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Entendo-a como um absurdo.
Primeiro, beneficia a iniciativa contra a qual diz lutar. Porque lhe dá uma publicidade imensa e grátis. E quase vitimiza os seus instigadores. Os ‘salazarentos’ passam a parecer os perseguidos. Depois, é um contra-senso em relação às intenções de liberdade que o regime nascido a 25 de Abril de 1974 conseguiu aplicar. Tentar impedir esta realização é negar a mais bela essência que a democracia contém. Combater Salazar é mostrar o atraso que era Portugal, expor o seu isolamento, a obsessiva oposição à modernidade do regime que Salazar gerou e deixou sem solução. Hoje, ser-se anti-salazarista é melhorar a democracia para não nos afundarmos na pequenez daquele Estado Novo que logo se tornou tão velho.
* Publicado ontem no Correio da Manhã