Tal tanto partiu da iniciativa de alguns crentes, como por parte de actores ou pensadores políticos. Invariavelmente, tais projectos tiveram duas consequências e em simultâneo: Por um lado, a sociedade política ficava refém de fundamentos filosófico/teológicos, de práticas e interpretações, de actores e de poderes externos estranhos á sua essência e natureza. Com evidentes consequências negativas ao nível da sua natural autonomia, liberdade e desenvolvimento. Ao se basearem em conceitos estranhos á sua natureza política, as sociedades politicas tenderão naturalmente a tornarem-se opressivas para quem não comungar desses valores/crenças, impedirão a evolução do pensamento e de práticas fora dos dogmas, tradições e interpretações de cariz religioso. Evidentemente, essas mesmas interpretações assumiriam um carácter politico, ainda originalmente involuntária, sem que pudesse ocorrer o respectivo escrutínio de intenções, da sua fundamentação ou tão só da sua simples conveniência.
Por outro lado, também a comunidade religiosa se veria constrangida a perder a sua liberdade, por ter de considerar realidades, consequências e formas de estar e actuar estranhas ao seu objecto essencial, tornando-se refém de tal espúria «aliança», com evidente prejuízo, deturpação, minorização e desvirtuamento da sua base, essência, fim e mensagem religiosa.