11.11.07

Tácticas estafadas *

Rui Rio já foi contraste com os seus antecessores – primeiro, racionalizou as contas da autarquia; depois, cessou o tique permanente de culpar a capital por todos os falhanços das iniciativas próprias, atitude que se tinha convertido num dogma.
Rui Rio personificava a intenção de nunca hostilizar Lisboa. Compreendia-se bem: o seu sonho era tomar o poder lá no sítio onde este sempre está.
Mas Menezes ganhou o PSD. E, logo, Rio mudou – agora vocifera contra Lisboa que nem o Fernando Gomes da era pré-Galp.
A sua vítima circunstancial é o presidente do IDT a propósito do corte de apoios ao ‘Porto Feliz’. Após a saída do seu criador, Paulo Morais, esse programa nunca mais foi o mesmo. Mas podia continuar se Rio quisesse: a redução de verbas não foi significativa. O Porto não é Feliz porque Rio não o quer – prefere um ‘déjà vu’ incongruente com a promessa que já foi.

* Publicado sexta-feira, no Correio da Manhã