4.6.04

Contra todas as quotas

Ouvi na rádio que o ministro da saúde teria manifestado a sua preocupação pelo facto das entradas nas faculdades de medicina serem conseguidas maioritariamente por mulheres. Julgo saber que esse êxito feminino não se passa só em medicina, nem tal me causa surpresa ou qualquer espécie de inquietação.
Mas o senhor ministro anda preocupado. Tanto assim que se atreveu a considerar a hipótese de estabelecer quotas de entrada para os homens.
Isto, a ser verdade, é uma estupidez, embora perfeitamente ao alcance de quem já elaborou 3 listas de espera diferentes para a mesma situação.
As quotas menorizam os seus destinatários. Torna-os cidadãos de segunda, a precisarem de um benefício extra por insuficiências naturais.
É uma intervenção artificial no mercado (embora este "mercado" dos ingressos nas universidades já esteja viciado à partida) que o falseia e limita o mérito das pessoas.
Sou contra a quotas para mulheres, para os homens, para os homossexuais, para os negros, para os asiáticos, outra outra segmentação qualquer - independentemente da ordem dos factores que é arbitrária.
Sou contra tudo o que relativize o mérito de quem concorre e introduza elementos estranhos por imperativos politicamente correctos.