Como um Alberto João Jardim, Chavez não respeita os opositores, é um palhaço, quer eternizar-se no poder e tem todos os tiques autoritários que nos devem pôr alerta. Mas, tal como Jardim, não é um ditador. Como George W. Bush, pisa, sempre que pode, as regras do Estado de Direito. Como George W. Bush, não é um ditador. Como quase todos os presidentes latino-americanos, Chavez é um populista. Como quase todos os presidentes latino-americanos não é um ditador. Se à esquerda a palavra "fascista" é distribuida sem grandes critérios, a direita adora chamar de "ditador" tudo o que mexa para um lado que ela não goste. Chavez não é, pelo menos ainda, um ditador. E este "pelo menos ainda" faz toda a diferença. Porque, na verdade, aplica-se a qualquer pessoa.
Infelizmente, esta súbita a atenção mundial em relação à Venezuela, que Chavez alimenta, nada tem a ver com a democracia na América Latina. A preocupação está um pouco mais abaixo. Abaixo do solo venezuelano.
Chavez ainda não é um ditador.