planta onde interage com outros genes de forma imprevisível e catastrófica.

O maior problema destes cenários é que eles não são comparados com outros riscos que temos vindo a suportar muito bem e a quem ninguém liga nenhuma:
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- o risco natural de transferência genética das batérias para as plantas sem intermediação humana;

- o risco natural de desenvolvimento de pragas resistentes aos herbicidas;

- o risco de transferência genética a partir de organismos geneticamente modificados usados na investigação ou para produzir medicamentos;

- o risco de transferência genética entre bactérias;

- o risco de transferência genética através de virus;

- risco de transferência genética causado pelos processos de hibridização tradicionais usados na agricultura há milhares de anos.

Todos estes riscos naturais existem. Até agora ainda não consegui encontrar nenhum argumento convincente que mostre que a transferência artificial de genes acrescenta um risco significativo ao risco natural. Até porque a transferência artificial de genes é sujeita a um rigoroso processo de avaliação e os processos naturais de transferência genética não são.

Como é fácil de perceber, não adianta ser mais rigoroso em relação ao risco de transferência de genes por engenharia genética do que em relação ao risco de transferência de genes da agricultura tradicional ou ao risco de transferência de genes por processos naturais.