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30.8.07

Aos Sábados no DN

PARIDADE

(publicado há duas semanas)

17.8.07

Leitura recomendada

Os fundamentos biológicos da Economia por Luís Aguiar-Conraria

The Third Culture

Sexo em Democracia 3 (Making Of) II

A filha do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, é uma empresária de sucesso em Angola. Esta extraordinária coincidência de a mesma família ter um político de sucesso e uma empresária de sucesso parece ter passado despercebida a alguns jornalistas que recentemente fizeram artigos que glorificavam os feitos da empresária Isabel dos Santos. Mas claro que não se trata de coincidência, e muito menos de uma predisposição da família Dos Santos para o sucesso. Trata-se de um caso de altruísmo dentro da família, que quando existe abuso de um cargo público chama-se nepotismo.

O altruísmo dentro da família tem uma componente biológica e outra cultural. Do ponto de vista biológico, um hipotético gene do altruísmo dentro da família terá uma grande probabilidade de ser transmitido às gerações seguintes. Esse gene leva os seus portadores a cooperar permitindo que pelo menos um dos portadores do gene sobreviva e o transmita aos filhos. Do ponto de vista cultural, o hábito de ajudar a família terá grande probabilidade de ser transmitido às gerações futuras. A cooperação entre membros da mesma família terá grande probabilidade de gerar pelo menos um filho de pelo menos um dos seus membros.

De notar que o altruísmo entre estranhos tem menos probabilidade de ser transmitido às gerações futuras. Quando um altruísta ajuda um estranho, a probabilidade de o estranho partilhar o mesmo gene do altruísmo e/ou a mesma predisposição cultural para o altruísmo é baixa. Se o estranho não partilhar os mesmos genes ou a ideia de altruísmo então o gesto altruísta prejudica quem o pratica e não ajuda à transmissão do altruísmo às gerações futuras.

O altruísmo dentro da família é um útil, legítimo e natural quando os meios para o concretizar são privados. Quando são utilizados meios públicos, o altruísmo é desvirtuado. Quem o pratica em vez de se sacrificar a si próprio, sacrifica o bem público. No caso da família dos Santos, o sucesso empresarial de Isabel dos Santos é conseguido à custa de privilégios públicos vários concedidos pelo governo angolano e que prejudicam os angolanos.

PS - Como se vê, grande parte dos comportamentos corruptos são uma consequência de comportamentos altruistas.

Livros

16.8.07

Sexo em Democracia 3 (Making Of)

Caso Gregory Clark tenha razão e supondo que existe uma relação entre selecção cultural e o desenvolvimento económico, o que dizer do que se passou após a Revolução Industrial? A Revolução Industrial provocou uma melhoria significativa das condições de higiene pública e das condições de vida dos mais pobres. Em consequência disso, a mortalidade infantil reduziu-se e os pobres passaram com o tempo a ter uma fecundidade maior do que os ricos. A explosão demográfica criou uma parcela muito grande da população muito pobre e indiferenciada com interesses idênticos. Pode-se especular que esta inversão na tendência demográfico criou as condições para o desenvolvimento de regimes em que as massas populares são dominantes e em que a aristocracia tem pouca influência.

A Inglaterra resistiu bem aos avanços das massas populares, talvez porque inicialmente possuía uma base populacional em que os valores aristocráticos eram predominantes. Mas noutros países, em que os benefícios materiais da revolução industrial (e a consequente explosão demográfica) chegaram primeiro que as ideias dos aristocratas ingleses, a predominância política das massas populares nascidas da explosão demográfica levaram a revoluções socialistas (Rússia, China), fascistas e nazis (Itália, Alemanha) ou ao estabelecimento de regimes populistas (Argentina) ou em que a democracia é muito menos limitada que em Inglaterra (França). Estas ideias poderão ainda ajudar a compreender porque é que alguns países enriqueceram a partir de 1800 e outros permaneceram pobres. Os que permaneceram pobres foram aqueles em que a explosão demográfica ocorreu primeiro que a evolução cultural e o estabelecimento de valores semelhantes aos dos aristocratas ingleses.

A verdadeira mão invisível

Tese de Pedro Arroja:

A minha tese é a de que [David] Hume e [Adam] Smith eram gays. Apesar da informação anterior, eu não me sinto ainda capaz de confirmar - e muito menos infirmar - esta tese. Porém, se a tese vier a ser confirmada, eles podem bem ter estado no centro do primeiro lobby gay da era moderna.

Gay cultural III

'Gay'-rights leader quits homosexuality

He was a rising star in the "gay rights" movement, but Michael Glatze now declares not only has he given up activism – he's no longer a homosexual.


Fiquei na dúvida se Michael Glatze é um gay biológico que se tornou um hetero cultural ou se era um gay cultural que voltou a assumir-se como hetero biológico.

(Via Insurgente)

PS - Mais interessante é o papel que estas conversões desempenham na guerra cultural entre os movimentos LGBT e os grupos religiosos. Elas têm o mesmo poder argumentativo que a conversão de São Paulo.

15.8.07

Gay cultural II

E na revolta árabe:

The Arab was by nature continent; and the use of universal marriage had nearly abolished irregular courses in his tribes. The public women of the rare settlements we encountered in our months of wandering would have been nothing to our numbers, even had their raddled meat been palatable to a man of healthy parts. In horror of such sordid commerce our youths began indifferently to slake one another's few needs in their own clean bodies--a cold convenience that, by comparison, seemed sexless and even pure. Later, some began to justify this sterile process, and swore that friends quivering together in the yielding sand with intimate hot limbs in supreme embrace, found there hidden in the
darkness a sensual co-efficient of the mental passion which was welding our souls and spirits in one flaming effort. Several, thirsting to punish appetites they could not wholly prevent, took a savage pride in degrading the body, and offered themselves fiercely in any habit which promised physical pain or filth.

T.E. Lawrence, Seven Pillars of Wisdom

Gay cultural

Homossexualidade no exército turco por volta de 1916:

The conscripts took their fate unquestioning: resignedly, after the custom of Turkish peasantry. They were like sheep, neutrals without vice or virtue. [...] There was about them a hopeless, fever-wasted lack of initiative, which made them the most biddable, most enduring, and least spirited soldiers in the world.

Such men were natural victims of their showy-vicious Levantine officers, to be driven to death or thrown away by neglect without reckoning. Indeed, we found them just kept chopping-blocks of their commanders' viler passions. So cheap did they rate them, that in connection with them they used none of the ordinary precautions. Medical examination of some batches of Turkish prisoners found nearly half of them with unnaturally acquired venereal disease. Pox and its like were not understood in the country; and the infection ran from one to another through the battalion, where the conscripts served for six or seven years, till at the end of their period the survivors, if they came from decent homes, were ashamed to return, and drifted either into the gendarmerie service, or, as broken men, into casual labour about the towns; and so the birth-rate fell. The Turkish peasantry in Anatolia were dying of their military service.


T.E. Lawrence, Seven Pillars of Wisdom

13.8.07

Gay Biológico

O Irmão Lúcia ofereceu-se muito simpaticamente para ilustrar o Blasfémias. Aqui está o Gay Biológico:



Podem ver o Gay Cultural aqui.

A propósito:



Mas se as teorias anteriores parecem facturantes, o que dizer desta:

Gay germ hypothesis

The Pathogenic hypothesis of homosexuality, or the gay germ hypothesis, argues that a pathogenic cause of homosexuality is pointed to by the supposedly reduced number of offspring produced by homosexuality, meaning evolution would strongly select against it, by the low identical twin concordance for homosexuality, which further argues against genetic influence[citation needed], and by analogue with diseases that alter brain structure and behavior, such as narcolepsy, which are suspected of being triggered by viral infection.

11.8.07

9.8.07

Adolescentes nas marchas gay

Se os homossexuais não gostam do sexo oposto como é que se reproduzem? Não deviam já estar extintos?

A homossexualidade tem uma origem genética indirecta. Emerge das condições ambientais no útero durante a gravidez, da predisposição genética da mãe e do filho e das condições externas (ver aqui e aqui ). A probabilidade de alguém ter um filho homossexual não é suficientemente alta para prejudicar o sucesso reprodutor. Aliás, se existir uma pressão social para forçar os homossexuais a comportarem-se como heterossexuais ou se eles ajudarem a criar os sobrinhos ou se grande parte dos homossexuais for bissexual, não existe qualquer razão para a evolução biológica penalizar genes que permitam a homossexualidade. (Nota: a evolução biológica deverá penalizar mais a homossexualidade feminina que a masculina porque a escassez de úteros é o factor limitante da reprodução).
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No entanto, nem todas as pessoas com comportamentos homossexuais são homossexuais biológicos. As comunidades homossexuais dependem da transmissão cultural para se formar e para se expandir. Para se formarem novas comunidades porque o baixo número de homossexuais na população torna difícil a formação de comunidades de pessoas com os mesmos interesses sexuais. Para se expandir porque quer os homossexuais biológicos quer os culturais precisam, para aderirem às comunidades homossexuais, de ultrapassar as barreiras culturais que as sociedades tradacionais colocam à homossexualidade.

Sendo assim, a selecção cultural tenderá a premiar a cultura gay que se auto-promove, quer através de manifestações públicas, quer através da arte e da literatura. Não é por isso estranho que a cultura gay tenha gerado manifestações públicas exuberantes como as paradas gay. E também não é estranho que se procure enquadrar adolescentes nessas paradas (ver aqui, e aqui). Os adolescentes são ao mesmo tempo um alvo fácil e apetecível. Fácil porque se encontram em formação. Apetecível porque garante a transmissão da cultura gay muito para além da próxima geração. Se as igrejas e os clubes de futebol procuram recrutar os seus futuros elementos nas camadas mais jovens, porque é que a comunidade gay não haveria de o fazer? Devemos esperar que a preocupação em transmitir ideias e comportamentos aos menores seja uma característica de qualquer cultura bem sucedida.

6.8.07

Sexo em Democracia II (Making Of)

Imagine-se uma sociedade constituída por dois grupos homogéneos, os Puritanos e os Hedonistas. Os Puritanos são contra o sexo pelo sexo, associam o sexo à reprodução e à família, são contra os anticoncepcionais, são contra o aborto e não o praticam e não se envolvem em relações homossexuais. Os hedonistas são pelo sexo como um fim em si mesmo, fazem grandes esforços por evitar ou adiar a reprodução, são pelo uso de anticoncepcionais, são pelo aborto (o que não quer dizer que o pratiquem) e nada têm contra relações homossexuais. Para simplificar, imagine-se que estes grupos não se misturam.
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A longo prazo, qual destes grupos acabará por prevalecer? A resposta depende da forma como cada grupo conseguir transmitir as suas ideias às gerações futuras. Cada grupo pode transmitir as suas ideias através da educação dos respectivos filhos na sua própria casa ou através dos mais diversos meios de comunicação. Se todos os outros factores forem iguais, devemos esperar que por regra os Puritanos tenham mais filhos e mais cedo que os Hedonistas. Logo, os Puritanos têm a vantagem de poderem transmitir as suas ideias a mais filhos. Os Hedonistas só conseguirão sobreviver enquanto grupo se conseguirem dominar a Opinião Pública.

Hedonistas e Puritanos competem uns com os outros por recursos. O hedonismo será mais bem sucedido se for capaz de usar os recursos dos puritanos para promover o hedonismo. Os puritanos serão melhor sucedidos se conseguirem pagar a educação dos filhos à custa dos hedonistas. Por isso, devemos esperar que numa sociedade competitiva o hedonismo que prevalece seja aquele que se associa a ideias que levam ao controlo hedonista dos conteúdos meios de comunicação e do ensino público.

O hedonismo será favorecido por um sistema de ensino público centralizado porque esse tipo de ensino permite-lhes usar os recursos económicos dos puritanos para levar as ideias hedonistas aos filhos dos puritanos. O hedonismo é também favorecido pela liberdade de expressão nos meios de comunicação centralizados porque esses meios são uma forma barata de fazer chegar as ideias hedonistas aos filhos dos puritanos. A adopção por homossexuais é importante para a luta política porque permite que parta da próxima geração poderá ser educada por uma população predominantemente hedonista. Os meios artificiais de reprodução permitem aos hedonistas reduzir os seus custos de transmissão de ideias à próxima geração e por isso tenderão a ser demonizados pelos puritanos.

4.8.07

Aos Sábados no DN

SEXO EM DEMOCRACIA (parte 2)

Links relacionados:
Na mesma edição do DN: A RELIGIÃO AINDA TEM FUTURO? pelo padre Anselmo Borges.

3.8.07

Sexo em Democracia (Making Of)

textos que não chegaram ao DN por falta de espaço

No último debate do Estado da Nação José Sócrates defendeu um conjunto de incentivos à natalidade, o que por si só é um reconhecimento do miserável estado em que se encontra a Nação. A Nação não pode ou não se quer reproduzir, e isso só pode ser um indicador de que ou não dispõe de meios para se reproduzir ou que não há nada suficientemente valioso para ser reproduzido. As reacções às medidas de Sócrates sugerem que se trata de um problema de meios e não de auto-estima. A maior parte dos comentadores considerou que os meios disponibilizados por Sócrates para a reprodução da Nação são insuficientes. A Nação, afinal, considera-se digna de se reproduzir, não tem é os meios para o fazer.