14.11.07

"Não somos criados dos Ingleses"...

Um assessor de um deputado britânico ao PE (sublinho: assessor) proferiu, a propósito do caso MacCann, umas declarações nada simpáticas sobre a idoneidade e a capacidade da Polícia Portuguesa. Além disso e ao que parece, acrescentou que "Portugal não tem uma verdadeira tradição de direitos civis, liberdades e democracia".

Enfim, nada que, em muitos círculos, não se diga também entre nós! ###

No entanto, algumas das reacções portuguesas às opiniões do tal assessor, parecem-me estranhamente parecidas com o tipo de discurso que Chávez e Fidel Castro adoptaram sobre o recente incidente daquele proto-ditator com o Rei de Espanha: utilizam, ambas, o cliché afectivo-nacionalista da luta contra o colonizador. Enfim, agitam demagogicamente uma espécie de "complexo de colonizado". No caso português, dando, inclusivamente, importância e notoriedade a declarações de um qualquer assesssor! Note-se, temos deputados europeus (Ana Gomes) que comentam e reagem aquilo que assessores de colegas seus dizem!

No caso de Chávez e de Castro, o uso de tal argumentário é feito de má-fé e com um sentido populista; no caso português, parece-me motivado por notoria precipitação e pacovice!

Já agora, as reacções portuguesas em causa são, designadamente, estas:

"(...) Se pensa que Portugal está às ordens de Inglaterra, está muito enganado. São tiques de alguém que já teve um Império e que o perdeu. Não somos, nem seremos criados dos ingleses", disse Carlos Anjos, o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária.